Nevoeiro soprado, verão sem mergulho adiado
Ideias
2018-10-13 às 06h00
O prémio Nobel da Química foi atribuído a Frances H. Arnold, pela evolução dirigida das enzimas, e George P. Smith e Gregory P. Winter, pelo trabalho desenvolvido com a produção de anticorpos por bacteriófagos.
Quando em 1859, Charles Darwin publicou um dos principais livros da história da Humanidade, “A Origem das Espécies”, não sabia da existência da molécula da hederitariedade, o ADN, nem de enzimas (proteínas que catalisam reacções bioquímicas), nem que as suas descobertas, sobre como a evolução dos seres vivos se processa por selecção natural, poderiam inspirar químicos do século XXI para desenvolverem proteínas que potenciam a resolução de diversos problemas químicos da Humanidade.
O Prémio Nobel da Química deste ano foi atribuído a Frances H. Arnold, George P. Smith e Gregory P. Winter. Segundo o comité do Nobel, “os laureados de Química deste ano assumiram o controlo da evolução e usaram os mesmos princípios – mudança genética e selecção – para desenvolver proteínas que resolvem os problemas químicos da Humanidade.”
Frances H. Arnold, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Pasadena (EUA), recebe o Prémio Nobel da Química pelo trabalho desenvolvido com a “evolução dirigida de enzimas”. A outra metade do prémio será dividida entre George P. Smith, da Universidade do Missouri, em Columbia (EUA), e Sir Gregory P. Winter, do Laboratório de Biologia Molecular do MRC (Medical Research Council), em Cambridge (Reino Unido), pelo trabalho desenvolvido com péptidos (proteínas pequenas) e anticorpos produzidos por bacteriófagos (vírus que só infectam bactérias). “Os métodos que os premiados desenvolveram servem para promover uma indústria química mais verde, amiga do ambiente, produzir novos materiais, fabricar biocombustíveis sustentáveis, tratar doenças e, assim, salvar vidas”, sublinhou o comité do Nobel.
Através de reacções controladas em tubos de ensaio, a norte-americana Frances H. Arnold dirigiu a produção metódica e rápida de enzimas usando princípios similares aos da selecção natural que explica a evolução dos seres vivos. As enzimas assim obtidas pelo processo designado por “evolução dirigida” são usadas para produzir diversas substâncias, desde biocombustíveis a produtos farmacêuticos.
George Smith desenvolveu um método conhecido por “phage display”, em que um bacteriófago é usado para desenvolver novas proteínas.
Por sua vez, Sir Gregory Winter utilizou esta técnica para produzir novos anticorpos capazes de neutralizar as toxinas, neutralizar doenças auto-imunes e tratar cancro metastático.
Eis aqui uma investigação, laureada com o Nobel da Química, que permitiu desenvolver anticorpos usados na imunoterapia contra o cancro que foi laureada com o prémio Nobel da Medicina e da Fisiologia deste ano.
11 Julho 2025
11 Julho 2025
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário