Entre a vergonha e o medo
Ideias
2024-12-24 às 06h00
Éconhecida a fábula de Charles Dickens, no original “A Christmas Carol”, onde um velho avarento é visitado pelo fantasma do Natal passado. Ora, esta conhecida estória toma especial pertinência hoje mesmo, no contexto do orçamento que o município apresentou e viu aprovado na última sessão da Assembleia Municipal.
Não apenas porque nos encontramos na quadra, por excelência, onde ela ganha renovada atualidade, mas porque há um verdadeiro fantasma na sala, agora que chegamos ao último orçamento dos mandatos de Ricardo Rio.
Não, ao contrário do que estão a pensar, não falo do anunciado candidato do Partido Socialista às eleições autárquicas do próximo ano. Aquele que das tumbas políticas se levantou e que, ou muito me engano, ou não passará de um zombie de ocasião, convenientemente encafuado na sepultura da irrelevância.
Esse fantasma, é verdade, também vem de 2013 e, ao contrário do da história, não nos vem recordar infâncias felizes, mas infâmias felizmente ultrapassadas.
De resto, tomo a liberdade de lembrar o mais incauto e desprendido dos bracarenses como Braga vivia nos idos do fim do Mesquitismo. Esse sim o período fantasmagórico que importa rechaçar.
Como era o tempo das parecerias público-privadas ruinosas que a Coligação Juntos por Braga teve de reverter.
Como era o tempo do despesismo dos estádios megalómanos e das piscinas olímpicas onde apenas se afundava dinheiro dos contribuintes.
Como era o tempo da opacidade e da discriminação em razão do cartão partidário.
Como era o tempo do betão e do desordenamento territorial.
Sim, já o referi neste espaço várias vezes e reconheço a repetição. Mas faço-o hoje, de novo, não por conveniência política, antes por imperativo ético.
Faço-o porque há quem pareça ter saudades desse tempo. Porventura ainda inebriados pela memória de um passado idilizado e, também por isso, distante da crua e nua realidade.
Em matéria orçamental a distância entre essa ficção e a atual realidade é ainda mais marcante. Veja-se como os números indicam claramente que 2013 é não só passado, como ultra-passado.
Em 2013, o orçamento do Município de Braga era de cerca de 117 milhões de euros. Hoje é de 242 milhões de euros.
Com efeito, mais do que duplicamos o valor daquele que é o instrumento orientador de toda a ação política local, ainda que tal número, por si só, não adiante muito ao muito que, entretanto, se passou no nosso concelho.
Mas mais dirá a um bracarense saber que, em 2013, o peso dos impostos diretos no orçamento municipal era de 40%.
Ou seja, o seu contributo, o que lhe saía dos bolsos para assegurar o regular funcionamento da gestão do concelho pesava muito significativamente.
E hoje, em 2025, é de 27%.
O que isto traduz é que hoje se faz mais com mais, mas com menos sacrifício por parte dos bracarenses.
Mais atividade económica, com recordes nos números das exportações e da atratividade de investimento.
Mais dinamismo social, com as entidades do concelho juntas por um propósito e ligadas por uma gestão que põe o foco nas pessoas.
Mais habitação com inovação nos programas de apoio como o Regime Direto de Apoio ao Empréstimo, com o crescimento do Regime de Apoio Direto ao Arrendamento e com a “redignificação” do parque habitacional dos chamados bairros sociais.
Mais requalificação e renovação, com pedidos de licença sem precedentes e que comparam bem com qualquer capital de distrito, incluindo o Porto e Lisboa que são neste indicador e, nos últimos anos, ultrapassadas por Braga.
Mais sustentabilidade, com políticas dirigidas ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com ações concretas de apoio à regeneração ambiental, como no caso do Rio Este e da criação do Parque das Sete Fontes.
Tudo isto exigindo menos aos nossos concidadãos. A realidade dos números é crua, como já referi.
O que se conseguiu desde o final de 2013 e se continuará a conseguir em 2025 é aprofundar um modo de fazer política assente num compromisso com os bracarenses.
Os vários projetos inovadores e a aposta numa capital de cultura robustamente financiada e ricamente programada demonstram como está longe se esgotar o filão de ideias e concretizações da Coli- gação Juntos por Braga.
A que se juntam projetos estruturantes como o do PDM, onde o foco está em continuar a fazer de Braga um local onde não é bom, mas muito bom viver.
Não porque tal é propagandeado por quem ocupa a Praça do Município, mas porque são os bracarenses a dizê-lo, como o comprovou recentemente o Eurobarómetro que coloca o nosso concelho no top 3 dos melhores para viver de toda a União Europeia.
Este não é, por isso, o momento de olhar para trás, como alguns teimam em fazer, mas o de seguir convictamente em frente.
E nessa direção só se vê um político verdadeiramente comprometido e capaz.
Só João Rodrigues apresenta arrojo, dinâmica, inovação, empatia, proximidade e “obra feita” na justa medida do que precisamos para continuar a desfazer os mitos de que (n)o passado é que era bom.
Saudades…só do futuro.
13 Junho 2025
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