Ser Dirigente no CNE - Desafios
Ideias
2025-03-16 às 06h00
A vida dá muitas voltas e, por vezes, há quem prove do próprio veneno. Luís Montenegro tentou mostrar-se um político “confiante e seguro”, mas tivemos oportunidade de constatar o contrário no dia em que apresentou uma moção de confiança ao seu próprio Governo. Nas últimas semanas, aliás, a cortina de Montenegro caiu e vemos um político inseguro e incerto, sempre com receio de dar um passo em falso… Quando decidiu dar um passo em frente, ao propor uma moção de confiança, já estava ao pé do precipício e o final deste ciclo era mais do que previsível. Montenegro caiu e arrastou consigo todo o Governo. Tudo isto, convenhamos, para se esquivar a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para avaliar o cumprimento das regras por parte do primeiro-ministro na sequência do caso da “empresa familiar”. Mas, afinal, o que teme Montenegro?
As lições do passado ensinam-nos que a história tem uma estranha tendência para se repetir – especialmente para aqueles que recusam aprender com a história. E quando os líderes tentam mostrar-se demasiado confiantes na sua invencibilidade frequentemente encontram o seu próprio declínio.
Em dezembro de 2015, Luís Montenegro liderava a bancada parlamentar do PSD e desafiou o então primeiro-ministro António Costa a apresentar uma moção de confiança ao seu governo no Parlamento, considerando que “não aprovar uma moção de rejeição é diferente de que aprovar uma moção de confiança”. António Costa acabou por dar uma lição ao responder “Só precisa de pedir confiança quem não tem confiança”. Mas Montene- gro não aprendeu a lição. Um líder incerto não inspira confiança – gera desorientação. Não porque seja necessariamente incompetente, mas porque a falta de convicção é contagiante. Quando um líder duvida de si mesmo, os seus seguidores também começam a duvidar…
Tal como se previa, o Parlamento chumbou esta semana a moção de confiança ao Governo de Luís Montenegro, com os votos contra do PS, Chega, PCP, Bloco de Esquerda, Livre e PAN, ditando a queda do Executivo. Mas antes, ainda assistimos a uma sessão degradante no parlamento, com o Governo a apresentar, inexplicavelmente, uma redução do prazo da CPI primeiramente de 90 dias para 15 dias e posteriormente até ao final de maio. Nenhuma das propostas foi aceite por Pedro Nuno Santos, quando bastava retirar a moção de confiança, e tal não sucedeu e assim concretizou-se a queda do Governo liderado por Luís Montenegro.
Recorde-se que o PS garantiu sempre a estabilidade política no Parlamento e deu todas as condições para que este Governo governasse, viabilizando o programa do governo, viabilizando a eleição do presidente da Assembleia da República assim como o Orçamento do Estado. E além disso o PS chumbou duas moções de censura ao Governo de Montenegro.
Há claramente um rosto e um responsável para a crise instalada e para instabilidade política que se gerou em Portugal: Luís Montenegro. O PS deu-lhe todas as condições para governar, mas este preferiu fugir ao escrutínio ao invés de dar explicações aos portugueses.
A incerteza pode ser resultado de falta de preparação, medo da crítica ou simplesmente da consciência de que não se tem um rumo definido.
Um homem confiante é aquele que avança sem medo, mas com consciência. Não se trata apenas de acreditar em si mesmo, mas de inspirar os outros a acreditarem também. Um político confiante não precisa de elevar a voz para se fazer ouvir – a firmeza das suas ideias fala por si. E sobretudo deve saber ouvir. Estou certo que Pedro Nuno Santos encaixa nesse perfil.
Perante o cenário degradante, protagonizado pelo Governo que estava em exercício, o Presidente da República já convocou as eleições para 18 de maio.
No meio da incerteza, é a confiança que distingue aqueles que apenas ocupam cargos daqueles que realmente deixam marca. Um político confiante não se limita a reagir aos acontecimentos – antecipa-os, molda-os e transforma desafios em oportunidades. Num mundo de hesitações, a confiança pode ser o fator que tudo muda. Pedro Nuno Santos demonstra ser um político confiante, seguro e convicto dos seus ideais para assegurar o desenvolvimento e a estabilidade que o país tanto necessita.
Eu prefiro, sempre, estar do lado de alguém confiante e que inspira confiança. Porque a confiança não se pede, mas demonstra-se no dia-a-dia, com atitudes e trabalho. Os portugueses já não vão em cantigas e o PSD devia saber isso pelas lições do passado. A confiança não se pede…
18 Abril 2025
Isidro Flores: um emigrante empreendedor de referência na comunidade portuguesa em Vancouver
18 Abril 2025
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário