A Cruz (qual calvário) das Convertidas
Ideias
2014-12-29 às 06h00
Que seja um ano com saúde. Esta é uma formulação aparentemente prosaica, mas o bem estar físico e mental é o elemento crítico da qualidade de vida.
Que seja um ano em que se consiga vislumbrar algum brilho dentro de nós, mesmo nos momentos mais adversos. Nem sempre é fácil descobrir a singularidade na rotina da vida de todos os dias, mas que bom seria se houvesse essa capacidade de nos fazer surpreender aqui e ali, quebrando a monotonia que o quotidiano, por vezes, instala.
Que seja um ano produtivo. Preenchendo a nossa atividade profissional grande parte da nossa vida, será conveniente aí encontrar motivos de realização pessoal. Ser produtivo não implica trabalhar muito, exige trabalhar bem. Com motivação e com método. Infelizmente somos um país que dedica muitas horas ao trabalho, sem apresentar uma produção significativa. E isso acontece porque nos distraímos do essencial.
Que seja um ano de normalização no Ensino Superior. Sempre enoveladas por problemas de financiamento, as universidades esperam ano após ano por alguma normalidade nas suas contas. Vamos lá ver se isto se alcança em 2015. Este também poderia ser o período para a tal reestruturação da rede de universidades de que se fala há tanto tempo.
Que seja um ano com menos casos de corrupção. 2014 devolveu-nos vários processos que instalaram entre nós um clima de generalizada desconfiança em relação a quem exerce cargos públicos. Talvez esta fosse a altura de escrutinar mais e escolher melhor quem nos representa.
Que seja um ano de boas escolhas políticas. Não faltará muito para se iniciar a campanha eleitoral oficiosa. A oficial será lá para setembro, mas nestes meses andaremos em pré-aquecimento para umas eleições legislativas donde sairá o próximo governo. Que se espera que seja de gente competente.
Que seja um ano em que se promova um jornalismo com mais qualidade. Tendo excelentes jornalistas, os media deveriam apresentar outros conteúdos informativos. Não o fazem, em parte devido à escassez de recursos e à destravada procura de audiências que quase sempre escorrega para soluções imediatas. Que 2015 proporcione mais meios para se fazer jornalismo de investigação, menos espaço para peças sem qualquer interesse público e muitas vezes vergadas a lógicas pouco transparentes.
Que seja um ano em que se criem novos protagonistas nacionais. Vergado a um certa elite que se perpetua há décadas, o espaço público é, nos dias que correm, extremamente rarefeito, às vezes até um pouco sufocante. Que bom seria se a política, os movimentos cívicos ou os media produzissem outras vozes capazes de gerar discursos mais inovadores e mais pertinentes para ler o país e o mundo.
Que seja um ano em que a TV se renove. Dedicando a minha investigação académica ao audiovisual, será expectável que deseje que a TV generalista seja menos monotemática, que os canais de informação não se apresentem como clones uns dos outros, que o serviço público de media deixe de saltar de crise em crise e que o entretenimento deixe de se preencher com telenovelas sobre coisa nenhum e com programas tipo “Casa dos Segredos” que deveriam ser banidos de qualquer grelha que se queira aceitável.
Que seja um ano feliz para cada um de nós. É este o voto que eu formulo para a minha família, para os meus amigos e para mim. É isso que eu desejo a quem trabalha no Correio do Minho e aos seus leitores.
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