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Plano de ataque

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Ideias

2021-12-28 às 06h00

João Marques João Marques

Adivinha-se um ano de 2022 apostado na recuperação da atividade económica e, sobretudo, da normalização do quotidiano dos bracarenses.
É verdade que as recentes variantes do vírus avariaram as mais otimistas perspetivas, mas a indesmentível melhoria dos números de pessoas que perecem, ou se veem forçadas ao internamento hospitalar devido ao COVID 19, demonstram a eficácia da vacinação e a imprescindibilidade de se continuar a confiar na ciência, no conhecimento e na informação.
Deve ser, por isso, recebida com satisfação a proposta de plano de atividades para 2022 (em conjunto com o orçamento) que o executivo recentemente aprovou e que será debatida e votada na próxima quinta-feira, na Assembleia Municipal.
Satisfação, desde logo, por apontar caminhos para essa normalização da vida em sociedade e revelar processos de superação do contexto pandémico que vivemos.
Em grande destaque surge a cultura, com a badalada candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027 a liderar o caminho. Neste campo, os sete milhões de euros anunciados são uma demonstração cabal do compromisso muito sério com o sucesso, não da candidatura, mas de um clima concelhio de promoção da atividade cultural.
Estas previsões foram ainda recentemente confirmadas com a adjudicação da requalificação da Francisco Sanches por 1,7 milhões de euros. Um equipamento que reclamava esta intervenção coerente e estruturada e que não podia ser desperdiçada como mera sede da junta ou modesto salão de festas da freguesia. Cá está um bom exemplo da utilidade de um planeamento competente por parte da Câmara Municipal e que, sem prejudicar a fruição do espaço pelos fregueses de S. Victor, não limita a sua ambição a vistas curtas ou ziguezagueantes.
Com a requalificação, o novo centro cultural vê arrancar a sua primeira fase, com o foco na transferência do arquivo municipal para um local digno e a consagração de valências de exposições e biblioteca ao serviço dos bracarenses. Lembre-se que este projeto ascenderá a um investimento global de cerca de 4,5 milhões de euros.
Há muitas outras novidades no setor cultural, mas o orçamento não se esgota nesta vertente.
A habitação é uma preocupação fulcral e ocupa um espaço nuclear neste plano. Há uma nova agenda em preparação e com medidas concretas já delineadas, onde os mais carenciados poderão contar com um incremento do RADA que, ao longo dos próximos quatro anos, será duplicado.
Todos sabemos, porém, que a dificuldade de acesso à habitação não é um fenómeno exclusivo dos mais pobres, sendo cada vez mais comum assistirmos a famílias da classe média sem recursos para cobrir o que o mercado pede. Daí ser decisiva a ação da Câmara Municipal, não como um agente do mercado, mas como facilitador de soluções que deem resposta a estes desafios.
A revisão do PDM é uma dessas medidas, de que já aqui falei, mas também a criação de uma nova unidade orgânica nos serviços municipais, dedicada à regeneração urbana e à política habitacional municipal, serve como um sinal de que o executivo pretende conferir centralidade a este dossier e agilizar os procedimentos internos para que não haja arrastamentos burocráticos de processos que prejudiquem os cidadãos e fragilizem a autarquia.
Uma última nota, no domínio da proteção civil, para sublinhar a recente notícia de que as obras do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Braga obtiveram a competente licença e poderão finalmente avançar. Uma boa notícia que ultrapassa as melhores expectativas que o próprio município deixou expressas no plano, onde apontava para o início do próximo ano a conclusão do processo de licenciamento.
Com este plano, a porta está aberta para que se retome o caminho que Braga encetou desde há oito anos a esta parte e, assim fazendo, esquecermos estes tristes e trágicos anos de pandemia.
Mais triste, ainda, porém, é a mensagem com que termino.
Não poderia deixar de aproveitar este espaço para uma breve, mas sentida evocação de um homem que foi íntegro e inteiro, tendo-nos deixado poucos dias antes do Natal.
Um Colega de profissão como poucos, mas sobretudo um ser maior do que o tempo, porque nele passava sem se fixar. A grandeza de gente assim, que é rara e, por isso, inestimável, radica nessa capacidade de se passear connosco no presente que coabitamos e simultaneamente se deslocar, sem mácula, hesitação, ou tropeço, pelo crepúsculo e pela aurora da história. Um gigante com o peso de um átomo, tendo nessa granularidade existencial a garantia da inquietude livre, a única e verdadeira liberdade.
Com ele muito aprendi e, com a sua generosidade humilde, sempre me colocou à vontade para que lhe demonstrasse a minha infinita ignorância, nunca julgando, desmerecendo ou desqualificando uma ideia, por muito idiota que me apresentasse.
Viveu marcando-nos e, na sua marca, continuaremos a fazê-lo viver. Um bem-haja eterno ao João Lobo.

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