A responsabilidade de todos
Escreve quem sabe
2020-05-31 às 06h00
É comum encontramos afixados anúncios como este: “Informamos os nossos estimados clientes que estaremos encerrados”. Para estar correta, a frase deveria ser escrita desta forma: “Informamos os nossos estimados clientes de que estaremos encerrados”. Isto porque, sempre que estiver referida a entidade a quem se informa (nesta caso, “os nossos estimados clientes”), o verbo “informar “ rege a preposição “de”. Todavia, se a entidade a quem se informa não estiver expressa, este verbo não rege a preposição, pois o complemento direto é a oração substantiva completiva “que estaremos encerrados”. Ficaria assim: “Informamos que estaremos encerrados”.
Nomes como “sensação” também regem a preposição “de”. Em frases em que este nome é seguido de um complemento nominal, devemos dizer “Sinto uma sensação de alegria sempre que vou ao teatro”; quando o complemento é oracional, o nome “sensação” também é seguido da preposição “de” e da conjunção subordinativa completiva “que”: “Tenho a sensação de que já vi este filme”.
Mesmo quando se traduz de outra língua é preciso cumprir as regras gramaticais do português. Vejamos dois exemplos retirados de jornais: “tenho a sensação que em muitas áreas estão a anunciar números maiores do que na realidade vão ser” (transcrição de uma frase de Donald Trump, no Observador, em https://bit.ly/3drKZ4N, acedido em 29-05-2020); "Tenho a sensação que o meu pontificado vai ser breve.” (transcrição de uma frase do Papa Francisco, no Diário de Notícias, em https://bit.ly/2XVFd4T, acedido em 29-05-2020).
Por vezes, verifica-se o contrário: a preposição “de” aparece onde não deve. Eis alguns exemplos: “Só se as soubermos usar como deve de ser” (em https://bit.ly/2XeFhgU, acedido em 29-05-2020); “Arquivo médico que cada cuidador deve de ter” (em https://bit.ly/2Mddya1, acedido em 29-05-2020);” o que um CEO deve de fazer quando confrontado com um cenário desta natureza” (em https://bit.ly/2TPFipq, acedido em 29-05-2020). Ora, o verbo “dever” não rege qualquer preposição. As frases acima deveriam ser escritas sem “de”. No entanto, convém referir que se usarmos “dever” como nome, este rege a preposição “de”: “O dever de assiduidade deve ser cumprido pelos alunos”.
Outras trocas frequentes prendem-se com os antónimos “aconselhar” e “desaconselhar” seguidos de outro verbo. “Aconselhar” rege a preposição “a” – aconselhamos alguém a fazer algo”; enquanto “desaconselhar” rege a preposição “de” - desaconselhamos alguém de fazer algo”.
Terminamos com o verbo “preferir” tantas vezes maltratado. Quantas vezes ouvimos e lemos “prefiro maçãs do que laranjas”, “prefiro ler do que escrever”, “prefiro passear do que estudar”. Na verdade, este verbo rege a preposição ”a” e as frase acima deveriam ser escritas “prefiro maçãs a laranjas”, “prefiro ler a escrever”, “prefiro passear a estudar”.
Bom domingo.
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