O centralismo, a regionalização e o desenvolvimento do país
Ideias Políticas
2015-12-15 às 06h00
Parece já fazer parte do guião de qualquer acto eleitoral em Portugal. Virou moda fazê-lo e dá jeito a certas teorias de dominação. Ainda a campanha não começou e há já quem vaticine o ganhador do sufrágio. Tem sido assim, e assim querem continuar, fazendo crer que, à partida, há candidatos ou candidaturas vencedoras. Não ignoro as intenções, muito menos as consequências dessa rotina. Convém por isso lembrar que em democracia não há vencedores nem vencidos até que tenha lugar o veredicto popular.
É o povo português que, através do voto, elege os seus representantes, seja nas autarquias, na Assembleia ou na Presidência da República. E é, precisamente, a propósito das próximas Eleições Presidenciais, agendadas para 24 de Janeiro do ano que vem, que está em curso uma mega operação de branqueamento de um dos candidatos pré-anunciados. Julgo, por isso, que será, porventura mais prudente que cada um se questione sobre determinadas ideias feitas e factos tidos como absolutas certezas.
O candidato de que falo é Marcelo Rebelo de Sousa - o professor, o maior fazedor de opiniões da televisão portuguesa. Sobre Marcelo muito se diz, mas mais se esconde. Diz-se apenas o que o glorifica perante os portugueses. Exibe-se as suas brilhantes competências enquanto académico e intelectual. Eleva-se a sua particular capacidade de análise “imparcial e independente”. Endeusa-se “o seu apartidarismo”. Uma fraude é o que é.
De Marcelo não se fala das ligações estreitas a determinados banqueiros. Não se recorda que Marcelo foi líder do PSD, nem se diz que foi ministro e deputado - que maiores responsabilidades se pode vir a assumir ao serviço de um partido?
Marcelo Rebelo de Sousa não goza pois de isenção, imparcialidade ou independência. Pelo contrário, há muito que tomou partido e trilhou o seu caminho. Nas televisões, e através destas, alimentou durante anos a fio uma estrondosa campanha de marketing, construindo uma identidade forte, procurando identificar-se com o povo, parecendo escutá-lo e dar-lhe voz, mesmo quando tinha que dizer, não o que queria, mas o que os espectadores queriam ouvir. Uma farsa.
Nunca alguém teve tanto tempo de antena para promover o seu pensamento e ideias. Marcelo foi presença assídua na casa de milhões de portugueses, falando-lhes do alto da sua superioridade intelectual - o homem-sabe-tudo - era quase como mais um à mesa na hora do jantar de família.
A candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, ao contrário do que se vende, está absolutamente comprometida com o projecto político da direita portuguesa. Nem o acanhado apoio manifestado por PSD e CDS à sua candi- datura o livra dessa marca identitária. Saberá Marcelo que o apoio explícito desses partidos não lhe trará vantagens, porventura porque terá mais noção do que eles das consequências da política do governo dos últimos quatro anos.
Quererão PSD e CDS, com Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República, dificultar a mudança política que se deseja para os próximos tempos. Tentarão, por essa via, travar os avanços conseguidos pela resistência e luta do povo português.
Que não restem dúvidas, Marcelo, a ser eleito Presidente da República, seria portador dos mesmos interesses que hoje Cavaco Silva transporta. Estaria, como Cavaco sempre esteve, do lado dos poderosos e das forças dominantes.
À medida que as eleições se aproximam, importa, pois, combater a desinformação, desmistificando as “verdades” que nos querem impor.
Daqui até dia 24 de Janeiro, a tarefa de cada democrata passa por esclarecer, esclarecer, esclarecer. Depois, o povo, não as sondagens nem os comentadores de serviço, determinará o seu destino.
12 Fevereiro 2019
05 Fevereiro 2019
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