Correio do Minho

Braga, terça-feira

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Striptease

A Economia não cresce com muros

Ideias

2014-12-05 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Apalavra é de tal maneira “gostosa”, sugestiva e entusiasmante que é impossível resistir-lhe e não dar largas a toda uma imaginação rica e extravagante, muito embora a incógnita que em si mesma envolve possa conduzir depois a todo um penoso desencanto, a um frustrante desalento e à mais inesperada surpresa por não responder de modo nenhum às expectativas criadas e aos sonhos e desejos que se tinham visionado.
Uma palavra que ultimamente entrou no léxico dos políticos e até está na moda, diga-se, por mais espantoso e insólito que nos pareça. Mas que, aliás, não será assim tão surpreendente e insólito porquanto de modo algum se pode esquecer que todo um certo abandalhamento, libertinagem e mesmo imoralidade têm vindo a envolver e a grassar neste país de brandos e seculares costumes onde vêm “chafurdando” e enrodilhando-se muitos profissionais da política.
Juntamente com a banca, refira-se, onde os problemas, as falcatruas, os embustes e as mentiras se desdobram e multiplicam em catadupa, por regra tendo subjacentes, e a alimentá-la ou a dar-lhe certo apoio, muitos figurantes ligados à governação, ao poder e aos partidos, como é de todos sabido e o povo reconhece. São os negócios com a aquisição de submarinos, de armas, de helicópteros e os nem sempre claros posicio- namentos , ordens, entraves e outros condicionantes de avanços e recuos em certas empresas em que o Estado participa e tem interesses.
Escrevemos acima que a palavra “Striptease” está hoje muito em voga e de modo nenhum podemos ignorar Marinho e Pinto e suas promessas, que aliás já “pôs à mostra quanto ganhou no Parlamento Europeu desde 1 de Junho, altura em que assumiu o cargo (de eurodeputado)após eleição pelo Movimento da Terra” (JN, 13.10.14), assim se justificando o título “Marinho e Pinto já fez «stripetase» do salário” inserto em tal diário. Onde se dá nota de que no site do PRD é revelado o conjunto de remunerações e benesses de um eurodeputado, que aliás contempla vencimento-base, 304 euros diários de subsídio, e subsídio para despesas gerais de 4 299 euros que, somados, “dá cerca de 500 euros por dia”, havendo ainda o pagamento de viagens (avião, táxi ou carro) e um «generoso seguro de saúde»”, pelo que será, “contas feitas perante documentos: 19 007,53 euros” (id.). O que não é de deitar fora!...
Dizia ele, e cumpriu, que faria tal «”striptease” que o pudor de alguns os impede de fazer», e veio-nos logo à lembrança o uso de tal palavra por Passos Coelho “quando desafiado pelo então secretrário-geral do PS, António José Seguro, a autorizar o levantamento do sigilo bancário a propósito do caso Tecnoforma”, recusando-se a tal.
Não se fazendo juízos de valor sobre as razões ou motivos, esconsos ou não, da disponibilidade ou indisponibilidade de certos figurantes políticos para um “striptease” de tal natureza, a grande e incontornável verdade é que nem todos têm “físico” e quaisquer outras “atracções” para esse exibicionismo, sendo quase seguro que muitos deles não suscitariam os olés, palmas, ovações, comentários, desejos e os olhares“gulosos” dos assistentes, como aliás é usual acontecer nos recintos e casas da especialidade. Ainda que, diga-se, um ordenado e benesses de um euro deputado, como resulta do “striptease” feito no site do PRD, não possam deixar de causar admiração, certo pasmo, um incontrolável “salivar” de desejos e cobiça e todo um aflorar e arquitectar de devaneios e sonhos, claro!... Naturalmente e sobretudo para um qualquer cidadão que vem sendo de todo “sugado” e “chupado” por impostos e “amargurado” por todo um poder e ideário europeístas, que aliás o próprio sistema e um conjunto de figurantes, no seu pessoal interesse, teimam em defender e conservar.
Desde há muito, diga-se, temos vindo escrevendo que este país não justifica nem reclama tanta gente a “mamar” à custa do Estado, no governo, no parlamento, nos serviços da organização e administração públicas, nos órgãos decisórios europeus e suas comissões, etc., etc., sendo de todo incontestável que um “striptease” de todos os políticos profissionais que nos têm vindo a dirigir, actuais e do passado,não deixaria de surpreender e de fazer pasmar os portugueses, como aliás também não deixaria de ser surprendente fazer-se um “striptease” aos Institutos e às muitas Fundações que por aí existem, com aprovação, apoios e benesses do próprio Estado.
Aliás estamos em crer que não deixariam de ser umas “stripteases” surprendentes, quiçá chocantes, muitas delas até indecorosas, indecentes, imorais e mesmo pornográficas, tal como a “cara e físico” de certos figurantes que tão só despertam sentimentos e de nojo e repulsa, como de certo não acontecerá apenas na Fundação Queirós da telenovela “Mar Salgado”.
Quanto à nega de “striptease” do Passos Coelho no que diz respeito ao seu acervo bancário, tal não nos permite qualquer conclusão nem nos perturba minimamente, já que de modo nenhum se ignora nem se pode ultrapassar o facto de que este Governo, o seu, tem vindo a desenrolar-se numa sessão contínua e jocosa de “striptease” dos seus vários figurantes e elementos, que dia a dia e a todo o momento têm vindo a “pôr tudo à mostra” perante os media, com a agravante de não saberem “segurar as urinas” e não terem o sentido da oportunidade.
E não há qualquer problema, reconheça-se: sem “striptease” ou com “striptease” surgirá sempre uma “fonte” anónima a “cevar” e a alimentar os media com uma inconfidência, logo transformada em “cacha”, e lá se acabará por saber e descobrir a verdade, mas, note-se, tão só aquela que convém, dá jeito, é oportuna e de interesse para certos fins, figuras e momentos no concreto de um determinado espaço político-partidário. Usualmente em termos de aniquilamento político/pessoal duma personalidade que perturbe e incomode.

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