A Cruz (qual calvário) das Convertidas
Ideias
2012-12-30 às 06h00
O início de um ano é sempre um tempo propício para repensar a vida. A nossa vida. Eis aqui alguns dos meus votos para 2013.
Saúde. Este é sempre um voto que eu reformulo a cada ano que começa. Em tempos sombrios, como os que atravessamos, tenho cada vez mais medo de estar doente ou de ver familiares meus doentes. Assusta-me qualquer discurso que fale em poupanças no Serviço Nacional de Saúde. Ontem, o Expresso perguntava se, em 2013, os hospitais vão ter mais dinheiro para tratar os doentes, declarando-se que “os hospitais públicos estão sem meios financeiros para garantir a resposta assistencial à população”. Perante um sistema de saúde que não me garante respostas eficazes, resta-me pensar que a solução será mesmo não ficar doente.
Ser feliz. É uma grande ambição esta e são certamente diferentes as condições que cada um acha essenciais para cumprir esta premissa. No meu caso, não preciso de muito dinheiro para alcançar isto, mas necessito da generosidade das pessoas que me são próximas. A felicidade não estará nas viagens que me é possível fazer, na roupa que poderei comprar ou nos eventos em que terei a oportunidade de participar. Ela estará na atenção, no cuidado, na ponderação daquilo que me faz falta por parte de quem está perto. Não será isto fácil de alcançar, eu sei. Em 2013, procurarei valorizar mais os pequenos gestos e senti-los como momentos únicos.
Concretizar projectos profissionais. Encontrando no trabalho grande parte da nossa sustentabilidade financeira, onde investimos muitas horas dos nossos dias, mas também tendo aí uma fonte de realização pessoal, é natural que o nosso emprego suscite grande atenção. Olharei para 2013 como um tempo que me abre oportunidades para concretizar projectos que ajudem o campo onde me movo, o da comunicação, a dotar-se de mais qualidade e me proporcionem novos e enriquecedores conhecimentos.
Ter tempo. Aí está um grande desafio. Ter tempo para estar com os amigos, para ler, para passear, para ir ao cinema, para fazer exercício físico, para ouvir o silêncio... Há tanta coisa que gostaria de fazer, se tivesse mais tempo. De repente, o dia faz-se noite e desaparece do horizonte um conjunto de possibilidades que gostaria de agarrar e não consigo. Na estante acumulam-se obras que nem consigo abrir, no ginásio pago uma mensalidade frequentemente sem usufruir de uma única sessão mensal, na minha cabeça cruzam-se múltiplos destinos que nunca consigo percorrer e ao telefone renova-se a promessa para um encontro com os amigos que vai ficando adiado. No próximo ano, farei um esforço para organizar melhor o meu tempo.
Ter mais paciência. Não sou paciente, é um facto. E isso revela-se a vários níveis. Não tenho paciência para os preguiçosos, para os que se demitem das suas responsabilidades, para os insensíveis, para os que fazem tudo mal para nada lhes ser atribuído, para os hipócritas, para pessoas sem princípios, ou seja, não tenho paciência para uma grande quantidade de pessoas e isso interfere na minha qualidade de vida. Para o próximo ano, vou procurar que toda esta gente me seja mais indiferente.
Ser optimista. Não é fácil acreditar no próximo ano. Nos media, há um persistente discurso pessimista. “2013, o cabo das tormentas do Governo”, titulava ontem o Diário de Notícias. No Expresso, escrevia-se o seguinte: “vem aí o ano de todos os medos”. Mas, em tempo de adversidade, é preciso, mais do que nunca, insistir em contrariar uma tendência que nos puxa para baixo. Este é o tempo de fazer mais, de nos motivarmos mais, de nos unirmos mais, de acreditar mais na inversão de um rumo que parece estar a atirar o país para um precipício.
Estes são os meus votos para 2013. Formulo-os para mim e para quem me rodeia. A cada jornalista e a cada leitor do Correio do Minho, deixo os meus votos de um excelente ano.
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