O preço da transparência
Ideias
2016-05-13 às 06h00
1.“João Soares ameaça críticos com bofetadas”, título do C.Manhã de 8.4.16, o que não nos surpreendeu face à sua genética, aos seus conhecidos destemperos e a outras atitudes. Como já aqui escrevemos, o bom senso vem-se perfilando cada vez mais como um “sem-abrigo”, já que sem “morada” e há muito desalojado de onde e em quem devia “residir”, não sendo de estranhar o ocorrido, com a figura em causa a deixar perceber carência de qualidades, virtudes e até de inteligência ao perder completamente as estribeiras. Mas infelizmente temos de convir que isso da “malhação” se configura como a normal “cultura” do PS, que até já faz história pela sua vulgaridade e frequência, aliás como no-lo recordam «o juiz Carlos Alexandre que se cuide» (Mário Soares, pai do dito cujo aquando de uma ida a Évora e o processo de Sócrates), «quem se mete com o PS leva» (Jorge Coelho, famoso ex-governante e mentor político socialista), «o que é preciso é malhar na direita» (Santos Silva, o “delicado” ministro dos Negócios Estrangeiros), e ainda a virulência e os esgares ameaçadores do Galamba e outros camaradas cujas palavras e atitudes deixam entrever ameaças “veladas”e toda uma “encapotada” violência. Situações e casos em que o Pinho, com o “endereçar” de uns “corninhos” a um seu par parlamentar, até se perfila como uma figura angelical.
Mas voltando à ameaça de bofetadas “salutares” proferida pelo então ministro da Cultura a dois colunistas do “Público” que o criticaram, é de se perguntar onde é que “reside” ou “mora” a cultura, afigurando-se-nos que no caso concreto não passa também de um “sem-abrigo”, porque sem “morada” no titular da pasta. Augusto M. Sea- bra e Vasco Pulido Valente, um sociólogo e crítico, os ameaçados, em parâmetros de cultura até podem pedir meças ao J. Soares, aliás um erro de casting de Costa na formação do governo, que de algum modo teria de existir mesmo sob a forma de geringonça para satisfazer interesses pessoais e partidários e dar cobertura a certas tendências.
Aliás, do ocorrido registamos a posição do Pulido Valente, dizendo à Lusa que «ficava à espera das bofetadas», um sinal de inteligência e da insignificância e ridículo em que é tido J. Soares, e anotamos a de Augusto Seabra ao considerar a ameaça um atentado «contra a liberdade de expressão e os direitos constitucionais dos cidadãos»”. Uma realidade, convenha-se, mas que tão só se “afirma” como verdade quando não afecta os interesses pessoais dos políticos ou os fins visados pelo partido. Face às muitas críticas, censuras e ao “puxão de orelhas” de Costa apenas lhe restava a demissão, como ocorrreu, aliás a solução lógica e mais ajustada à sua grosseria e arruaceirismo, sendo ridícula a sua afirmação de que «sou um homem pacífico, nunca batia em ninguém”. Ficámos mesmo de todo tranquilos!...
2.A demissão do CEME, o general C. Jerónimo, aliás ocorrida na mesma semana da do J.Soares, apresenta-se-nos mais significativa, relevante e com outro conteúdo, transmitindo-nos a ideia de que, como militar honrado, “não esteve para aturar o ministro” da Defesa, “uma das personagens mais repelentes da política nacional”, no dizer e no escrever de Cintra Torres, já que, apesar de ter sido aberto um inquérito, “antecipou-se à investigação e apressou-se a criticar a chefia do Exército” (C.M. 10.4.16) pelo falado caso do Colégio Militar. Uma demissão que “ocorreu depois de o subdirector do colégio, tenente-coronel António Grilo, ter reconhecido que os alunos homossexuais «são excluídos»” (id.), e lamentada por pais e antigos alunos do C.Militar que “emitiram um comunicado em que exigem «especial atenção na gestão do tema dos afectos»”. Claro que logo imaginámos o burburinho e balbúrdia que tal teria provocado na Opus Gay, em certos grupelhos e políticos que lhe são afectos, alapados na problemática dos direitos constitucionais e da violação do princípio da não descriminação ou segregação, mas não nos custa acompanhar Magalhães e Silva quando escreve que “os colégios mistos, sobretudo internos, dão lugar, inevitavelmente, a paixões homo e heterossexuais, que não têm margem de realização dentro do colégio; é que a escola, sendo, desejavelmente, espaço de afectos, não é, pela natureza da sua função, espaço de amores. Os que existirem realizar-se-ão, muito legitimamente, extra-muros” (id.), pugnando-se ainda para se “encontrar vias familiares e escolares que eduquem para o relacionamento indiscriminado com hetero e homossexuais”.
Simplesmente afigura-se-nos que a gestão de tal “tema dos afectos” (sinceramente “adorámos” a expressão!...) será sempre árdua e dificultosa em tão especial área de ensino e de preparação face a todo um quadro e esquema de vivências e enquadramento com fortes contornos militares, em que a “camaradagem”, a “caserna”, a “disciplina”, as “graduações”, os “postos”, o “comando”, a “hierarquia” e a “obediência” nem sequer se desvanecem ou se diluem no aparato de uma qualquer “parada”, mesmo que o ministro faça a revista às tropas, como em Pristina, sem gravata e de camisa aberta. As suas incontornáveis conexões e reflexos não deixarão de alavancar sempre nefastas sequelas.
3. E continuando-se no tema dos “afectos”, algo em que Marcelo parece e pretende ser “perito” e ter a primazia (venha-se lá saber porquê!...), é de registar o empenho e a posição do único deputado do PAN, um “zoofilo“ preocupado e interveniente que até já conseguiu meter na “geringonça” a Francisca, uma ministra que, contaminada e “perturbada” pela política, até nos faz duvidar da sua inteligência. A qualificação jurídica dos animais, como algo de intermédio «entre uma coisa e um ser humano, que é onde se situam os animais», como afirmou à margem de um encontro sobre a lei que criminaliza os maus tratos aos animais, para além de bacoca e de um ridículo atroz, naturalmente dá azo à afirmação de que “na hierarquia social do futuro, teremos os senhores doutores, os cães dos senhores doutores e, no fim, os zés-ninguém”( Banana Split, C.M. 14.4.16). Mas já agora, Senhora Ministra, atribua-se-lhes também um “cartão de cidadania animal”, integrem-nos num serviço público especial de saúde e dê-se-lhes número de contribuinte (pelo menos os cães e os gatos pagariam pelo “quantum” apurado da sua sujidade ao longo do ano). É que a Francisca, que nada tem que ver com a que um dia conhecemos, considera os animais como algo que não são coisa mas também não são gente. Perceberam?... Eu não, mas isso não interessa.
4.“A sociedade de advogados onde trabalha o amigo e consultor de António Costa faturou, nos primeiros dois meses deste ano, mais de 170 mil euros com o Estado”, escrevendo-se agora que “o gabinete do primeiro-ministro vai fazer um contrato de prestação de serviços com Diogo de Lacerda Machado ( o tal amigo e consultor) no valor de dois mil euros por mês” (CM 14.4.16). Uma geringonça que pretende “explicar” e “abafar”outras geringonças, como as que se vêm passando com o Tiaguinho, da Educação, com a saída de João Wengorovius Meneses de Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que se demitiu em rota de colisão com ele. Aliás tudo a processar-se e a desenvolver-se ao ritmo dos facebokeiros e tweteiros, áreas comunicacionais hoje muito “in” e usuais num quadro do diz-se diz-se e da má língua, e até por “gente” de quem não se esperava.
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