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O Velho e o Novo

Entre a vergonha e o medo

Escreve quem sabe

2017-12-19 às 06h00

Analisa Candeias Analisa Candeias

Esta é a altura perfeita. Esta é a altura em que estamos quase, quase, mesmo quase lá. Esta é a altura em que uma fase termina. Este é aquele mês do ano que ainda não acabou, mas que nos preenche da sensação de findar de ciclo. Estamos mesmo quase, quase… Quase a chegar para terminar. É o timing perfeito para balanços, para encerrar contas, para acertar agulhas. É nesta altura, que o frio nos agarra, que é possível olhar para trás ou, em alguns casos, andar para a frente.

Já sabemos, todos, quais são os circuitos desta época: jantares de preparação para os jantares das festas, corridas após o trabalho para ultimar preparativos, discussões (saudáveis, espero…) em família, etc e tal.... Tudo como habitual. E, como não podia deixar de ser, a típica lista mental daquilo que “realmente quero fazer no próximo ano e que este ano não consegui”. Nada de novo até agora…Aliás, tudo bastante velho. Nesta altura, parece que as listas não acabam, nem sequer as listas mentais - lista de compras, lista de tarefas até ao 23, lista de tarefas do 24, e do 25, lista de pessoas a quem ligar, a quem mandar mensagem, a quem mandar e-mail… Uma infinidade. Preocupação e ansiedade por não cumprirmos as listas; listas das listas mais importantes.

Checklist das listas. Lembretes do checklist… Outra infinidade. Mais preocupação. Mais ansiedade.
Então, o panorama consiste numa altura perfeita para recolhimento e andamos atrás de listas - ou será que são elas atrás de nós?... O timing ideal de introspeção e balanço de vida fica aniquilado pela preocupação e pela ansiedade. Talvez aqui nos surja um despertar mental: é necessária tanta preocupação e tanta ansiedade? É urgente esta mania de nos pré-ocuparmos de algumas coisas que não fazem falta? É essencial este devaneio todo?

Questões que apenas cada um de nós pode responder. Ou identificar-se. Ou não. Ou pode simplesmente rir-se. Ou não. No fundo, é indiferente o que cada um de nós faz. Porque tudo é importante. Porque todos os nossos pormenores singulares e individuais são importantes. E porque cada um de nós responde por aquilo que considera mais adequado, com o qual se identifica mais e encontra mais afinidade. Não há soluções perfeitas e gerais. Ou generalizáveis. Existem apenas sugestões, conselhos e dicas. Uma destas passa pela distribuição de tarefas entre os diversos elementos da família, ou dos amigos mais próximos. Isto ajuda a que o nosso trabalho reduza. Outra sugestão passa pela compra antecipada daquilo que tem de ser comprado. Já com, obviamente, a lista reduzida ao mínimo dos mínimos - obriguem-se a isso, experimentem… Vão achar libertador.

Uma outra dica passa pela organização diária: todos os dias faço um pouco do quem de ser feito a 23, a 24 e a 25 - claro está, com a ajuda dos que se encontram implicados nas dinâmicas destes dias. Porque afinal, e não há que esquecer, o corre-corre volta no dia 31 e no dia 1. Há que ganhar fôlego e, acima de tudo, promover ações para diminuirmos a preocupação e a ansiedade, que tão mal fazem à nossa saúde.

E os balanços… Esses. Não são as balanças, que também nos dão preocupações (e alguma ansiedade, aposto). São os balanços, o gingar dos pensamentos através daquilo que foi e por entre aquilo que desejamos que venha. Aquele encerramento de contas pessoais que já foi referido. Esse mesmo. Que nos pode trazer mais listas. Ou não. Pessoalmente, sou adepta de que não traga, visto que acredito que as resoluções devem ser simples, práticas e, acima de tudo, exequíveis. A sugestão passa por definirmos apenas uma resolução, aquela que consideramos que nos pode fazer mais felizes e que a sua concretização passe diretamente pelas nossas ações.

Ok, ok… Pode ser uma para o primeiro semestre de 2018 e outra para o segundo semestre - será um ano trabalhoso, aviso desde já. Gosto de pensar que mais vale algo único e bem-feito do que muito e com algumas falhas.
Nada de novo até agora…
Aliás, continua tudo bastante velho. Ainda assim, esta é a altura perfeita. De existir um maior compromisso connosco, de nos libertarmos daquilo que prejudica o nosso bem-estar (talvez esta seja a nossa prioridade nas resoluções?), de nos lançarmos neste final de ano para nos vincularmos ao início de outro. Porque o que interessa é continuarmos. Para bem da nossa saúde.

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