Assumindo o compromisso que o Partido Comunista Português e a CDU sempre tiveram para com os jovens, os trabalhadores e o povo português seja antes, durante ou depois de campanhas eleitorais, Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, anunciou ao país que os deputados comunistas irão apresentar uma moção de rejeição ao programa do Governo.
Não faltando à promessa de que seria vanguarda da oposição às pretensões da direita, o Partido Comunista Português não fica à espera para fazer tudo o que está ao seu alcance para travar o processo de privatizações que está em curso, o desmantelamento do SNS, o assalto à Segurança Social ou as alterações às leis laborais. A agenda, os objetivos e as ambições do Governo que toma agora posse ficaram claras nos últimos 11 meses de governação e de propaganda que antecederam o período eleitoral.
Apresentar esta moção de rejeição é sinónimo de rejeitar todos estes ataques que têm vindo a ser feitos a quem cá vive, estuda e trabalha. Apenas apresentando uma moção de rejeição se votará o programa do Governo e ficará claro quem fica do lado de quem sente as dificuldades e de quem se coloca do lado que contribuirá para o desmantelamento do SNS, para o seguimento do caminho de degradação da escola pública e a continuação dos baixos salários enquanto dá a mão aos lucros de uma meia dúzia.
Se há coisa que a máquina de propaganda da AD e do PSD não conseguiu esconder, mesmo instrumentalizando os órgãos institucionais e a ideia de estabilidade governativa, foram as consequências que a política de baixos salários e pensões, de ataque aos direitos, de favores ao capital e de submissão nacional trouxeram para vida de cada um.
“Deixar o Luís trabalhar” é prosseguir com as políticas adotadas na anterior legislatura e dar luz verde a um caminho que retira investimento aos serviços públicos, dá mais e mais milhões em benefícios fiscais às grandes empresas, limita ainda mais o acesso ao Ensino Superior, não investe em habitação pública e acessível para todos, e como a cereja no topo do bolo subordina-se à NATO e UE, patrocina e financia a guerra, a destruição e a corrida ao armamento enquanto diz que não há dinheiro para o que realmente serve o povo e a juventude deste nosso país.
A política de direita, embora embelezada por manobras de propaganda como o IRS Jovem ou a lei dos solos, nunca trará a estabilidade necessária à vida daqueles milhões que põem o país a produzir e a andar para a frente, sendo esta uma evidência que não precisa de ver apresentado o programa do atual Governo para ser corroborada.
A moção de rejeição anunciada pelo PCP, mesmo que venha a ser chumbada, é um sinal claro de tomada de iniciativa e combate ao Governo, à sua política e ao projeto reacionário da direita, também na frente institucional. Sendo coerente com as suas promessas e propostas, este partido sabe que o único caminho para a estabilidade é mesmo o da construção de uma alternativa patriótica e de esquerda, não é o de continuar com o que tem sido feito na expectativa de resultados diferentes. Dos nossos jovens e do nosso povo podem contar com a luta nas ruas, escolas, faculdades e locais de trabalho contra a política de direita, lutas das quais o PCP estará sempre ao lado.
Assumindo o compromisso deixado, o PCP está já a travar mais uma batalha!