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Plástico - Pequenos passos no caminho certo

A responsabilidade de todos

Escreve quem sabe

2018-10-20 às 06h00

Ana Cristina Costa Ana Cristina Costa

A Quercus vê com bons olhos as medidas aprovadas no Conselho de Ministros para a proibição do uso de garrafas, sacos e louça em plástico na Administração Pública. Apesar de estes passos parecerem pequenos, são dados no caminho certo e poderão ter uma repercussão muita além dos corredores da Administração Pública.
A proibição do uso de garrafas, sacos e louça em plástico descartável é um sinal de que o problema do uso abusivo de plásticos de utilização única, e as suas consequências para o ambiente, é de facto um assunto sério que merece a maior atenção de Governos, Indústria, Empresas, ONG e da Sociedade Civil em geral.
Esta proibição poderá provocar três efeitos positivos:
- A redução do uso destes materiais poderá elevar o problema da poluição por plástico descartável a uma prioridade nacional;
- Educação ambiental aos funcionários públicos, que poderão replicar estas medidas em suas casas;
- Ser um exemplo para o setor privado, desafiando as empresas a adotar medidas semelhantes com o intuito de reduzir o consumo de plásticos de utilização única.
O consumo de produtos descartáveis continua a crescer, estimando-se que sejam consumidas nos restaurantes portugueses anualmente palhinhas suficientes para dar a volta ao planeta cinco vezes. A que há a acrescentar os copos de café, as beatas de cigarro, as embalagens take-away, os sacos de plástico e as garrafas descartáveis. Estes materiais são considerados como produtos de uso único e de curta-duração, na medida em que a sua utilização limita-se a minutos e o seu destino muitas vezes acaba por não ser a reciclagem.
Pelo que a Quercus congratula o Governo com a proibição do uso de garrafas, sacos e louça de plástico.
Em 2050 o peso do plástico no mar poderá ultrapassar o do peixe. O problema da poluição provocada pelo plástico afeta-nos a todos pelo que todos somos responsáveis, quer a título individual quer, sobretudo, a nível coletivo:
- Ganhe o hábito de ir às compras sem plástico.
- Livre-se do plástico que tem em casa.
- Aconselhe as outras pessoas a prescindirem do plástico.
- Faça planos para acabar com o plástico.
- Dê início à sua própria campanha para acabar com o plástico.
Em 2002, depois de descoberto que as inundações ocorridas no início do século tinham sido agravadas devido ao entupimento da rede de esgotos provocados por sacos de plástico, o Bangladesh foi o 1.º país do mundo a proibi-los.
Anualmente ocorrem limpezas costeiras internacionais em mais de uma centena de países, com recolha e registo do lixo apanhado nas praias e nele mais de 1/5 são beatas e as garrafas e respetivas tampas estão sempre nos 5 primeiros, já que, por exemplo, menos de metade dos 13 mil milhões de garrafas de plástico rejeitadas todos os anos na UE são recicladas (35 milhões todos os dias).
Só a Coca-Cola (o maior produtor de bebidas vendidas em garrafas de plástico) produz mais de 120 mil milhões/ano que, em fila, base encostada ao gargalo da seguinte, perfariam a circunferência da Terra 700 vezes.
Em 2016 um nova-iorquino (Rob Greenfield) resolveu envergar um fato feito com lixo que tinha produzido durante 1 mês (sacos, recipiente, copos de café, garrafas de plástico) passando a mensagem de uma forma chocante, por se tomar consciência da quantidade que um cidadão comum produzia individualmente!
Microplásticos é plástico com dimensão inferior a 5 mm, ex. microesferas ou fragmentos de plástico de maiores dimensões que sofreram erosão (provenientes de sacos, garrafas, etc.).
Num estudo realizado na Fossa das Marianas (Oceano Pacífico Ocidental), 11 km abaixo do nível do mar, todas as amostras tinham microplástico: anfípodes (minúsculos crustáceos que se alimentam no fundo do mar sem nunca verem a luz solar) tinham plástico.

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