Portugueses bacteriologicamente impuros
Escreve quem sabe
2018-11-20 às 06h00
Dar oportunidade todos os dias de conhecer algo novo. Algo que nunca vimos, que não sabemos o que é, que se torna novidade. Dar oportunidade à entrada de diferentes variáveis nas nossas vidas, que nos fazem balançar, ponderar e progredir. Atrevimento presente na nossa vida, com uma dose de iniciativa e criatividade. Dar oportunidade de desejarmos mais. De nos preocuparmos menos. De querermos mais.
Fácil? Não. Absolutamente nada fácil, em especial porque a novidade, o desconhecido, nos provoca receios e medos de tentar. O “normal” ajuda-nos ao quotidiano, às rotinas do dia-a-dia. Ajuda ao bem-estar sem sobressaltos, com poucas ações, com alguma tranquilidade. Não damos conta do bem-estar sem sobressaltos. Vamos andando, vendo o que já vimos, sentindo o que já sentimos, ouvindo o que já ouvimos – e até mesmo provando o que já conhecemos. Não nos ousamos a ir mais longe, a ter mais, a ponderar sem ponderação.
E esta sensação traz-nos conforto. E controlo. É estável. É segura. Conhece-se, já se sentiu antes. Mas, ainda assim, será que nos ajuda no caminho da felicidade? Cada um de nós poderá responder, com honestidade, a esta questão. Talvez, para uns, as rotinas são sinónimo de ser feliz; para outros, o imprevisto é que os faz vibrar. Não existem fórmulas corretas ou receitas para uma felicidade medida em igual para todos – não seria felicidade, se assim fosse. Cada um de nós terá de procurar o seu ritmo, o seu caminho. O que também não é fácil. Implica tempo para nós próprios. Trabalho individual de análise.
Para aqueles que gostam de se aventurar, posso deixar algumas sugestões - que podem ser um estímulo para quem não gosta. Para sermos criativos não é necessário um dispêndio financeiro, com grandes viagens, grandes experiências de última moda, grandes aventuras de saltos no ar. Basta, simplesmente, trazer algo novo para as nossas vidas, de uma forma diária. Porque não mudar o percurso que fazemos para ir trabalhar? Vemos ruas diferentes, outras lojas, outras árvores. Porque não mudar o local onde habitual- mente vamos tomar café? Talvez dez passos para a esquerda ou para a direita façam alguma diferença. Porque não mudar de padaria? E assim conhecemos outras pessoas, temos uma nova experiência. Mesmo que não seja uma experiência agradável, sempre nos aventuramos e arrojamos a ir mais longe.
E, se não queremos mudar os percursos diários, porque não trazer alguma criatividade ao que conhecemos? Por exemplo, ler um artigo novo diariamente, abrir o dicionário à toa e ver uma palavra nova (eutícomo, alguém conhece?), ou até pedir ao filho, ao pai ou à irmã para nos ensinar a utilizar aquele aparelho que não sabemos bem como funciona. E tudo isto faz parte do nosso desenvolvimento enquanto pessoas. E enquanto cidadãos. É como se fosse uma responsabilidade social a ser cumprida, da qual conseguimos obter um benefício pessoal. E de saúde – sim, porque nos obriga a pensar, logo a desenvolver a nossa função cognitiva, com uma tendência para ficarmos mais espertos.
E porque nos atrevemos, sentimos uma maior segurança. Fomos capazes, demos aquele passo que nos estava a custar imenso dar e que já o pensamos há demasiado tempo. E realizamos um estímulo do nosso cérebro, um estímulo do nosso corpo – que é físico, e precisa de desafios. A tradução científica é óbvia: maior sentimento de bem-estar, maior sensação de felicidade; maior felicidade, melhor saúde. Porque realmente é verdade, pessoas mais felizes também são pessoas mais saudáveis, com menos dores, com menos maleitas, com uma visão mais positiva perante as adversidades. E, afinal, quem não quer ser mais saudável?
Dar oportunidade de, todos os dias, nos aperfeiçoarmos. De sermos melhores. Mais sábios. Mais experientes. De nos estimularmos para que a vida flua de forma diferente. De irmos um pouco (mesmo que seja um pouco) mais além. Talvez, dar oportunidade para descobrirmos aquilo que nos faz mais felizes. E que nos possibilita uma melhor saúde.
15 Junho 2025
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