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Retenção de Talentos e Justiça Social: O Impacto do IRS Jovem

Uma ação deita por terra o trabalho de anos!...

Retenção de Talentos e Justiça Social: O Impacto do IRS Jovem

Ideias Políticas

2024-10-08 às 06h00

Clara Almeida Clara Almeida

O IRS Jovem é uma medida que visa mitigar a emigração dos jovens, de forma a que possa haver uma retenção de talentos em Portugal. O fenómeno da "fuga de talentos", onde jovens qualificados optam por emigrar para países que oferecem melhores condições de trabalho e de vida, é uma preocupação crescente. Com um alívio no imposto sobre os rendimentos os jovens são incentivados a permanecer no país, dado que a redução da carga fiscal lhes permite obter um rendimento líquido mais elevado. Isto torna o mercado de trabalho mais atrativo e competitivo em relação a outros países da União Europeia, que muitas vezes oferecem salários mais elevados.
Além disso, esta medida tem um impacto positivo na autonomia financeira dos jovens. Portugal enfrenta uma realidade dura, em que muitos jovens demoram a atingir independência financeira, devido a salários iniciais baixos e a um custo de vida elevado. Ao reduzir o IRS, o governo contribui para que estes jovens consigam poupar ou investir em projetos pessoais, como a compra de casa própria. Este incentivo fiscal é particularmente importante numa fase de transição para o mercado de trabalho, onde os rendimentos são geralmente mais baixos e as oportunidades de progressão profissional escassas.
A implementação do IRS Jovem para uma maior fatia da população iria trazer benefícios significativos, tanto em termos de justiça social como para o desenvolvimento económico e demográfico de Portugal. Embora o IRS Jovem seja uma medida positiva para apoiar os jovens no início das suas carreiras, a sua aplicação exclusiva a uma faixa etária limitada levanta questões de equidade e eficiência fiscal.
Embora o foco na juventude tenha o seu mérito, muitos outros grupos populacionais enfrentam desafios semelhantes. Por exemplo, trabalhadores com mais de 35 anos, especialmente aqueles que decidiram mudar de carreira ou regressar aos estudos, também encontram dificuldades financeiras e desafios no mercado de trabalho. Muitas dessas pessoas podem estar a tentar consolidar a sua carreira ou a lidar com precariedade laboral e baixos salários, situações que o IRS Jovem não abrange. Ao limitar a medida aos mais jovens, cria-se uma disparidade injusta, uma vez que pessoas em situações similares, mas fora da faixa etária beneficiada, não têm acesso ao mesmo alívio fiscal.
Um dos principais benefícios do IRS Jovem é o aumento do rendimento disponível para consumo, o que gera um efeito positivo na economia ao impulsionar a procura por bens e serviços. Ao ser aplicada noutras faixas etárias, o impacto económico seria ainda mais expressivo. Os adultos que estão numa fase poste- rior da vida, por exemplo, frequentemente têm responsabilidades financeiras mais pesadas, como pagar uma hipoteca ou sustentar uma família. Um alívio fiscal para esse grupo permitiria não só um maior poder de compra, mas também uma redução do endividamento, que é um problema recorrente em Por- tugal.
Ao aumentar o rendimento disponível de uma maior parte da população, os benefícios de curto prazo – como o estímulo ao consumo de bens e serviços – expandir-se-iam para vários setores da economia, promovendo o crescimento económico. Além disso, com mais rendimento disponível, mais pessoas poderiam investir em educação, saúde, ou empreendedorismo, criando um ciclo de prosperidade económica a médio e longo prazo.

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