Da Importância das Organizações Profissionais em Enfermagem
Ideias
2025-01-20 às 06h00
A voragem da mudança no mundo é “tão tamanha” que, hoje, raro será o dia a que nos assista serenidade para discernir sobre o que ocorre, os seus efeitos e as suas causas, independentemente do grau de importância, grandeza ou consequência que o mesmo implica.
Os acontecimentos sucedem-se em catadupa, a respectiva hierarquização e relativização em função do inerente impacto e efeito nas nossas vidas anula-se, e é substituída pelo protagonismo da facilidade de opinião e difusão da dita informação (ou, simplesmente, divulgação…), a informação fidedigna, ou melhor, a verdade fragiliza-se em nome da insegurança de uma real certeza ou configuração e “novos palcos” de expressão e participação se expandem e impõem (emergindo como aquele mais óbvio as ditas redes sociais).
Há muito que novas formas de comunicar se dão a conhecer e se envolvem na comunidade, há muito que “novas” palavras se disseminam e polvilham o espaço público, numa diluição de significados e valorização semântica para uso indiscriminado, errante e, tantas vezes, deturpado e adulterado.
Talvez aquelas mais visíveis sejam “inverdade” e “percepções” … Hoje, parece que a mentira deixou de estar presente e se confinou a um recanto tão anónimo que emergiu a necessidade de recriar e impor palavra substituta para os momentos de ausência da verdade (inverdade), preferencialmente, mais inócua ou inconsequente, menos dolorosa ou, no limite, ofensiva. No final, seja como for, tudo se resume a “faltar à verdade”, mantendo-se, na substância, a gravidade de tal, mitigada e atenuada pelo “manto diáfano da espuma dos dias”.
Todavia, e sem prejuízo de tal, é a palavra “percepções” que mais aparenta ganhar lastro e presença, de tal forma que, no momento presente, não existirá ninguém que não percepcione, que não pense em função de percepções e que não decida com base em percepções. Tudo é percepção! Naturalmente exagerado o panorama, mas indutor de uma realidade que, rapidamente se liquidifica no espaço público e inunda o debate, a comunicação e o seu resultado.
De uma forma simplificada, talvez “simplista”, mas, acredita-se, directa e “perceptível”, formamos opinião e pensamento, conhecimento e saber em função de sensações e percepções, informações e conclusões | constatações, tudo conjugando ou purgando, valorizando ou relativizando, sintetizando ou densificando nos termos da nossa “experiência de vida” (com tudo o que esta expressão encerra).
Sensações que resultam do nosso sentimento directo e imediato, da nossa reacção espontânea. Percepções que se afiguram soma de sensações e cuja repetição nos ajuda a acrescentar algo mais às sensações, valorizando-as para lá do momento (e, eventualmente, seu real significado e dimensão). Informações que se verificam retrato de verdades, espelho de sínteses e fotografia de ocorrências e de factos. Informação essa que, depois de trabalhada, entendida e cruzada, nos permite fixar conhecimento e assumir constatações e conclusões, numa estrutura hierarquizada e auscultada de densificação de quantidade e qualidade “de tudo o que se passa”, num processo de robustecimento do nosso pensamento e decisão que se entende necessário e desejável. E tal assim é, porquê?
Acredita-se que é este processo hierarquizado que gera preocupações, convicções, opções e decisões, também estas relacionadas e situadas entre si de forma racional e estruturada. Na verdade, acredita-se que as preocupações emergem das sensações que experimentamos e são o primeiro grau de alerta, a espoleta geradora do fervilhar de atenção e do pensamento. Atenção e pensamento que nos levará às primeiras noções e convicções, ao primeiro desenho mais do que circunstancial do nosso referencial reflexivo, o qual nos transportará para opções que, consequentes e de consequência, direcionam e formatam as nossas decisões.
Aqui chegados, densamente robustecidos estaremos, demoradamente serenados nos afirmaremos, sabiamente informados nos envolveremos no cumprimento qualificado do nosso direito e dever: sermos nós próprios, assumindo a diversidade de pensamento, de ser e estar, mas aceitando uma plataforma comum de sustentação e relação: a verdade na sua expressão desnudada de interesses e nuances, a verdade real e não a percepcionada. Neste momento complexo que vivemos, importa não fazer das “percepções” protagonista exclusivo, antes valorizando na sua justa medida e lugar. Saibamos sentir e ler, estudar e entender, debater e rebater, optar e decidir, sem precipitação interessada em competição e visibilidade, sem demora que tergiversa e nada acrescenta, num exercício comunitário que aceita a diversidade, o pensamento variado, o confronto de ideias, mas que não exclui por percepções “erradas” ou que inclui percepções “desviantes”. Só a verdade garante o caminho certo!
Que saibamos ser assim, comunidade que se entende em nome do seu bem maior: a verdade pública!
13 Fevereiro 2025
13 Fevereiro 2025
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