Correio do Minho

Braga, quinta-feira

- +

Ponto Morto

Seguir em frente

Ponto Morto

Escreve quem sabe

2022-03-02 às 06h00

José Manuel Cruz José Manuel Cruz

Putin atropelou a pré-campanha em França. É certo que neste fim de semana houve movimentações, destacável sendo o comício de Mélenchon na Reunião, que a cartografia heroica portuguesa creditava como Ilhas Mascarenhas, mas muito nos escorreu de mãos sem que o prejuízo lhe notássemos.
A Reunião fica para lá de Madagáscar, e contará em breve com um milhão de habitantes, nível populacional que justificou o investimento do candidato. O comício esteve à altura dos dotes de Mélenchon, que discursou no melhor plano, atenuando distâncias, valorizando a ultraperiferia insular. Foi aplaudido como toca aos oradores que são compreendidos, isto é, sem que nada de forçado se notasse na assembleia. Eu, sendo o caso, votaria por ele.
Diluídos em multidões, Jadot dos Verdes, e Roussel dos comunistas, chamaram a si as dores da Ucrânia. Palavras de circunstância em que Putin foi alvo indecoroso.

Marine Le Pen, porque não se veja confortada com as assinaturas de proponentes, interrompeu demonstrativamente a campanha, como que transpondo a responsabilidade da sua não apresentação para o Estado. Simbolicamente, François Bayrou, líder do MoDem e Maire de Pau, conquanto adversário decidiu endossá-la, ficando bem na fotografia.
Pecrésse esbate-se desde a questão do cão abordada na última crónica. Zemmour, muito ao lado, dá uma no cravo e outra na ferradura, posto que se tanto reconhece ter-se enganado acerca das intenções belicistas de Putin, logo no mesmo embalo preconiza que não deva a França acolher nenhum refugiado ucraniano.

É caso para dizer que não terá com que se preocupar, que cedo regressará às origens quem hoje se vê forçado a fugir.
Macron continua sem se declarar candidato, o que irrita solenemente os concorrentes, que assim perdem oportunidade de o confrontar. Nula é nele a vontade de debater seja com quem for, aliás confessada, já que deixou escapar que não participaria num frente-a-frente senão na segunda volta.
O ultraje à democracia é o menos, nestes dias em que temos caça grossa no quintal.

Deixa o teu comentário

Usamos cookies para melhorar a experiência de navegação no nosso website. Ao continuar está a aceitar a política de cookies.

Registe-se ou faça login Seta perfil

Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.




A 1ª página é sua personalize-a Seta menu

Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.

Continuará a ver as manchetes com maior destaque.

Bem-vindo ao Correio do Minho
Permita anúncios no nosso website

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios.
Utilizamos a publicidade para ajudar a financiar o nosso website.

Permitir anúncios na Antena Minho