Segurança na União Europeia: desafio e prioridades
Voz aos Escritores
2025-01-17 às 06h00
Roy Oliver Disney era oito anos mais velho que o famoso irmão Walter, mas a diferença de idades não obstou à união cúmplice e fraterna que lhes definiu o destino. Walt era um visionário, criador aventureiro e destemido. Roy admirava-lhe a visão e a audácia e manteve-se ao seu lado até à morte de Walt em 1966. De distribuidores de jornais, fundaram a pequena empresa que se dedicava à ilustração de desenhos animados, sendo Oswald o Coelho Sortudo o primeiro boneco animado que lhes traçou um caminho de sonhos e sucessos, sem que os múltiplos percalços roubassem a determinação de Walt. Roy, com a sua sensatez e pragmatismo, resolvia as questões financeiras que tanto entediavam Walt, focado na criação e inovação e deslumbrado com as novas tecnologias que chegavam na primeira metade do século vinte. E foram essas inovações que deram fama mundial ao Rato Mickey, quando Walt decidiu aliar o som à animação dos desenhos a preto e branco, processo complicadíssimo pela dificuldade em sincronizar os sons com as imagens. Roy dizia-lhe que para desistir da ideia, não insistisse nas tentativas porque já não tinham dinheiro que sustentasse o projecto e a empresa. Walt pediu-lhe: vende o meu carro. Roy assim fez e Walter criou o primeiro desenho animado sonoro que fez as delícias de crianças e adultos. Mas Walt queria mais, sempre mais, queria uma longa-metragem animada a cores nunca realizada e lembrou-se do conto de infância dos Irmãos Grimm que o fascinava: Branca de Neve e os Sete Anões. Contou ao irmão mais velho o seu ambicioso projecto e foi Roy quem conseguiu o empréstimo bancário que o financiasse.
A Tecnicolor estava a dar os primeiros passos, mas havia cores que não aderiam e tintas que não funcionavam, assim como as perspetivas de profundidade que Walt pretendia criar nas cenas animadas, como se o espectador estivesse dentro da tela, no meio da floresta ao lado das personagens animadas com emoções humanas. Walt revolucionou os processos de impressão e de filmagem que se alongaram por mais de três anos e que empregavam setecentos trabalhadores. Quando Roy lhe comunicou estarem quase falidos e que o gerente do banco exigia ver o filme, Walt não se alarmou, apenas disse: ainda não está pronto. O gerente viu o filme sem estar finalizado e percebeu a grandiosidade daquela obra. Não lhe deu o prazo de mais um ano para terminá-lo, como Walter pretendia, apenas alguns meses. Até ao Natal tinha de estar pronto. Nessa altura, Walt, no inato e exigente perfeccionismo, não queria exibir a longa-metragem porque o príncipe abanava a cabeça quando se aproximava do esquife da Branca de Neve para beijá-la.
Roy exaltou-se: que se lixe se abana a cabeça ou os braços ou o que lhe apetecer, o filme tem de ir para a tela senão perdemos tudo! Branca de Neve e os Sete Anões, que em 1937 custou 1 milhão e meio de dólares e rendeu cerca de 8 milhões, deslumbrou o Mundo e catapultou o nome Disney para a ribalta. Seguiram-se outras longas-metragens animadas que são eternas, Bambi, Pinóquio, Dumbo, Peter Pan, Cinderela, Alice no País das Maravilhas e tantas outras que povoam o nosso imaginário de fantasia e beleza. Mas Walt, o inconformado, queria mais. Queria edificar o lugar mais feliz do Mundo. Como habitualmente, partilhou o sonho com Roy que se empenhou em solucionar a parte financeira de tal colossal empreitada. E assim nasceram as fundações da primeira Disney Land em Anaheim, Califórnia, quando a maioria dos parques de diversões faliam nos Estados Unidos da América por falta de afluência, circunstância que não intimidou Walt. Walt concebeu e desenhou o lugar mais feliz do Mundo baseado nas memórias de infância e nas longas-metragens animadas da sua autoria.
A liquidez obtida nos produtos de merchandising Disney engendrada por Roy e o publicitário amigo de ambos, ajudou na concretização da obra, assim como a perspi- caz parceria que Roy celebrou com o canal de televisão ABC. Quando abriu as portas, milhões de espectadores da televisão e dos filmes Disney queriam visitar e desfrutar in loco da magia da Disney Land. Mas Walt queria mais. Queria outro lugar mais feliz no Mundo, um lugar onde a fantasia se aliasse ao futurismo, à natureza e aos animais. Queria outro parque em Orlando na Florida e foi Roy que secretamente foi comprando os terrenos para que não inflacionassem se os vendedores soubessem que era a Disney que queria adquiri-los. Walt não teve tempo de vida para assistir à inauguração. Roy, no discurso inaugural do parque em Orlando, afirmou que aquele era um dos sonhos do seu irmão que ele simplesmente ajudara a erigir. Na sua tocante humildade Roy nunca quis os louros nem o pódio, ofertando-os sempre ao seu irmão Walt admirando-lhe o inegável génio. Contudo, os lugares mais felizes do Mundo devem-se à incrível dupla de Walter e Roy Disney.
07 Fevereiro 2025
31 Janeiro 2025
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