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Ideias

2013-05-31 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

1 . Como titulava o JN de 30.4.13, “Deputados tentam segurar pensão”, dizendo-se no texto que pelo menos 14 deputados, sobretudo do PS, pediram, desde 2012, a subvenção mensal vitalícia, embora a maioria não preveja abandonar as funções”. E isto porque querem garantir “que a recebem se houver mais cortes”, porquanto tal subvenção, anulada em 2005 por Sócrates, ficou salvaguardada em relação a quem, como eles e muitos outros, na altura já tinha direito a recebê-la.

Na verdade “ quem na altura tivesse direito a recebê-la ficaria salvaguardado” mas porque os actuais cortes e eventuais mudanças perturbam e assustam, nada há como prevenir possíveis surpresas. Assim, segundo o JN, “Alberto Costa, António Braga, Jorge Lacão, José Junqueiro e Maria de Belém são alguns socialistas que quiseram assegurar a pensão”, ainda que, reconheça-se, o medo não tenha cor política. Na realidade, se o social-democrata Correia de Jesus “diz temer mudanças que afectem esse direito (...), no PSD, também Hugo Velosa, Guilherme Silva e Macário Correia pediram a pensão, mas só o ex-autarca de Tavira a receberá agora, por estar reformado”.

Admitindo-se e compreendendo-se a aflição e as preocupações de todos estes “coitadinhos”, que pensar então dos muitos milhares de pensionistas e reformados que, já muito afectados nas suas pensões e vidas, ultimamente vivem ainda a perturbadora ameaça de novos cortes pelo governo, como resulta dos discursos de Passos Coelho e Paulo Portas e seus “bailados”.

É certo que o “famoso” Ulrich, um banqueiro que de aflito e coitadinho não tem nada, ao referir-se ao povo e sua situação de vida face aos cortes e austeridade bolçou um estúpido “ai aguenta... aguenta!”, mas muito gostaríamos nós de saber qual a “miraculosa” receita para a resistência de um povo à miséria e qual o caminho possível para toda uma sobrevivência quando os dinheiros das reforma ou pensão, na sua quase generalidade, não vão além de umas curtas centenas de euros, a que há ainda que subtrair IRS, IMI, as contas do gás, electricidade e água, os dinheiros para remédios, etc., etc.., não se falando sequer na incontornável desgraça de um desemprego e crescente agravamento do custo de vida.

Na verdade tudo isto, diga-se, após longos anos de descontos, trabalho e sentida e fundada esperança num Amanhã, que tão só não aflige nem preocupa o muito “televisivo”, “inteligente” e “desbocado” banqueiro, porque imune a tais problemas.

Um Amanhã que toda uma “gentalha” da política arruinou e desgraçou ano após ano, assim dizimando e dando cabo de um país que realmente pôs de pantanas, de pernas para o ar, de todo “esganado” e até com a língua de fora perante a gravidade da actual situação. E se pouco depois do 25 de Abril todos ficaram chocados com as palavras-ameaça de Otelo de encher o Campo Pequeno com os reaccionários da direita, lamentando e criticando-o profundamente, nós, que sempre repudiámos a violência, muito séria e justificadamente nos preocupamos com um eventual aparecimento de um qualquer idiota, desvairado, desbocado e revoltado que, evocando o passado e imitando Otelo, reclame e sugira o Campo Pequeno para todos quantos desde há anos têm vindo a “comer” à custa da política, destruindo o país e delapidando dinheiros do Estado.

Aliás o problema até seria só a capacidade de lotação pois, por mais que se acotovelassem na arena, seria sempre necessário usar o espaço das trincheiras, reservando-se os curros para os figurões mais responsáveis e banqueiros. E havendo apertos, dir-se-ia então um “ai ... aguentam ... aguentam!” como o “inteligente” Ulrich.

2 . Ana Gomes, a “profissional” eurodeputada do PS, dando-nos conta de uma vida muito atarefada e de correria, referia com “modéstia” o seu “trabalho sempre ao fim de semana e fora de horas” e as suas muitas deslocações e viagens, anotando-se que, sendo de Lisboa, “é casada, tem uma filha, três enteados e sete netos” (JN, 4.5.13).
Não a conhecendo pessoalmente, é de todo incontornável que nos cansámos já de a ver na televisão, toda eléctrica, demasiado assertiva, irritante no seu tom de voz, normalmente “agressiva” na sua muito especial maneira de ser e de falaciar, sendo incontroverso que não conseguimos simpatizar com tal senhora, dar-lhe atenção ou atribuir valor às palavras por si “bombardeadas” e atiradas a torto e a direito.

Referindo passar muito tempo fora de sua casa em Lisboa até disse um “sinto falta de estar com a família , sobretudo com o meu marido e os meus netos” (id.), mas, sem se querer ser maldoso, atendendo à sua controversa figura, incontornável postura, “agressivo” tom de voz e irritante “gritar” dos seus pontos de vista e “falar”, duvidamos que tais familiares tenham idêntico sentimento.

Na realidade há pessoas que se apresentam e se projectam com um tão elevado grau de pureza e imaculabilidade no pensar e agir que até já se receia que o mundo se venha a desmoronar com tais “bombardeamentos” agressivos, falaciosos e “travestidos” de imaculabilidade. Como um ex-qualquer coisa, Morais de nome, que se vem projectando como um cidadão mais do que exemplar, actuante e paladino na luta contra a corrupção.

Simplesmente importará nunca esquecer que quem está ou esteve nos meandros e engrenagens da política, por mais que se “embrulhe” em imaculabilidade e pureza, não conseguirá nunca apagar tal “pecado original” e afirmar-se imune às tentações dos compadrios e corrupção. Aliás em política nunca será expectável uma “pura” e “real” imaculabilidade, como o denotam os “imaculados” e “puros” que vimos conhecendo.

3 . Há dias foi-nos referenciado não haver grande diferença entre o PS e o PSD nas suas ideias, atitudes, modos de ser e de viver em democracia e no governo. Aliás com uma explicação que, embora “embrulhada” como anedota, nos fez sorrir e matutar dado se configurar como uma dissecação clara e perfeita da realidade.

Tomando como exemplo os automóveis, o PS e o PSD serão carros da mesma marca e até de idêntico modelo, um trabalhando a gasóleo e outro a gasolina, sendo certo que as diferenças de custo em combustível não serão assim tão sensíveis e, quanto a qualidade do material e sua manutenção, não há muito que os distinga. Até porque a “linha de montagem” é única ou similar, com os mesmos “designers”, e são apontadas iguais virtudes e defeitos, com a “clientela” a optar por ou outro tão só devido ao paleio dos “vendedores”, aliás com escola e estudos idênticos. O que poderá eventualmente ter muito que ver com as “cantatas” sobre “airbag”, “ABS”, ar condicionado, suspensão, jantes, pneus, etc., quase sempre ilusórias e de todo falsas.

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