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O Sabor de Comunidade em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica

Portugueses bacteriologicamente impuros

O Sabor de Comunidade em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica

Escreve quem sabe

2022-11-22 às 06h00

Analisa Candeias Analisa Candeias

Saber onde pertencemos, onde se encontram os nossos pares e onde nos sentimos em comunidade é muito importante, não apenas a nível pessoal e familiar, mas especialmente a nível profissional. Sentirmo-nos acolhidos e reconhecidos, assim como protegidos, é algo essencial não somente para a qualidade de vida no trabalho, todavia também para a produtividade que todos possam apresentar. Talvez até mais do que nunca, devido às carateríscas dos trabalhos atuais, é urgente que as diferentes instituições promovam um bom clima organizacional, que pode conduzir a uma maior retenção de colaboradores, assim como a um maior sucesso no mercado onde as mesmas se encontram.
Costumo dizer que foi a enfermagem que me escolheu e que não fui tanto eu que a escolhi. Considero que é um privilégio trabalhar com e para ela, particularmente devido à noção de comunidade que a mesma apresenta, à importância que tem no âmbito da saúde e também devido aos pontos de ligação que estabelece com as pessoas. Sim, porque quem vem trabalhar para a área da saúde, e em específico no contexto da enfermagem, irá lidar com pessoas no seu quotidiano – por isso será de bom tom que goste de atuar numa esfera de inter-relação.
Vim para a área da saúde porque queria trabalhar com pessoas e no espaço da saúde mental e da psiquiatria, sendo este último o factor externo que mais motivou a minha decisão. Neste momento, como enfermeira especialista em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica, pertenço a um colégio dessa mesma especialidade naquilo que é a organização da Ordem dos Enfermeiros, e que me permite, de tempos em tempos, encontros com os enfermeiros especialistas que o constituem, apresentando esses mesmos encontros um cariz nacional. São momentos de troca de ideias e intercâmbio de experiências, de constatação das dificuldades (idênticas) que existem por esse país fora, mas, sobretudo, são momentos de um grande crescimento individual e coletivo. O Colégio de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica tem-se expandido muito nos últimos anos, graças aos que o têm vindo a dirigir e, mormente, devido a todos os enfermeiros que o integram, que desejam uma saúde mais completa para todos.
Nesta última sexta-feira e último sábado foi promovido um desses encontros, que juntou enfermeiros do Minho ao Algarve, dos Açores e da Madeira. Foi um privilégio estar dois dias com os meus pares, com a minha «tribo» se assim lhe quisermos chamar, e ver o que é que os colegas andam a desenvolver nos diferentes espaços clínicos onde se encontram. Concluí que o trabalho tem sido intenso, mas frutífero, e que não irá parar por aqui. Os enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica, que efetuam intervenções psicoterapêuticas, promovem a saúde das pessoas em todos os seus ciclos de vida e encontram-se em todos os cenários clínicos onde seja necessária a sua intervenção. Se são precisos mais enfermeiros especialistas? Sim, obviamente. Até porque os ganhos em saúde são notórios quando olhamos para os resultados destes colegas que trabalham incansavelmente na sua área de especialidade.
Os projetos que estes enfermeiros especialistas têm criado destinam-se a todos aqueles que apresentam problemas efetivos no âmbito da saúde mental e da psiquiatria, visam prevenir o aparecimento desses problemas ou, então, apresentam como objetivo a promoção da saúde mental da população. Os meus colegas têm trabalhado, com muito sucesso, não só em questões específicas desse contexto, mas também em questões relacionadas com a saúde dos idosos, dos doentes oncológicos, da saúde escolar e também, como seria de esperar, com a saúde infantil e das famílias que se encontram grávidas. O campo de atuação é amplo e complexo, embora rico em experiências e com resultados já fundamentados. Certo é que para todo este trabalho concorre a investigação científica, que é uma das bases para todas as intervenções de enfermagem. Faço parte do Colégio com menos especialistas, todavia é o Colégio que mais tem crescido nos últimos anos – e tudo graças ao trabalho visionário dos enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica.
Gostaria aqui de deixar um grande bem-haja aos que neste momento nos representam como Colégio, o Francisco Sampaio, a Andreia Espírito Santo e o Hélder Lourenço, e que têm vindo a fazer um trabalho excecional naquilo que é esta área de especialidade em enfermagem.
Se sabemos que pertencemos a uma comunidade, e se nos sentimos acolhidos, então é a eles que o devemos – a eles e a todos aqueles que os antecederam, obviamente, e ainda aos que se integram nesta comunidade. Se os passos devem ser dados em frente, então acredito que o Colégio de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica os dará com um grande sentido de responsabilidade social e de inovação para o futuro.
Afinal, é em diante que todos, em conjunto, devemos ir.

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