A responsabilidade de todos
Escreve quem sabe
2019-06-30 às 06h00
Já aqui referi o uso e abuso de expressões estrangeiras, quando podemos usar vocábulos portugueses. Hoje, falemos, também, de palavras estrangeiras mal utilizadas ou mal escritas.
“Bâton” é uma palavra francesa que, em português, deve ser grafada “batom” (no singular) e “batons” (no plural). É frequente encontrá-la mal escrita, como neste anúncio da página do El Corte Inglês: “Baton de Cieiro com Óleo de Jojoba e Manteiga de Karité” (em https://www.elcorteingles.pt/supermercado/0105255770300071-labello-baton-de-cieiro-com-oleo-de-jojoba-e-manteiga-de-karite-embalagem-5-g/, acedido em 27-06-2019).
Ainda no que respeita a galicismos, temos a palavra “démodé” (em francês) muitas vezes erradamente escrita *“demodé”, que poderia ser facilmente substituída pela expressão “fora de moda” ou por “antiquado”. Errou, pois, o jornal O jogo, na sua edição de 29 de março de 2019, no título “Magazine Sporting: formação "demodé".
Já agora, substitua, também, “dossier” e “atelier” por “dossiê” e “ateliê” ou, pelo menos, escreva os primeiros em itálico ou entre aspas.
No que respeita a anglicismos, a praga está amplamente disseminada, e há quem jure que não consegue encontrar termos equivalentes em português para “feedback” (“parecer”, “crítica”, “apreciação”); “flyer” (“panfleto”, folheto”); “part-time” (“a tempo parcial”); “hacker” (“pirata informático”); “hall” (“átrio”, “entrada”, “vestíbulo”); “hobby” (“passatempo”); “know-how” (“saber-fazer”, “destreza”, “perícia”, “conhecimento”); “layout” (“esquema”, “esboço”, “rascunho”); “performance” (“desempenho”, “exibição”, “atuação”); “workshop” (“oficina de formação”, “sessão de formação”); “brand” (“marca”); “password” (“palavra-passe”, “senha”); “pedigree” (genealogia, linhagem).
Pense bem: se pedir “toucinho” na charcutaria do supermercado, saberão que está a referir-se ao omnipresente “bacon”?
Com as férias lá vêm: “voucher” (“comprovativo”); “resort” (“estância turística”); “sunset” (aqui com o significado de “festa ao pôr do sol”); “time-sharing” (“férias em regime partilhado”); “duty free” (“livre de impostos”); “low cost” (“económico”, “baixo custo”), entre outros.
E se está a pensar ir a um festival de verão, deixo aqui algumas sugestões para todos os gostos: NOS Alive; Vagos Metal Fest; Galp Beach Party; Beat Fest; Dancefloor; Croka's Rock, Fredom Festival; Gerês Rock Fest; Hard Metal Fest Mangualde; Mirandela Music Fest; North Music Festival; NOS Primavera Sound; Sound Waves; Summer Opening. Todos com nomes bem portugueses.
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