De alunos para alunos no Conselho EcoEscola da ESMS
Escreve quem sabe
2019-03-03 às 06h00
Decorreu no passado dia 20 de fevereiro o “Open Day” da Universidade Católica, um evento de âmbito nacional, que teve lugar nos seus 4 Campi. Esta magnífica jornada de diálogo e reflexão, sobre os desafios das novas gerações e sobre o papel da Universidade Católica no quadro da formação dos talentos e dos profissionais, docentes, investigadores, cientistas e pensadores, no horizonte temporal de 2030. Integrou uma conferência sobre “Portugal, Universidade e o Futuro”, que contou com a participação de um leque de prestigiadas personalidades de projeção nacional e internacional.
Um programa interativo e mobilizador em torno de um debate nacional sobre “Talento para o Futuro”. Moderado pelos Diretores dos Centros Regionais, com a participação de líderes de opinião, gestores, profissionais liberais, investigadores, com especial destaque paro os alumni da UCP, qualidade em que tive a honra de participar, na sessão que decorreu no campus de Braga. Este tema disruptivo, foi selecionado com o propósito de fazer do programa de comemoração do aniversário, desta prestigiada Instituição de Ensino Superior, um dia para “fazer a diferença no futuro dos seus alunos”.
Objetivo que foi superado com toda a certeza, pela qualidade técnica, científica, cultural e política das conferências e pelos resultados dos debates realizados. Uma abordagem aprofundada de questões complexas e de grande densidade concetual, que a cúpula da Universidade ouviu e registou. Problemáticas que cortam, transversalmente, o sistema de ensino superior, para que as IES pretendem encontrar respostas pragmáticas e estratégicas, num mundo em ebulição e mudança. Um mundo, que se antevê cada vez menos regulamentado, em que são implementadas uma série de políticas para incentivar a inovação, com o propósito de localizar, atrair e construir talentos de forma cada vez mais competitiva.
Uma nova realidade com problemas sociais diferentes em que as instituições públicas, as organizações sociais e as empresas incorporam novas aspirações, novos desafios e novos nichos de mercado, e as startup vão ganhando escala, conquistando influência no País, na Europa e ao nível global. Um ambiente social e laboral em que, o “emprego para toda a vida” já desapareceu há algum tempo, sendo claro que os países e os respetivos sistemas de ensino, deverão investir em novas dinâmicas na formação, na atração, na proteção e na retenção de talentos motivados e atualizados. Um processo implementado no quadro de um sistema integrado e de desenvolvimento tecnológico e de incremento de competências pessoais e sociais - soft skills -, num leque mais alargado e diversificado de áreas profissionais.
Apesar de tudo, são necessárias novas metodologias para trabalhar e liderar esta transformação através da formação de equipas multidisciplinares que tenham não só, competências técnicas, mas capacidade para racionalizar todo o processo. Uma realidade que não pode, não deve, nem vai parar. A cooperação está a ganhar maior relevância e as competências básicas serão cada vez mais necessárias. O conhecimento digital, a gestão de informação, a comunicação digital, o trabalho em rede, a aprendizagem contínua, a visão estratégica e a capacidade de liderança. A inclusividade de pessoas distintas e de diferentes contextos, a disrupção, a cooperação multidisciplinar e transversal, a agilidade, e a compreensão do ecossistema, são as traves mestras do desenvolvimento. Neste sentido, o talento foi entendido como um recurso essencial para vencer na vida e nas organizações. As organizações públicas e instituições sociais culturais e académicas e, sobretudo as empresas e os centros de investigação já estão a trabalhar nesta perspetiva, e vão aprofundar esta disputa pelo talento.
Num mercado radicalmente mais competitivo, as organizações estão a sentir maior necessidade de redefinir a sua estratégica, com base na criação de vantagem ao nível dos recursos humanos. Uma dinâmica que se está a desenvolver de forma mais evidente à saída das faculdades, onde a geração millennial, consubstancia a parte mais significativa dos talentos prontos a integrar os melhores projetos públicos e privados. Um matching assente em algoritmos cada vez mais complexos, desenvolvido na expetativa do melhor acolhimento e das melhores condições de crescimento para as novas gerações de profissionais da era digital, da inteligência artificial e da machine learning.
A mudança e a inovação são palavras de ordem que se mantêm atuais, e o seu ritmo é, profundamente, mais acelerado. O tempo mudou, o espaço é o mesmo, mas os desafios são mais complexos. As tecnologias transformaram de forma radical a nossa comunicação, os movimentos sociais, a maneira de trabalhar e os hábitos de vida. Todos estes novos fenómenos vão, necessariamente, transformar não só a maneira como vivemos, mas também a forma como trabalhamos, destacando cinco competências: a adaptabilidade, a resolução de problemas, a colaboração, a inteligência emocional e a criatividade e inovação. Sendo no entanto, impossível prever, exatamente, as competências que serão necessárias, sendo o talento a melhor alavanca para o futuro.
A natureza e a história da humanidade ensinaram-nos a perceber, que aqueles que se adaptaram devagar, ou que não conseguiram mudar, sofrem as consequências. Neste contexto e em jeito de conclusão, tomo a liberdade de afirmar como Ray kurzweil, diretor de engenharia da Google,” a evolução é um processo espiritual e à medida que evoluímos, ficamos mais próximos de Deus.” Um sinal que nos permite pensar, que os talentos do futuro deverão ser dotados das competências tecnológicas adequadas aos novos tempos, mas abertos, críticos, empreendedores e dotados de uma curiosidade superior, suportado por uma apurada “atitude filosófica”. Talentos dotados de uma sólida formação tecnológica e um conhecimento profundo das ciências humanas e sociais, sem nunca deixarem que a ficção se confunda com a realidade. Parabéns à Universidade Católica!
20 Janeiro 2021
19 Janeiro 2021
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