O centralismo, a regionalização e o desenvolvimento do país
Conta o Leitor
2016-08-23 às 06h00
Manuel Correia
Por entre ruas estreitas vou andando à procura de estacionar o automóvel. É hora de almoçar. O sol ilumina a paisagem sem que uma única nuvem o oculte. A brisa do mar é fresca e de certo modo sinto a necessidade de vestir um casaco leve. Sim é verão, mas junto ao estuário do rio Cávado na linda Vila de Fão, o tempo tem destes caprichos! Estacionei o automóvel e, decidi almoçar num restaurante de um velho amigo. Já tinha saudades de almoçar no Tio Pepe. Entrei e de pronto um empregado bem vestido como mandam as boas práticas da restauração, me conduziu para uma mesa junto à churrasqueira. Sentei-me de frente para a minha esposa e o clima foi se apoderando de nós.
Enquanto saboreava uma salsicha criolo grelhada, olhava para a churrasqueira e imaginava o pai do meu amigo, o tio Pepe como eu o tratava e, lá estava ele com o seu sorriso a grelhar as famosas costelinhas, os bifes e os peixes frescos. Eu, via naquele espaço dois restaurantes: o do pai e o do filho. O do pai, o Tio Pepe, um restaurante rustico, com o sabor especial de um bom grelhado, com animação do Tio Pepe na churrasqueira. O de agora, do filho, um restaurante com classe, com grelhados fantásticos, um atendimento especializado e uma churrasqueira no mesmo local, mas agora rodeada de vidro para que o fumo não perturbe as magnificas refeições que ali se podem saborear!
O sorriso da minha esposa acompanhava o sabor da nossa refeição, pataniscas com arroz de feijão, uma refeição caseira, com a medida certa de quem gosta de comer e não encher.
Na rua, os turistas olhavam o menu colado na porta de entrada e, de mansinho iam entrando neste espaço de culto degustativo. A sala foi enchendo e os sorrisos de quem tomava o café para finalizarem o almoço eram de quem estava satisfeito e com vontade de voltarem mais tarde ao mesmo lugar: o restaurante Tio Pepe.
Na churrasqueira as brasas continuavam a ser consumidas e o frenesim de carnes e peixes grelhados eram encaminhados para as mesas. Mas eu continuava a ver as mãos do Tio Pepe a guiar as mãos o churrasqueiro, como se fosse uma marionete controlada por fios vindo do céu!
O cheiro das costelinhas assadas, que passavam mesmo ao meu lado abriram-me o apetite para que da próxima vez que voltasse fosse esse o prato escolhido. Mas agora a escolha das pataniscas e do arroz de feijão era a que já tinha feito e, no prato só restavam uns poucos de feijões e alguns grãos de arroz, pois as pataniscas desapareceram num ápice, estavam deliciosas!
O empregado de mesa mostrando a sua eficácia foi levantando os pratos juntamente com os talheres, o passo seguinte era comer uma sobremesa. Confesso que estava indeciso e foi pedindo sugestões ao chefe de mesa. Relatou-me uma variedade de sobremesas, todas elas apetitosas. Fiz um compasso de espera e olhei para a minha esposa, e, perguntei-lhe qual ia escolher, ela optou por uma tarte de maçã coberta de molho de caramelo.
Acabei por pedir duas, sem saber o que me esperava! Depois de cinco minutos a tarte de maçã estava na mesa, o seu aspecto era um bom pronuncio. Dei a primeira garfada e lentamente fui saboreando, a minha esposa fez o mesmo. Hum que bom! A minha esposa estava como eu sentindo o prazer de saborear algo que nunca tinha sentido, um mundo novo que se abria nas papilas gustativas! O café acompanhar dava o toque final numa refeição memorável.
Paguei e voltei a olhar uma última vez para a churrasqueira e o Tio Pepe sorriu feliz e orgulhoso pelo filho que soube seguir o seu caminho levando os ensinamentos do pai.
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Deixa o teu comentário