As eleições na Alemanha marcaram um ponto de viragem significativo no panorama político europeu, com a ascensão da Alternativa para a Alemanha (AfD). Este partido, de extrema-direita, tem vindo a consolidar-se como uma força política relevante, aproveitando o crescente descontentamento de uma parte significativa da população alemã. Esta ascensão não é um fenómeno isolado, mas parte de uma tendência mais ampla que tem vindo a ganhar força em várias partes da Europa.
Os motivos que explicam a popularidade crescente de partidos de direita são múltiplos, mas dois fatores são particularmente relevantes: a imigração e o descontentamento generalizado com as políticas dos governos tradicionais. A crise migratória, que afetou a Europa nos últimos anos, gerou um sentimento de insegurança e uma perceção de que os governos não estavam a gerir corretamente as fronteiras e a integração de imigrantes. A AfD, como outros partidos de direita, soube explorar esta questão, associando-a frequentemente a temas como a segurança e a identidade nacional. Para muitos eleitores, o debate sobre imigração tornou-se central na definição do futuro da Alemanha, levando-os a apoiar um partido que promete uma postura mais rígida e nacionalista.
A insatisfação com os partidos tradicionais, a crescente desconfiança nas instituições políticas e a percepção de que as elites não estão a responder às necessidades da população têm levado muitas pessoas a procurar alternativas, muitas vezes em propostas que desafiam os princípios fundamentais da União Europeia e os valores democráticos. A questão da imigração, a segurança e a identidade cultural têm sido bandeiras comuns desses movimentos, alimentando o medo e a polarização.
Neste contexto, a Iniciativa Liberal tem-se destacado pela sua postura pragmática e pela promoção de políticas que visam a integração e a inclusão, mas sempre com uma forte ênfase no respeito pelas leis e na segurança. Uma das propostas que a Iniciativa Liberal trouxe ao parlamento português foi a inclusão da nacionalidade no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), uma medida que visa proporcionar dados mais transparentes sobre a criminalidade em Portugal.
Esta proposta permite que se diferenciem casos de criminalidade de cidadãos nacionais e estrangeiros, o que ajuda a mitigar estigmas que muitas vezes são associados a determinados grupos ou etnias. Esta medida, longe de ser uma forma de discriminação, dá clareza ao debate público e evita que o discurso populista se alimente de falsas narrativas. Ao promover a transparência, esta proposta da Iniciativa Liberal ajuda a criar um ambiente de maior compreensão entre as diferentes comunidades, o que contribui para um debate político mais responsável e fundamentado.
A proposta foi aprovada e representa um passo importante para a construção de uma sociedade mais inclusiva, baseada em factos e não em preconceitos.