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Os computadores do PRR para escolas

A responsabilidade de todos

Os computadores do PRR para escolas

Voz às Escolas

2022-11-21 às 06h00

Jorge Saleiro Jorge Saleiro

Como todos se lembram, em 13 de março de 2020, uma sexta-feira, o Governo decretou o encerramento das escolas e que se passasse ao regime de ensino a distância. Na segunda-feira seguinte as escolas disseram presente, operacionalizando, num fim-de-semana, uma resposta à altura das exigências que a pandemia impunha.
Claro que nem tudo estava perfeito. Cedo se percebeu que, apesar dos esforços de todos, existiam alunos que não tinham acesso aos recursos necessários para usufruir do sistema implementado, nomeadamente computador e acesso à internet.
As escolas e a comunidade mobilizaram-se para, em conjunto, minimizar as carências sentidas, num movimento solidário admirável. Mesmo assim, nem todos tiveram o mesmo nível de acesso às aprendizagens, criando desigualdades que não são aceitáveis na escola pública e que se tentam recuperar através do Plano 21|23 Escola+.
Assim, o Governo lançou a medida de distribuição dos kits (computador portátil, headphones, saco e router com acesso gratuito à internet), visando sanar essas desigualdades, dando prioridade de entrega aos alunos com escalão da Ação Social Escolar.

Saliente-se que, após o sobressalto ditado pela pandemia e o regresso ao ensino presencial, a utilização da tecnologia para a aprendizagem não voltou atrás e a escola nunca mais será a mesma. Hoje, a tecnologia é um recurso comum na vida das escolas, o que torna o acesso aos recursos digitais mais essenciais do que nunca.
Ora, de acordo com notícias avançadas esta semana, ainda estarão cerca de um terço dos kits por entregar (cerca de 200 mil), o que causa alguma perplexidade e levanta questões sobre a pertinência deste investimento.
Um dos problemas que estará na origem deste problema poderá ter sido o desfasamento entre a tomada de decisão e a concretização da medida. Muitas famílias ter-se-ão adiantado e adquirido os equipa- mentos necessários enquanto se aguardava os procedimentos e a entrega da encomenda governamental.

Por outro lado, o facto de o acesso aos kits obrigar a assinar um compromisso de responsabilidade sobre a má utilização dos equipamentos poderá ter ditado que famílias com menos recursos tenham tido receio de assumir esse ónus. Poder-se-á, até, pensar que alguns dos que aceitaram os equipamentos, com o evoluir da crise e as dificuldades acrescidas pelo aumento do custo de vida e, principalmente, dos bens essenciais, poderão não devolver equipamentos avariados, com receio dos encargos que tal pode significar.
Temos, portanto, um problema, mais um (para além das dificuldades de distribuição, armazenamento, logística e apoio técnico para os quais as escolas não estavam, nem estão, preparadas), na aplicação desta medida a que o Governo terá de dar solução adequada.
Diga-se que a medida em geral é adequada e poderia responder aos problemas de equidade no acesso à escola pública atual, mas urge resolver as dificuldades diagnosticadas, para que nenhum aluno fique privado destes recursos, sob pena de não conseguir cumprir os seus propósitos.

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