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Separação de biorresíduos

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Separação de biorresíduos

Ideias

2025-04-30 às 06h00

Pedro Machado Pedro Machado

Na crónica anterior abordei o Plano TERRA - Transformação Eficiente de Resíduos em Recursos Ambientais, que resultou do trabalho efetuado pelo Grupo de Trabalho dos Resíduos, criado para avaliação do estado de emergência da gestão de Resíduos Urbanos (RU) e reflexão sobre alternativas possíveis para assegurar a mitigação de riscos e o cumprimento das metas do setor.
O principal objetivo do Plano Terra é evitar um colapso no tratamento de resíduos urbanos e não urbanos em Portugal, onde uma grande percentagem do lixo ainda vai para aterros, muitos dos quais se aproximam ou estão no limite de capacidade, como é o caso do aterro sanitário da Braval, que abrange os municípios de Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde.
O que se pretende é que o aterro deixe de ser o destino para muitos RSU’s mas sim, somente confinamento dos resíduos não passíveis de valorização. Ora, a recolha seletiva de biorresíduos, que se tornou obrigatória, em 2024, permite desviar uma parcela significativa de resíuos do aterro, prolongando a sua vida útil.
Esta recolha seletiva enfrenta grandes desafios, será necessário um enorme esforço de adaptação de cidadãos e das autarquias para a sua implementação. Um dos maiores desafios será a adesão da população que terá de fazer o esforço, a obrigação de separar os resíduos orgânicos dos restantes resíduos indiferenciados, para além da óbvia separação das embalagens para reciclagem, através dos ecopontos.
Nos nossos municípios, a recolha de biorresíduos iniciou com projetos piloto, em áreas circunscritas, através do fornecimento de sacos verdes para deposição dos biorresíduos nos contentores de resíduos indiferenciados e posterior separação na Central de Valorização Orgânica da Braval.
Para isso, a Braval terá de fazer um investimento de mais de 4 milhões de euros, para adaptar a Central de valorização Orgânica para a receber os biorresíduos recolhidos pelos municípios e valorizá-los para a produção de composto, o Ferti +, bem como, aproveitamento energéti- co do biogás para a produção de eletricidade.
A separação dos biorresíduos em sacos verdes e sua posterior deposição em contentores de resíduos indiferenciados, poderá trazer alguns problemas que devem ser acautelados.
O grande ponto forte deste projeto é não acarretar um enorme investimento para os municípios e, consequentemente, não onerará os munícipes.
A principal dificuldade reside na potencial contaminação. Ao colocarmos os sacos verdes, que devem ser resistentes, nos contentores de resíduos indiferenciados, temos que acautelar que estejam bem fechados e não demasiado cheios e serem recolhidos sem compactação. Mesmo ensacados, a possibilidade de rutura dos sacos durante a recolha e transporte, a necessidade da sua posterior separação, a leitura ótica dos sacos de pode não ser totalmente eficaz, sacos danificados ou rasgados, com sujidade externa podem ser difíceis de identificar e separar corretamente.
Tudo isto aumenta a complexidade operacional do processo.
Por outro lado, colocar biorresíduos no mesmo contentor que o lixo indiferenciado pode transmitir uma mensagem de menor importância da separação, diminuindo o envolvimento da população, que é absolutamente fundamental.
Seja qual for o processo de recolha, sabemos que é uma necessidade e que o sucesso da valorização de biorresíduos depende da colaboração de todos os elos da cadeia!
Ajude-nos ajudando-se!

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