O Censo Escutista Anual
Ideias
2020-11-15 às 06h00
O agravamento da situação epidemiológica e a implementação de medidas de mitigação da pandemia COVID-19 estão na ordem do dia, e dominam a atualidade em todo o mundo. Uma problemática que está longe de encontrar as respostas mais adequadas, para a imprevisibilidade e velocidade das formas de contaminação. Incertezas e dificuldades, que induziram a minha escolha para este espaço de opinião, cenrada no Sistema de Ensino Superior, por estar a viver a situação em proximidade e por considerar que esta crise, é, seguramente, um dos seus desafios marcantes nas últimas três décadas.
Um desafio de reorganização de grande complexidade e sem precedentes, quando comparado com a introdução dos novos modelos de gestão das (IES) Instituições de Ensino Superior Universitário e Politécnico, nos anos 90, e com o processo de Bolonha em meados da primeira década 2000. Dinâmicas com oportunidades ganhas e perdidas, processos com momentos bons e menos bons, consubstanciaram mudanças determinantes no sistema de ensino. Mudanças nas organizações, no âmbito da sua missão científica, pedagógica e, sobretudo, ao nível da sua relação com a sociedade e com o mercado de trabalho, com resultados reconhecidamente positivos e visíveis, aos mais diversos níveis. Nesta perspetiva, as dificuldades específicas desta “crise da pandemia”, estão a determinar outro tipo de mudanças, que exigem resposta diferentes e mais rápidas, para problemas que mudam todos os dias. Estão a implicar o desenvolvimento de planos de médio e longo prazo, que do ponto de vista estratégico representam, cada vez mais, um esforço de transformar esta situação de crise, num horizonte de oportunidades para o futuro, no período de pós-COVID 19. Uma dinâmica, a que os estudantes não devem ficar alheios, através da sua representatividade nos órgãos de governo das IES, do movimento associativo e ao nível da sua participação individual, através da reinvenção das atividades extracurriculares. Estimulando práticas inovadoras de ensino e aprendizagem valorizadoras dos projetos educativos, adaptadas a um sistema de ensino misto e diferenciado, com base na diversificação das metodologias pedagógicas, em particular as metodologias ativas, alargando e aprofundando formas de aprender e ensinar com base no desenvolvimento de projetos, intensificando formas de autoaprendizagem, de competências de liderança e trabalho em equipa.
Dinâmica que se inscreve na iniciativa “Skills 4 pós-COVID – Competências para o futuro”, que se realizou em março no Porto, e que reuniu responsáveis académicos, estudantes das instituições de ensino superior e empregadores públicos e privados, com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. Uma iniciativa promovida pela Direção Geral do Ensino Superior (DGES), em articulação com a OCDE, com o propósito de estimular a adaptação de práticas e abordagens de ensino, aprendizagem, trabalho e investigação, na preparação do modelo de transição para o futuro. Um processo em que os estudantes devem ser cada vez mais envolvidos e responsabilizados, através da sua representatividade nos órgãos de governo das IES, no movimento associativo e a título individual.
Reforçando e valorizando a resposta conjunta dos sistemas de ciência e ensino superior aos desafios impostos pela COVID 19. Na identificação dos principais constrangimentos, desafios e oportunidades que a pandemia está a provocar nas atividades de ensino superior e na sua relação com a ciência e com os mercados de trabalho, públicos e privados. Na influência das IES neste este processo de transição, em relação às competências procuradas no quadro das transformações socioeconómicas em curso. Na identificação e desenvolvimento de novas formas de funcionamento de forma colaborativa e em rede, estimulando consórcios de formação avançada, investigação e inovação, com empregadores e outras entidades publicas ou privadas.
Neste contexto, deverá ser aprofundada a relação entre os sistemas de ciência e ensino superior e as principais atividades empregadoras a nível nacional e regional, envolvendo a busca de soluções conjuntas que permitam potenciar a relevância das competências adquiridas e o sucesso dos diplomados no mercado de trabalho, assim como novos arranjos colaborativos orientados pelo conhecimento científico. Alargando a base social de participação para evitar que as perspetivas menos positivas relativas à situação económica e financeira das famílias, se repercutam num aumento do abandono do ensino superior.
A nova fase da “crise de pandemia” que estamos a viver, impõe que as IES deem continuidade à responsabilidade social que têm assumido, e envolvam as comunidades académicas, com particular incidência na participação ativa dos estudantes, na preparação das respostas aos desafios colocados e no desenvolvimento de novas oportunidades, no contexto académico, social e económico, ao nível regional, nacional e internacional.
15 Janeiro 2021
14 Janeiro 2021
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