Turismo bate recordes com o Norte sempre a crescer...
Escreve quem sabe
2018-06-13 às 06h00
Já com o Santo António festejado, começamos hoje as festividades bracarenses dedicadas a S. João; depois celebraremos o S. Pedro, colmatando a chegada do solstício de verão com toda a pujança festiva. Não sei que seria de nós sem os santos, mas com eles a festa tem um contínuo de organização e de viagem por terras e costumes que é de tirar o fôlego.
De todas, o imaginário poético letrista das cantigas consagrou o S. João como mais duradouro, vá-se lá saber com que fundamentos possíveis, para além do acicatar de rivalidades regionais sempre proporcionadoras de corropio social. Toda a natureza é invocada e convocada para a festa e assim se verá durante o tempo que durar. Se é de tradições que falamos, interessa hoje que consideremos a decisiva marcação a que os santos obrigam o calendário das mesmas, dentro deste contexto civilizacional cristão a que pertencemos.
Sendo óbvio que não foram eles a determinar as necessidades das festas, vieram contudo dar-lhes conteúdos e significados que se acumularam e têm sido sempre receptivos a um aumento substancial de novidades.
A actualização dos mandamentos requer a acomodação aos tempos e aos contextos de vida, é essa a capacidade de interpretação que gerações sucessivas têm feito e a festa não escapa a elas. Pode ler-se na apresentação do argumento do Festivo Aplauso com que a cidade de Braga foi presenteada em 1754 para celebrar o nascimento do Precursor que «às vezes o fingimento e sombra das fábulas seja expressivo prólogo da verdade e luz Evangélica», portanto já então se considerava que a representação espaventosa e efabuladora dos conteúdos festivos era melhor caminho para a demonstração de evidências de valor humano e cristão.
Assim continuamos e que seja dado por bem merecido o tempo das festas juninas. Aproveito agora o artigo para homenagear alguém com quem fiz caminho nestas páginas e nesta rubrica.
Quero aqui deixar uma palavra de apreço ao trabalho realizado pelo maestro Félix Alonso Cabrerizio nesta rubrica «Braga nas tradições», pois foi ele o grande impulsionador dela e um bom arquitriclino de serviço em matéria de convocação dos restantes elementos, entre os quais me incluo. Tudo começou em 2014 por sua motivação, ardoroso defensor das tradições musicais que veio encontrar, estudar, continuar e ensinar em Braga. Ele constituía para mim o ponto de vista atento de quem, vindo de fora, se apercebia bem de como funcionamos em termos de vivências e o facto de se ter tornado um estudioso dedicado do fado já diz muito sobre a sua relevância enquanto animador da comunidade urbana que o acolheu e em que tão bem se inseriu, Braga.
Deixa esta página por achar que assim tem de ser e só deseja que a continuemos, decisão que os demais escritores dela hão-de ponderar e tomar certamente. Aqui fica o meu reconhecimento ao seu trabalho e à sua colaboração, a qual, por certo, irá continuar sob outras formas.
A publicação semanal desta rubrica no jornal Correio do Minho, suportada por vários colaboradores, abordou, até ao momento, importantes áreas temáticas nas quais se vislumbra a presença de um conjunto de saberes e práticas que configuram aquilo a que chamamos tradições e a colocam em diálogo com outros saberes e vivências do nosso tempo, desde a música, a gastronomia, a construção de instrumentos musicais, os grupos folclóricos, o turismo, as dinâmicas empresariais e as indústrias culturais.
A festa bem se poderia tomar como denominador comum desta rubrica, por ser exactamente o corolário de todas as outras temáticas, desde a económica e empresarial até à das brincadeiras e divertimentos, desde a religiosa até à musical, desde a patrimonial à do turismo, desde a da mesa à da cama, tudo passando pela linguagem escrita e falada, fundo comum em que todas se veiculam.
Quase poderia afirmar que andamos com os santos às costas, ou para os contrariar ou para os refundar em nosso quotidiano. Bom São João!
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