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Regresso ao Futuro

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Regresso ao Futuro

Ideias

2019-06-11 às 06h00

João Marques João Marques

Em Braga, já não conseguimos replicar o filme de Robert Zemeckis, viajando até ao passado para alterar a história dos erros que nos condenam a problemas crónicos e que vão custar muito caro resolver (veja-se o que a crescente pressão demográfica tem significado para mobilidade dos bracarenses), mas temos conseguido ver sinais de capacidade de antecipar e moldar o futuro. Em 2013, Ricardo Rio estreou-se na liderança da autarquia com um programa ambicioso. Poucos acreditavam, no auge da crise que o país atravessava, que era possível atingir um conjunto de objetivos económicos a que então se propunha.
Relembro, para os mais distraídos que, em 2014, o executivo apresentou o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Económico de Braga 2014-2026. Entre outras metas ousadas traçadas, ressaltava, na altura, o objetivo de criar, até 2020, 2500 postos de trabalho, ao ritmo de 500 novos empregos por ano. Hoje, em junho de 2019, estamos já prestes a ultrapassar esse objetivo, sendo conhecida a dificuldade de arranjar mão-de-obra para algumas das vagas de emprego que vão sendo criadas. Este ponto, relativo ao emprego gerado, é demonstrativo do dinamismo social empregue por esta maioria camarária. É certo que a autarquia não gera diretamente empregos que não os que decorram da abertura de postos de trabalho no universo municipal, contudo, o foco na atratividade do concelho, a criação de um Conselho Estratégico da InvestBraga e, desde logo, a reconversão da empresa municipal Parque de Exposições de Braga nesta nova entidade virada para a captação de investimento e dinamização económica foram marcas indeléveis de uma mudança de rumo que, agora, com a força incontestável dos números e factos conhecidos, não pode deixar de ser sublinhada.
Há pouco mais de um ano, escrevi aqui dando conta de que, com Ricardo Rio, palavra dada era mesmo palavra honrada. É significativo poder repetir este mantra perante a reconfirmação da tendência positiva que o concelho experiencia, sobretudo em altura de revisão do citado Plano Estratégico, ao qual é acrescentada a realidade atual e o redobrado entusiasmo para o futuro, sem que se ignorem ou desmereçam os riscos dos ciclos económicos, o arrefecimento da economia mundial e a necessidade de incrementar as respostas deficitárias (mão-de-obra qualificada, disponibilidade de terrenos para instalar novas indústrias e reforçar a capacidade do concelho para receber mais gente). A expectativa de contratação de pessoal declarada pelas empresas para o biénio 2019-2020 ascende a mais de 2300 novos postos de trabalho o que, só por si, evidencia a manutenção da trajetória do crescimento do emprego em Braga e a sua centralidade no contexto regional, nacional e, até internacional.
Já o nível de investimento previsto para este período (2014-2020) apontava para valores na ordem dos 360 milhões de euros, um número entretanto alcançado e ultrapassado, esperando-se agora um total próximo de uns impressionantes 600 milhões.
Esta pujança de capital teve reflexo notório nos índices de crescimento nas exportações que alcançámos, estando Braga no 7.º lugar dos concelhos mais exportadores do país, com quase 1600 milhões de euros anuais. Se acrescentarmos os valores relativos a exportações de empresas que não estão sediadas no concelho, passamos para a 3.ª posição do mesmo ranking, com quase 2100 milhões de euros. Em termos simples, estes números significam que entre 2013 e 2018, Braga mais do que duplicou o volume de exportações, uma cifra que serve para desmistificar a ideia de que o aqui aconteceu foi a réplica do bom contexto que o país atravessa.
É que Braga não se limitou a acompanhar os restantes concelhos do país, pelo contrário. O concelho ultrapassou os níveis de crescimento nacional, como também aqueles da vizinha Espanha. E fê-lo durante e após a crise que atravessámos, o que dá nota clara da singularidade e do exemplo que Braga passou a representar no contexto ibérico.
Duas últimas notas para o desempenho extraordinário do Fórum Braga no seu papel de auxiliar imprescindível na consagração do concelho como destino de turismo de negócios, com mais de 200 eventos e mais de 400.000 visitantes no primeiro ano de operação. Também a Startup Braga merece crédito pelas mais de 120 novas empresas apoiadas em 2018 e os mais de 40 milhões de euros de apoio gerado para estes novos empreendedores, através dos chamados Business Angels.
Perante os números e evidências reportados, mas que empiricamente qualquer bracarense tem podido experienciar, já não há dúvidas que o regresso de Braga ao futuro é uma certeza, mas não absoluta. Desvios imponderados, políticos e políticas errantes são necessariamente um entrave à continuação desta performance. Sem prejuízo do saudável e natural jogo democrático, a alternativa ao atual executivo terá grandes dificuldades para demonstrar como faria ou fará melhor, com a agravante de que, no caso do PS, o que se anuncia é um permanente regresso ao passado.

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