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Ideias
2019-11-29 às 06h00
Com Senso a rodos, estranho é que o planeta continue aos trambolhões.
O debate parlamentar em torno do programa do governo é memória próxima de boa gente. No geral, a AR é uma perda de tempo, mas havia uns frissons, entre os quais o da estreia de Rio como líder de bancada.
Trocaram mimos, Rio e Costa, alguns a propósito do chumba-não-chumba até ao nono ano de escolaridade. Quem o debate tiver presente, recordará que, querendo encerrar com chave de ouro, Costa empalou o oponente com o suposto Senso Comum do subsumido em matérias de Educação Pública. Ora, o Senso Comum, que o Sr. Costa reprovava na paradoxal cerimónia de recepção ao caloiro do adversário, soava a denúncia de falta cumulativa de senso e ciência no visado, a prova da inaptidão do zero à esquerda para as lides parlamentares, governativas, e de comentário político televisivo – acresço por atrevimento.
Que o cabeça do PSD não bata com o nome em estado puro. Que ele seja pneu afundado nos leitos lodosos da apalermada sabedoria popular – o aludido Senso Comum. Possa ele ser um coleccionador de raposas em exames de ciência erudita, vertida em manuais de célere expiração, com a chancela das catedrais do Saber. E de que agude- za de espírito poderá ufanar-se a figura de proa socialista?
Vejamos, o Sr. Costa é político jota desde os idos de setenta, época da qual, da figura, há quem guarde notável sentido de oportunidade na associação estudantil da faculdade de direito lisboeta. Resumidamente, anda por dentro desde tenra idade cívica e privou com todos, de modos que só não sabe o que não quer, ou o que não dá jeito.
Enfim, a mim custa-me a repetição. Porém, como não saímos do mesmo, aqui vai. Os chumbos acontecem porque a Escola Democrática pouco tem do qualificativo com que enche a boca. A Escola Democrática não o é, porque opta por não reconhecer que o aluno padrão, batido a stencil, normalizado, estandardizado, não existe. A Escola Democrática não o é, porque insiste em não reconhecer que há diferentes formas de interacção com mundo, de competência e, em consequência, de aprendizagem. No aluno que não atinge os patamares para transitar de ano, em resposta a um esquema arbitrário, o que há que reter é quão estranho lhe é o constructo a que o querem reduzir, e quão vazia lhe é a didáctica. Uma vez aceite que a questão do insucesso escolar possa ser colocada nestes termos, então talvez possamos dizer que nem o Sr. Rio vê grande coisa, além do chumba-não-chumba, nem o Sr. Costa aponta para lá da redução de um índice que envergonha o nativo, no seio da fraternidade europeia.
Pior. Sujeito a procedimentos e metas absurdas, o aluno refractário degrada-se a seus olhos e, ainda que inconscientemente, incorpora o falhanço como segunda natureza, quiçá primeira, à medida que fique cada vez mais claro que não atinge os níveis de sucesso que o façam orgulhar-se de si. Muita desculpa peço por a Psicologia ser uma ciência pouco afeita a paninhos quentes de modelo único.
A Educação que temos, funciona na porção que pode, e no mais é uma chachada assente em deletérias pedagogias remediativas. Abordar o aluno a partir do que temos à mão, é pura e simplesmente não o abordar. Abordá-lo no terreno do que não está a funcionar, é reduzir a pó uma individualidade moldada com barros distintos. Em suma, a Escola, ou é positivamente plural, ou não cumpre manifestamente a sua função. Percebo que os políticos usuais não saiam do rudimentar. Percebo que escolham conselheiros entre quem diga o que querem ouvir. É o costume.
13 Maio 2025
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