Arte, cultura e tecnologia, uma simbiose perfeita no AEPL
Escreve quem sabe
2024-02-16 às 06h00
Em resposta ao lançamento do primeiro satélite artificial da história, o Sputnik-1, o presidente Eisenhower fundou, em 1958, a NASA.
A competição pelo Espaço entre dois blocos antagónicos, estimulando o génio, engenho e criatividade de cientistas e engenheiros, com o apoio de líderes políticos e população, alargou horizontes e cativou milhões de jovens para as áreas das ciências e tecnologias.
“É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós”, dizia Saramago. Pode não ter sido consciente, mas assim o fizemos. Não só olhamos mais além como também olhamos mais e melhor para o nosso planeta.
É o site da NASA que consulto quando quero perceber quanto pó do deserto do Saara alimenta a floresta da Amazónia. As massas de poeiras, transportadas pelo vento ao longo de 4800 quilómetros, através do Atlântico, podem ser observadas do espaço.
É complexa a interdependência dos sistemas ecológicos terrestres. O deserto do Saara é enorme, em crescimento e muito vivo. Contribui e integra um ecossistema valiosíssimo para o nosso planeta e muito valorizado por ambientalistas e população em geral.
O pó do Saara, rico em fósforo, nutriente essencial para o desenvolvimento das plantas e do qual a floresta tropical depende para florescer, compensa as perdas devidas ao escoamento superficial e cheias.
Mas se esta é uma explicação simplista de um fenómeno complexo, então, o que dizer de um tema como as alterações climáticas, mais complexo, mais complicado e de mais difícil simplificação?
Se a escala do problema e o número de variáveis tornam desafiante a compreensão deste fenómeno a cientistas que não se dediquem de corpo e alma ao seu estudo, então, atrevo-me a escrever que será quase impossível ao cidadão comum.
A multidisciplinariedade exigida e o recurso às ciências fundamentais, Física, Química, Biologia e, claro, a Geologia, obrigam a que o estudo nesta área do conhecimento científico seja um esforço de equipa.
Tenho sempre grande dificuldade em debater o tema das alterações climáticas. Tema tão vasto e cuja dimensão dos dados a analisar é de tal magnitude que me sinto incapaz de o discutir cientificamente.
Aceito, com cepticismo, a voz dominante. Com cepticismo pois não alinho em discursos fatalistas nem em discursos que envolvam expressões como emergência climática e, dependendo do contexto, eventos climáticos extremos.
Se a guerra fria foi, erradamente, vaticinada por muitos como sendo o sinal do fim dos tempos, também não creio que a temática das alterações climáticas seja sinal da chegada dos cavaleiros do apocalipse.
Prefiro aliás desviar o debate das alterações climáticas para poluição, pois muito frequentemente o debate é sobre poluição ou outra acção humana, e não sobre alterações climáticas ou clima. Partilho um exemplo recente: parte da causa do desaparecimento do Mar de Aral foi apontada na comunicação social como se devendo às alterações climáticas.
Sou cada vez mais optimista, na linha de Hans Rosling e, tal como Bjorn Lomborg ou Steven Koonin, defendo que as alterações climáticas, não sendo o sinal do apocalipse, são reais e têm contribuição antrópica. Mas, talvez por ser mais cornucopiano do que malthusiano, acredito que parte das soluções já foram encontradas pela ciência e pela engenharia. Mas isto é o que eu acho e o que sinto, e isso, para minha frustração, isso não é Ciência.
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