Alimentação contra as alterações climáticas: a sopa
Ideias Políticas
2015-01-13 às 06h00
Escrevo, neste ou em outros jornais, o que me apetece. O que penso. O que considero certo. Leio o que gosto e que não gosto. O que me irrita, o que me dá prazer. O que considero abominável e o que me deleita. O mais bem escrito; e menos bem. O que concordo. O que discordo profundamente. Sempre na certeza que minha liberdade termina quando começa a liberdade, a privacidade e afirmação pessoal do outro.
É assim a liberdade de imprensa. A de informar livremente. É assim a liberdade de opinião. A que homens e mulheres conquistaram como direito fundamental. É assim que tem que ser. É que assim que quero que seja.
A ignomínia do atentado ao Charlie Hebdo demonstra bem quer a força da caneta e do pensamento livre quer da bestialidade. O mundo não é ainda o que queremos. Mas do caminho pelo primado dos direitos fundamentais já ninguém altera a humanidade.
Algumas das capas do Charlie Hebdo, de ironia mordaz e provocante, não fazem o meu estilo. Pura e simplesmente não gosto. Acho de mau tom. Mas é assim a liberdade de imprensa. Percebo que haja leitores que não atentem sequer nestas minhas prosas. Que delas tenham desprezo. Respeito. O que não conceberemos nunca é que se pague com a vida ou com qualquer outra ofensa o pensamento livre.
Todo o tipo de radicalismo culmina em exagero e às vezes em atos inexplicáveis. Foi assim no Charlie Hebdo. Mas é assim quando uma criança na Nigéria ata à sua cintura a quantidade de explosivos suficientes para se matar a si e mais uma vintena de inocentes. Eram todos inocentes. A criança, porque é da sua circunstância ser inocente, e os que pereceram inocentemente.
O Islamismo não é sinónimo de radicalismo. O catolicismo não é sinónimo de moderação.
A esquerda não é dos maus. E a direita dos bons. O mundo não é o Ocidente da razão e o Oriente da penumbra. Há de tudo. Sempre e em todo lado. O desafio é os bons, os moderados, os sensatos, aqueles que acreditam num mundo melhor, os que defendem os direitos fundamentais assegurarem que os outros, que são infinitamente menos, não colocam em causa tudo o resto.
O clima de terror que França viveu deve despertar as nossas atenções para a circunstância missionária que todos devemos cumprir. Não no sentido catolicista do termo. Mas sim no seu esplendor doutrinário: procurar melhorar o mundo em que vivemos. Perceber hoje as razões de segurança que outrora não se colocavam e que às vezes comprimem alguns direitos fundamentais. Mas é assim e é assim que tem de ser.
Hoje, muito mais do que na semana passada, estamos despertos para sentimentos e princípios que pensávamos não terem mais que merecer a nossa atenção. A liberdade de expressão e opinião. O terror. O medo. A barbárie. Aqui tão perto. Saibamos, em cada momento, afirmar que somos livres.
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