Correio do Minho

Braga, quarta-feira

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Portas de vaivém

António Braga: uma escolha amarrada ao passado

Ideias

2013-10-04 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

De certo todos ainda se lembram das famosas portas de vaivém, sem batentes, que, em duas folhas, se abriam ou fechavam consoante o impulso da entrada ou saída das pessoas, e ao seu contacto. Como aliás nos ‘westerns’ americanos com os xerifes, pistoleiros e quejandos a surgir de surpresa às portas dos famosos ‘salons’ que se moviam ao seu impacto, aqui e ali com um e outro de revólver aos tiros, cinturões pendentes, esporas reluzentes, botifarras ruidosas e carabinas nas mãos.

Tal e qual como nos ‘filmes’ actuais da ‘cowboyada’ portuguesa em que se transformou aquilo a que ainda teimam chamar governação e democracia, e em que vêm vingando os ‘actores’, pululam ‘pistoleiros’, ‘fazendeiros’, ‘cangalheiros’ e ‘cowboys’ de mãos dadas com uma alargada ‘ganapada’ de políticos que desde há uns tempos têm vindo a dominar, a perturbar e a destruir o país.

E tudo isto, diga-se, perante a apatia esfíngica do ‘Marshall’ da zona que se mantém quedo e mudo (aliás se “fala” ou “mexe” só dá asneira!...) quando se teve um início de Verão bastante quente e a ameaça de fortes incêndios, quase a lembrar o Verão de 1975. Um ‘Marshall’ que se revela sem coragem, vontade e força suficiente para dar um murro na mesa e chamar à ordem toda a ‘criançada’ política.
Aliás tudo isto era mais ou menos esperado, até porque de modo nenhum se podem esquecer as palavras ou ditado do nosso povo, que muitos conhecem, de que “quem se deita com canalha acorda mijado”.

Um povo que tem a sabedoria de toda uma experiência de vida, cimentada e apurada ao longo de anos, e que por norma desagua em incontornáveis verdades.
É certo que hoje há as fraldas Dodot e outros resguardos que oferecem algumas garantias quando antigamente tão só vingavam as velhas fraldas de pano, laváveis e não descartáveis, os alfinetes de dama e as baetas, mas a realidade é que os ‘desastres’ e as ‘mijadelas’ continuam ainda a acontecer, e até com frequência, sendo sempre um risco para quem se deita com os ganapos ou canalha na mesma cama.

Claro que os ‘miúdos’ de agora são mais difíceis, mais birrentos e até mais ‘mijões’ (a educação então era outra e ... evitavam-se os líquidos), mas transpondo tudo isto para a triste realidade dos nossos dias, a grande verdade é que com a ‘canalha’ com quem nos temos vindo ‘deitando’ na governação deste país, e desde há uns anos, temos acordado bem ‘mijados’, molhados e até ‘ensopados’, tantas são as suas birras, criancices, irresponsabilidades e ‘canalhadas’, aliás com efeitos bem perversos para a resistência de um povo e situação em que vive o país.

Um ministro demitiu-se e logo no dia seguinte, a escassos minutos da tomada de posse do substituto, o próprio ministro de Estado e presidente de um dos partidos da coligação também inesperada e imprevistamente apresentou a sua demissão, e à sorrelfa, tudo numa ‘canalhice’ e ‘irresponsabilidade’ inqualificáveis, para mais estando o país numa situação grave, com troika e credores à perna.

Tal como num filme de cowboys, pela porta de vaivém do escabroso ‘salon’ em que se transformou o governo surgiu de sopetão um ‘pistoleiro’ que se crê o melhor atirador da área e pôs em alvoroço a pequena ‘cidade’ onde cada vez mais pululam ‘vaqueiros’ e ‘cowboys’ apenas interessados nos seus whiskys, seus lucros e vendas das ‘manadas’, de todo alheios aos demais moradores e forasteiros, ainda que estes se apresentem rastejantes, sujos de pó, maltratados ou feridos com bala.

E por razões só explicáveis e compreensíveis (?!) para quem viva da chicana política e espere frutos de todo um descalabro, ainda que fossem previsíveis, porque usuais, os ‘trejeitos’ e ‘bailados’ de alguns ‘pistoleiros’ da política, conhecidos pelas suas deambulações pelas feiras, encontros, congressos, mesas redondas, entrevistas, etc...

Claro que toda a oposição rejubilou e falou em queda do governo, com o líder (!?) do seu maior partido a esfregar as mãos de contente por antever eleições e a sua chegada ao poder, mas apreciámos sobretudo a pronta reacção do Jerónimo na TV, logo ‘convidando’ o povo a manifestar-se para que o governo caia, a ‘coragem’ do Arménio em admitir e reconhecer Portas como um useiro ‘traidor’, e ainda o comentário de Sousa Tavares, tendo-o como alguém a quem não se pode dar boleia.

Mas afigura-se-nos que neste mundo louco e acanalhado desta ‘cowboyada’ política, com quem, aliás, nos vimos ‘deitando’ desde Abril de 1974 e em que abundam portas de vaivém, ‘pistoleiros’, ‘boieiros’ de ocasião e ‘cangalheiros’ da democracia e do próprio país, a grande realidade é que continuaremos sempre a sair mijados e bem mijados, para não dizer outra coisa, enquanto os seus autores e causadores, aliás os ganapos do costume, saem sempre a contento, sem ‘assaduras’ ou ‘vermelhões’ nos rabos e nas virilhas, ainda que já não se lhe mudem as fraldas há demasiado tempo.

Aliás, diga-se, as ‘mudanças’ operadas não passam afinal de um mero ‘refrescamento’ de tal canalha com uns toalhetes de limpeza e um ou outro creme para um maior conforto dos ‘rabos’ desses ‘miúdos’, que no entanto continuarão a comportar-se como uns ganapos, de quem apenas é de esperar outras e mais ‘mijadelas’.

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