Entre a vergonha e o medo
Ideias
2016-05-31 às 06h00
O tempo é uma coisa preciosa. Não se sabe bem de onde vem, onde está e para onde vai, mas é conhecido o facto de que ele passa sem parar. O tempo tem igualmente humor. Foge-nos das mãos quando mais precisamos dele, corre para não o apanharmos e passa depressa quando estamos a realizar algo que nos dá prazer. O tempo é astuto, é hábil. Deixa-nos com rugas de sabedoria e com experiência nas mãos, para conseguirmos fazer frente aos diferentes problemas da vida que necessitam de maior atenção e vivência. Mas o tempo existe. E será que o sabemos aproveitar?
Vemos, no dia-a-dia, o stress espelhado no nosso rosto e no rosto dos outros que passam por nós. Sabemos que, eventualmente, a nossa saúde será afetada por este ritmo, mas reconhecemos que vamos além mais um pouco, mais ou pouco, mais outro pouco. E vamos andando nestas rotinas demasiado rápidas e demasiado intensas com medo que o tempo não nos chegue para tudo. E realmente não chega. Porém, será que sabemos gerir esse tempo disponível naquilo que é realmente importante? Não desperdiçamos horas com questões insignificantes, desnecessárias e que, simplesmente, nos roubam tempo?
A gestão do dia-a-dia depende, em grande parte, das nossas prioridades e exigências sociais - família, trabalho, … - que se influenciam umas às outras. Grande parte do nosso dia é passado a trabalhar, outra parte é passado a dormir/descansar, portanto, o que fazemos com o restante dia? Vamos a contas: oito horas de trabalho, oito horas de descanso… O que fazemos com as restantes oito horas? Quem tem filhos será que passa algumas dessas oito horas com eles a brincar? A conversar? A ver um filme? São esses tempos aproveitados com os nossos descendentes para realizarmos uma manutenção do estado mental deles e prevenirmos futuras complicações? E os nossos pais? Quanto tempo passamos com eles? E os nossos amigos?
São questões pessoais de cada um de nós. Sabemos, individualmente, quais as nossas prioridades, responsabilidades e escolhas. Pergunto ainda: será que as sabemos gerir e aproveitar?
A nossa saúde depende do nosso tempo e do tempo que dispomos para ela. É possível tirar trinta minutos do dia para nos dedicarmos a algo que gostamos muito de fazer? Então vamos! Tiremos esses trinta minutos! É possível apenas tirar quinze minutos? Então força! Tiremos esses quinze minutos! Mas que sejam de qualidade e plenos, com a máxima dedicação e concentração. Seja caminhar, correr, ler um livro, ver o telejornal, bordar, cantar, ouvir música,… Que o seja em grande - durante esses minutos que vamos estar dedicados a nós. Afinal, o tempo também é nosso. Demo-nos um pouco do nosso tempo. Será esta frase, nos dias de hoje, assim tão estranha?
Como não é possível mudar o passado, aconselho o investimento no presente, preparando o futuro. E a preservação de algum tempo para o nosso bem-estar, e o dos outros que nos rodeiam, faz parte desse investimento. A definição do que é ou não importante, essencial, somos nós próprios que a fazemos, e depende inteiramente da nossa vontade de mudança. O tempo alia-se à nossa visão da realidade e à transformação de deixarmos para trás o que não interessa.
É possível darmos aos acontecimentos apenas a importância que os mesmos merecem, não ultrapassando o limiar do razoável e do que realmente merece o gasto do nosso tempo - tão precioso. Assim poderemos ajudar-nos na manutenção da nossa saúde mental e da nossa felicidade.
Perguntem ao vosso tempo se não tem um “tempinho” para vocês. Talvez até fique admirado por saber que estão interessados em passar algum tempo com ele.
13 Junho 2025
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