Fala-me de Amor
Ideias
2012-10-05 às 06h00
E as eleições, os partidos, a comunicação social tendenciosa e manipulável, os sindicalistas e esta “democracia” prenhe de nódoas, ódios, bactérias, falsa e abandalhada!
As palavras de Passos Coelho ao dizer “se algum dia tiver de perder umas eleições em Portugal para salvar o país (...) que se lixem as eleições” provocaram há tempos muita celeuma, comentários e análises “chocando” as “virgens” do sistema, as “sanguessugas” e os “figurões”com a situação em risco. Sempre bolçando “inteligência” e pretenso “pudor” apenas denotam falta de memória e de bom senso, sendo que pedir sensatez aos ainda “embriagados” com o 25 de Abril é missão impossível, para mais se a uma memória “de peixe de aquário” como alguém já disse se alia uma visão tão curta que não vai além dos interesses e preocupações pessoais com “mordomias”, “tachos” político-partidários e compadrios, mesmo com o país em risco de sobrevivência.
Zorrinho, o sempre “inteligente” porta-voz socialista, censurou-o por não se preocupar “com o que o povo diz, sente e pensa, porque as eleições são a vontade do povo”, mas se essa inteligência rara ouvisse mesmo o povo, e não apenas os que vivem da e para a política e o poder como deputados, governantes, assessores, autarcas, altas autoridades, entidades reguladoras, administradores e gestores de empresas, institutos, fundações, serviços públicos, parcerias, etc., perceberia que o povo real, manifestando-se e gritando, pensando embora na salvação do país, já não quer nem suporta sofrer tanto devido a uma caterva de “inteligentes” políticos, em quem já não acredita. Aliás é pura estupidez, e cada vez mais perigoso, confundir a vontade do povo sofredor com o querer dos partidos, que, para além de muito custarem ao Estado, são ainda causa de confusões, discussões, disputas mesquinhas e de todo um perverso desaforo de corrupção, peculatos, tráfico de influências, compadrios e “jeitos”.
Noticiou-se que há 64 blindados a apodrecer num armazém desde 2005. Comprados aos americanos para as nossas FA e com um contrato de aquisição envolvendo contrapartidas nunca cumpridas, já se diz que o caso é até mais grave que o dos submarinos. É mais um “berbicacho” a investigar pela PJ e MP, sucedendo-se muitas diligências, comunicados, conversa, documentos que desaparecem, rogatórias que tardam a chegar, e depois... um previsível arquivamento ou a prescrição.
Mas isso de corrupções, subornos e “luvas” a políticos não é só balela ou mera cabala dos opositores ao sistema pois já se apresenta como uma verdadeira “praga”.
Aliás até em Braga, note-se, está na berra a aquisição de autocarros MAN para os TUB, falando-se já em “cheques” de luvas. Um assunto a esclarecer de vez para não “enlamear” pessoas ou entidades e acabar de vez com “ciúmes” e “despeitos” entre camaradas.
Não conseguimos compreender a decisão havida no caso Freeport, mormente a remessa de uma certidão ao MP para continuar a investigação por na prova haver indícios de “pagamentos” feitos ao Ministério do Ambiente. Mas então houve ou não trafulhice, “jeitos” e “luvas” para a aprovação do projecto? E se os agora absolvidos foram mesmo uns “anjos” (ou “anjinhos”) quem é que foram então os “diabos”?
Cada vez entendemos menos das leis, direito e provas e estamos mais “distante” dos actores do nosso mundo jurídico e seus “especialistas”. Qualquer dia teremos mesmo de fazer uma reciclagem junto destes novos “mestres” e “doutores” sendo que de certo teríamos como colegas, se vivos fossem, os Pires de Lima, os Eduardos Correia, os Ferrer e muitos outros em “doutoramentos”... para processos políticos.
Já temos saudades do D.Lei 35007 e do CPPenal de 1929, e até das actuações das PSP e GNR . E da prisão preventiva e das cadeias, e da criminalidade de outrora!...
Quanto à política, já se pensou bem no dispêndio em dinheiros públicos com a existência, “sustento” e manutenção dos partidos e “suas diabruras” com as eleições?...
E o “custo” dos deputados, altas autoridades, entidades fiscalizadoras, institutos e empresas públicas, autarquias e os demais organismos e manigâncias de mero interesse político e de pagamento de promessas?
Quanto a muitos sindicalistas, que desde há muito “não trabalham ” passando o tempo em reuniões, entrevistas, jornadas de luta dizendo-se agir no interesse dos trabalhadores, a realidade é outra e bem diferente. Pensando bem, são os únicos que lucram com o estatuto pois recebem o dinheirinho no fim do mês e não são penalizados com as manifestações e greves onde se “exibem” a gritar slogans e palavras de ordem.
E já temos também saudade de uma comunicação social singela, informativa, não insidiosa nem manipuladora como a actual em que as palavras, actos e decisões são escalpelizadas por “jornalistas”(?!) que se divertem, com sorrisinhos à mistura, a destruir, insinuar e a confundir, como no caso da compra do Pavilhão Atlântico por um consórcio que incluía o genro do Cavaco (oxalá tivesse “comprado” também o sogro para nunca mais nos incomodar ... como os Soares, Sampaios e outros com as suas intervenções, mordomias e encargos despesistas !...).
Quanto ao mais, seguindo as palavras do “nosso primeiro”, que se lixe mesmo tudo: eleições, política, partidos, sindicalistas e maus jornalistas só se lamentando não haver “detergente” ou “produto” que ponha fim às “nódoas”, “podres” e “bactérias” desta infecta e “aporcalhada” democracia, purificando-a e ... salvando-a.
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