Analogias outonais
Escreve quem sabe
2024-09-03 às 06h00
Há Presidentes, e presidentes. Nos primeiros cabem os que assumem um dever, muitas responsabilidades, muito trabalho e indesejáveis sacrifícios. Nos segundos todos os demais, incluindo quem do título apenas se serve, ou os que veneram vaidades inócuas e grandeza fugaz no exercício do poder e outros, a que lhes a coube tal desempenho apenas por boa oportunidade política. Considero nos primeiros a maioria dos autarcas que servem os seus cidadãos com abnegação a troco de muito pouco.
Ser Presidente de Câmara ou de freguesia, em Democracia exige o sufrágio afirmativo dos cidadãos eleitores das respetivas autarquias, o que exige reconheci- mento de mérito para tal, pela proximidade entre eleitos e eleitores, mesmo considerando que a escolha dos candidatos cabe maioritariamente aos Partidos Políticos. Apesar disto, não faltam exemplos de candidaturas fora dos Partidos, sendo crescente o número de candidatos que se vêm apresentando como in- dependentes das indicações partidárias. Sim, mas não é fácil o sucesso para as candidaturas que se apresentem sem apoio das estruturas políticas partidárias. Apresentar- -se como “independente” obriga à existência de uma organização de grupos de cidadãos que desempenhem deveres e obrigações idênticas às praticadas pelos Partidos Políticos.
Há em ambas uma necessidade obrigatória: a designação do cidadão que assumirá pessoalmente a responsabilidade de ser “o candidato”. O rosto visível da equipa que o candidata. Aquele que promete dar maior garantia do cumprimento dos desejos e objetivos dos eleitores. É pois na pessoa do candidato a Presidente que se faz a grande diferença. Mais, deve essa escolha recair sobre um candidato com potencialidades de merecer a aprovação da maioria dos eleitores. Este reconhecimento político é melhor escrutinado nas eleições para as autarquias, sobretudo nas mais pequenas, a exemplo das freguesias. Aqui os cidadãos querem saber quem são os candidatos para melhor avaliação pessoal, e ponderarem a exequibilidade dos programas apresentados, face ao conhecimento que tem das suas terras.
A figura, a pessoa, o tal rosto do candidato a Presidente, e o reconhecimento da sua equipa, são importantíssimos nas eleições autárquicas.
Pode a força partidária ser mais importante que as qualidades da pessoa candidata a presidente?
Sim, a bandeira conta, mas é cada vez mais difícil o sucesso com um mau candidato, mesmo em Partido ganhador, sendo o seu contrário cada vez mais bem-sucedido.
Por isso, que qualidades e requisitos deve ter um bom candidato?
1.º - Querer ser Presidente.
2.º - Ser pessoa integra e humilde que reconheça a honorabilidade do cargo que irá desempenhar.
3.º- Ser alguém de reconhecido mérito, com presença pública empática e com um discurso político fácil e credível.
4.ª - Apresentar-se com o programa que melhor dê resposta aos objetivos pretendidos ou desejados pelos seus eleitores.
5.º - Ser o escolhido pelo Partido Político, com maior potencial eleitoral local.
Terá o candidato que ter todas as qualidades indicadas?
Não. Às vezes basta ter a última, mas o risco de perder é grande.
É pois muitíssimo importante que o escolhido satisfaça as restantes qualidades.
Temos ainda cerca de um ano para a realização das eleições autárquicas, mas é tempo de se começarem a conhecer os candidatos, ou seja, quem se vai apresentar a encabeçar as listas dos candidatos. Esta parece ter sido também a preocupação do atual Presidente, Dr. Ricardo Rio, no seu último artigo de opinião publicado nos diários locais, não sem alguma surpresa, uma vez que a sua posição política não pode ser indiferente a todos quantos o vêm apoiando. O mais normal é ver um Presidente a ajudar a preparar o seu sucessor, trabalhando para uma solução de continuidade política, mas …?
Ao passar a responsabilidade da escolha para o Partido Político em que milita, pode ser interpretado de várias maneiras, desde a do bom respeito pelos princípios democráticos da livre escolha, até a uma certa ingratidão política à equipa partidária local que o vem apoiando.
Polémicas à parte, cabe agora ao Partido Social Democrata a oportunidade de definir o perfil do melhor sucessor, responsabilidade que naturalmente cabe a todas as restantes forças partidárias, ou grupo de cidadãos, que desejam apresentar-se às eleições autárquicas de 2025. Todos os candidatos terão a preocupação de se dar a conhecer em tempo oportuno, trabalhar os seus projetos, os seus programas eleitorais e definir estratégias de divulgação pública que os identifique e os faça distinguir politicamente das restantes escolhas.
Há quem entenda que é cedo de mais, pois pode perturbar o trabalho de quem ainda terá que assumir responsabilidades até lá, mas também pode ser interpretado como estratégia do medo, ou a do receio das próprias debilidades. Adiar esse trabalho dá vantagem a quem se preocupa mais com os ataques, do que com as propostas, incluindo a visibilidade das rivalidades intestinais que existirão sempre em instituições democráticas. Só as autocracias exibem a unanimidade que soa a falso.
Quando se quer ser Presidente e disso se fazer um desígnio nobre pessoal, ou coletivo, a disponibilidade de mais tempo será sempre um fator favorável em Democracia, seja para a preparação dos trabalhos, para a divulgação dos projetos e dos programas e para a credibilização e bom conhecimento dos candidatos que se apresentarão a sufrágio.
Espero que o meu candidato cumpra as prioridades que acima referi. Acredito que existe tal personalidade, mas aguardo com tranquilidade o debate politico interno no Partido em que milito.
Quero acreditar que o atual executivo municipal de Braga saberá conduzir com eficácia e mérito as responsabilidades que lhe cabem ainda por muitos meses, independentemente de todo o frenesim politico que necessariamente parece ter que se iniciar brevemente.
12 Outubro 2024
10 Outubro 2024
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