Ser Dirigente no CNE - Desafios
Ideias
2025-03-15 às 06h00
Uma crise política é como um divórcio: é mau para todos! Quando há uma cisão, seja ela qual for, alguém falhou! E quem padece, muitas vezes, são os filhos (da Nação). Neste caso, nós!
Falhou quem, em Belém, não fez tudo para evitar a rutura. Falhou quem ignorou o diálogo atempado, deixando a resolução final para o dia decisivo, com uma proposta de reunião de última hora, apresentada no próprio hemiciclo do Parlamento. Falhou quem privilegiou a semântica das Moções em detrimento das consumições dos portugueses.
Talvez seja por isso que muitos, hoje, ainda estejam a tentar compreender as verdadeiras razões de uma nova ida às urnas. Dizia-me um Amigo meu que, na segunda- -feira, dia da votação da Moção de Confiança, tínhamos assistido a uma réplica de uma velha RGA (Reunião Geral de Alunos), com os protagonistas, todos, a fazerem lembrar uma Associação de Estudantes, mas desenquadrados no tempo.
O Governo transformou a discussão de uma Moção de Confiança em uma discussão sobre a criação (ou não) de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Na prática, foi permitida que houvesse uma contaminação dos problemas de Luís Montenegro para a função de Primeiro-Ministro.
Com o chorrilho de atitudes em catadupa, acabou por ficar desprestigiada a Instituição “Governo”. Mendigou-se em público a abstenção do PS para viabilizar a Moção de Confiança. E esqueceram-se que estavam no Parlamento e não numa RGA.
Simplifiquemos: tinham a faca e o queijo na mão! Poderiam ter retirado a Moção de Confiança e não o fizeram! Como se não bastasse, pediu-se uma hora de suspensão dos trabalhos. Assim, em direto e em horário nobre (19h45), todo o país pôde ver o resultado da votação, quando poderia ter sido evitado o suplício! De tudo. Mas preferiu-se jogar o país como quem aposta na roleta de um casino...
A partir de uma certa altura, percebeu-se que a intenção era criar a narrativa de que o Governo tinha ultrapassado os limites para evitar a submissão a um novo sufrágio. Na verdade, houve mais uma perceção do que uma vontade firme de evitar que o país fosse novamente a eleições. Se queria efetivamente isso, então retirava-se a Moção!
Um (par)lamento de birras, acusações de chantagem, momentos caricatos, desprestigiantes da função parlamentar! Pelo caminho, ouviu-se falar de “lodo”, “lama”, “calúnias” e “mentiras”. Esquecem-se que é justamente a classe política que está a promover esse ambiente…
Basta olhar para a História. E para uma História recente, até! António Costa demitiu-se por causa de um parágrafo! Com Montenegro, já se escreveram montanhas de parágrafos na comunicação social, sobre um enredo que promete continuar com outros capítulos.
A campanha eleitoral costuma ser terreno fértil para novas acusações. Montenegro não vai ter sossego, nem um futuro rosa! Já Pedro Nuno Santos, se perder duas vezes, pode ter um futuro mais negro do que rosa.
As sondagens falam em empate técnico, numa luta a dois, como no faroeste. Ou como na última segunda-feira, no Parlamento! Pode parecer uma verdade palaciana, mas, em rigor, não se sabe quem vai ganhar. De uma coisa todos sabemos: os portugueses não queriam eleições.
O que interessa às pessoas é saber se vão ter melhores cuidados de saúde, se os tempos das listas de espera vão diminuir, se haverá mais habitação a preços aceitáveis, se a carga fiscal vai baixar, se não haverá greve nas escolas por causa dos filhos…
Em nome do futuro do país, há um conjunto de debates e comportamentos que devem ser repensados. Os portugueses estão ansiosos por estabilidade e, na realidade, aguardam por um Governo credível, que faça a sua função bem feita.
Não só em São Bento, como em Belém. Que deve ter aprendido a lição de não se apressar, logo, a avançar com uma possível data de eleições, sem saber se a Moção iria ou não ser aprovada…
Com a precipitação presidencial, Marcelo encaminhou (e convidou) o país para uma crise política, sem ter uma posição de arbitragem, como se esperaria institucionalmente de um Chefe de Estado.
Que se concentrem, todos, de vez, no futuro! Porque o futuro é o que nos deve orientar e mobilizar. Sem distrações pelo caminho.
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