Correio do Minho

Braga, quinta-feira

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Pontualidades, por Rosa Magalhães

Os bobos

Conta o Leitor

2011-07-04 às 06h00

Escritor Escritor

Cheguei!
A porta está fechada.
Outra vez e o relógio não espera!
Ouço vozes que falam lá dentro onde as horas batem certas e a cara da desculpa já não é válida. A porta está trancada houve falha, a educação enganou-se na sala e bateu com o nariz na porta errada. Os salpicos que trespassam os segundos são passos galopeados pela falta do carisma onde se senta de mãos atadas, apenas o que fica é o não-me-ralo que também já estava sentado cá fora.
- Boa tarde como está, Sr. não-me-ralo?
Curva-se a vénia que responde numa espera que se lixe.
- Estou bem sentado!
Repete a cara da tradição que nem existe.
O relógio da vida cansou de esperar por recortes e feitios complacentes que não se compadecem de pontualidades, nem de respeito nem de reconhecimento.
Não há virtude nem vénias à desculpa.
Só os maus hábitos a trazer maus hálitos criados das ausências de culpas nas presenças sem desculpas!
- Vamos pontuar as agendas?
Criar uma nova arte nas horas com minutos mais pausados e segundos guardados para os mais atrasados?
E o relógio biológico espera?
Dizer que só me atrasei uns minutos quando já passou mais de uma hora! Um dia, a educação desespera pelo cansaço crónico da espera e nem o Big Ben do mundo respeitado, terá pilhas avariadas!
É preciso comprar um novo cronógrafo para a tua memória?
Se tens charme tens pontualidade!
De que te vale um pequeno atraso mental atirado ao relógio parado, é esse teu sorriso esbelto que te caracteriza de desleixo, que se lixe o adversário!
Andam as raridades cheias de pontualidades e a franca falta de respeito é figura desagradável pela hora marcada a ser res-peitada na atitude.
- Sou alquimista do tempo, raramente chego fora de hora!
Disse a credibilidade que logo apanhou uma lufada de ilusões do velho português a pecar pela falta dela.
Existem prazos para quê, se não são cumpridos e ficam no desesperante sentimento batido, forte de preocupação, preocupante, a mostrar caras de “parvos” a confirmar…
… e nem aparecem.
Depois, nem justificam a falta marcada.
Onde ficou a cadeira e o prato com comida á espera de não ser devorada? Porque quem espera sente respeito e ainda paga o que ficou na volta, esta mania de meterem a mão no meu bolso sem haver a consulta!
Onde anda a culpa se não há sentimento culpado!
Parecem fardos de palha e ainda engrossam o desafio a possuir a falta de pontualidade...
- Todos olham o relógio...
- Falta o café que não chega a horas, estamos todos à espera!
Gritam os convidados.
Mas a máquina é lenta, ingénua é a busílis da questão e o adeus que não volta. Até o café anda nos resíduos da falta!
Entra o respeito a encher o peito:
- Eu cheguei à hora certa!
Todos troçaram a qualidade pontual do rigoroso, que por acaso chegou a tempo!
Este povo desorganizado a matar o incomodo do maldisposto e o rezingão que só traz tempo individual e nunca espera, chega sempre dentro do atraso mental sem as quatro rodas.
Falta de pontualidade é arrogância!
- Grita a pontualidade a manter ordem na esperança, que vai dando importância ao tempo e aos indivíduos já sentados dentro da porta que estava fechada.
A agenda está cheia, todos marcam as coisas ao mesmo tempo!
Assim não há tempo que vos aguente!
- Nada de desculpas, mexam-se!
Vão todos chegar atrasados de novo!
Onde vai parar a performance!
Onde irá parar a paciência?

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