Por um Presidente que erga o povo do chão
Escreve quem sabe
2013-01-25 às 06h00
Sob o título ‘Chefs’: crise ‘à la carte’ a revista Visão, edição n.º 1037 de 17 de Janeiro, dá a conhecer o testemunho de alguns dos ‘chefs’ mais conceituados de Portugal a propósito da crise que o setor da restauração enfrenta. De forma propositada, ou não, dos testemunhos que nos são dados a conhecer, metade deles reconhece que encerrou o seu restaurante nos últimos meses, e outra metade afirma que apesar de manter o restaurante a funcionar, as receitas não chegam para cobrir os custos e que, portanto, tem de reestruturar o seu negócio.
Os aumentos sucessivos e significativos da carga fiscal sobre os contribuintes em tão curto espaço de tempo, têm obrigado os portugueses a alterar o seu padrão de consumo, em consequência da diminuição do rendimento disponível. As pessoas estão deprimidas e receosas que o pior ainda possa estar por chegar. Portanto, à cautela, mesmo aqueles que possuem rendimentos mais elevados estão a retrair o consumo de bens que não sejam de primeira necessidade.
As associações empresariais, nomeadamente a ACB - Associação Comercial de Braga, avisaram o governo, e os partidos políticos com assento parlamentar, que o setor da restauração não tinha condições para refletir no preço cobrado aos consumidores o aumento de 10% que a taxa de IVA sofreu no ano transato, e que seriam as empresas a suportar este aumento, em prejuízo da sua já reduzida margem de rentabilidade, o que levaria a curto prazo ao encerramento de muitos restaurantes e à perda de muitos postos de trabalho.
Ao contrário do que muito pensavam, esta crise não bate à porta apenas daqueles que estão menos bem preparados ou daqueles que trabalham com os segmentos de mercados oriundos de classes económicas mais baixas. Esta crise afeta todos.
Assistimos nos últimos dias ao encerramento de alguns dos restaurantes mais conceituados das cidade de Lisboa e do Porto. E com o seu encerramento, perde-se mais do que postos de trabalhos ou volume de vendas, perde-se também importantes contributos para a preservação da tradição e da cultura portuguesa. Perde-se ‘portugalidade’.
Enquanto não temos um aliviar da carga fiscal, os empresários não podem, no entanto, simplesmente ficar à espera que esta tempestade passe. É preciso repensar o seu negócio. Os restaurantes e a sua oferta têm se ajustar a esta nova realidade.
A ACB, enquanto associação representativa do setor na região, tem procurado ser um elemento cada vez mais importante na defesa dos interesses dos seus associados junto das diversas instâncias e, simultaneamente, tem procurado ser um parceiro ativo na dinamização e desenvolvimento do tecido empresarial, seja através de ações de formação, seja de iniciativas que contribuam para a promoção do setor.
Durante o mês de janeiro, por exemplo, está a desenvolver uma iniciativa designada ‘Sugestões do Chef’ que adota uma estratégia de comercialização agressiva com o objetivo claro de conquista e fidelização de clientes. O vetor de comunicação assenta numa proposta de valor atrativa para o cliente: duas refeições pelo preço de uma. E não foi por acaso que se optou por esta estratégia. Atualmente, os consumidores estão muito recetivos a promoções e campanhas que lhe permitam poupar dinheiro.
Tem também desenvolvido, e continuará a desenvolver, um conjunto diversificado de ações de formação dirigida aos empresários da restauração e aos seus quadros, com o objetivo claro de qualificar os colaboradores do setor para que consigam alcançar padrões de desempenho mais competitivos.
Não podem, no entanto, os empresários esperar de forma passiva que esta crise simplesmente passe ou esperar que seja um qualquer organismo da administração pública, autarquia ou associação empresarial a mudar o rumo dos acontecimentos. Cada um destes agentes terá, com certeza, um importante contributo, mas compete aos empresários saber promover um conjunto de ações conducentes à otimização da gestão do seu negócio e à inovação da sua abordagem ao mercado. Terão de ser eles, os verdadeiros agentes da mudança. É fundamental que o setor seja capaz de ajustar a sua oferta às necessidades e expectativas atuais dos consumidores.
Esta crise tem sido apelidada por muitos como umas das mais graves que o país enfrentou nos últimos 30 anos. Num setor tão concorrencial quanto este, os mais aptos e mais ágeis serão aqueles que reunirão melhores condições para prosperar.
25 Janeiro 2021
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