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Recordar o poeta e escritor António Manuel Couto Viana

A maior reunião de filósofos do mundo

Recordar o poeta e escritor António Manuel Couto Viana

Voz às Bibliotecas

2023-02-02 às 06h00

Rui A. Faria Viana Rui A. Faria Viana

Muitas das nossas Bibliotecas Públicas têm um carinho especial pelos autores que, por razões de naturalidade ou de outra afinidade local, estão intimamente ligados à comunidade e à memória colectiva, e, também, por serem detentores de uma obra com significativa projecção no panorama da cultura nacional e até internacional, como é o caso do poeta e escritor vianense António Manuel Couto Viana (1923-2010). Este autor, cujo centenário do nascimento ocorreu no passado dia 24 de Janeiro, foi lembrado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo com a realização de um programa comemorativo que teve como finalidade dar início a um conjunto de celebrações que, em diferentes momentos, irão decorrer ao logo deste ano. Nesse dia, foi descerrada uma lápide comemorativa na casa onde nasceu, seguindo-se, na Biblioteca Municipal, uma conferência evocativa pelo Prof. Doutor Artur Anselmo, Presidente da Academia das Ciências de Lisboa, e a leitura de diversos poemas do poeta por alunos das escolas do concelho.
Poeta, contista, dramaturgo, ensaísta e memorialista, António Manuel Couto Viana, o mais novo de três irmãos também escritores (Maria Manuela e Maria Adelaide), cresceu e viveu sempre ligado às artes e às letras. Publicou meia centena de livros de poesia e cerca de oitenta títulos de outros géneros literários, com relevo para os livros de ensaios e memórias.
Passou a infância e juventude em Viana do Castelo, e, aos 23 anos mudou-se com a família para Lisboa. Aí, desde cedo dirigiu o seu interesse para o teatro, começando por colaborar como actor, cenógrafo e encenador no Teatro Estúdio do Salitre (1948-1950). Integrou a direcção do Teatro de Ensaio Monumental (1952) e foi empresário e director do Teatro Gerifalto (1956-1960), especializado em espectáculos infantis, e também da Companhia Nacional de Teatro (1961-1965). A sua actividade artística mereceu-lhe o Prémio Nacional António Pinheiro, por duas vezes, e o Prémio da Crítica.
A sua estreia literária verificou-se em 1948 com o livro de poemas “O Avestruz Lírico”. Com David Mourão-Ferreira e Luiz de Macedo dirigiu as folhas de poesia “Távola Redonda” (1950-1954), a revista de cultura “Graal” (1956-1957), fazendo ainda parte do conselho de redacção da revista “Tempo Presente” (1959-1961).
Além do teatro e da poesia, dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, escrevendo e traduzindo livros, e dirigindo publicações como a revista “Camarada” (1949-1951). De referir que parte significativa da sua actividade teatral, tanto como actor, encenador e autor, orientou-se para as crianças.
António Manuel Couto Viana via-se, em primeiro lugar, como poeta, mas o texto dramático, o ensaio, e mais recentemente o conto, que experimentara em jovem, marcaram a sua intensíssima produção literária. A sua obra poética figura nas principais antologias de língua portuguesa e espanhola, e poemas seus foram traduzidos para castelhano, inglês, francês, alemão, russo e chinês.
Foi galardoado com o Prémio Antero de Quental (1949 e 1969), o Prémio Luso-Galaico Valle-Inclan (1960), o Prémio Nacional de Poesia (1965), o Prémio da Academia de Ciências (1971), o Prémio de Literatura da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (1988) e o Prémio Camilo Pessanha (1992) da Fundação Oriente.
De 1986 a 1988, viveu em Macau, onde exerceu funções docentes no Instituto Cultural. António Manuel Couto Viana fez, também, parte da Comissão de Leitura para a Educação e Bolsas, da Fundação Calouste Gulbenkian.
Foi agraciado com a Banda da Cruz de Mérito, Grã-Cruz da Falange Galega e Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique.
O Município de Viana do Castelo atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural e dedicou-lhe, a si e à sua família, uma sala na nova Biblioteca Municipal.?

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