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Tony Waste: Todos contra o desperdício alimentar!

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Ideias

2015-02-05 às 06h00

Alzira Costa Alzira Costa

Do plano de ação do CIED Barcelos para 2014 constava a elaboração de um jogo sobre o desperdício alimentar. De facto, na nossa apreciação, o desperdício alimentar é um tema que requer toda a nossa ponderação e atitude, uma vez que rompe por completo com os princípios que consubstanciam a ação humana, como justiça, solidariedade e responsabilidade.
Mas vamos a factos!

Vivemos num belo planeta que se dá pelo nome de planeta Terra. Contudo, primeiro, este planeta é finito e, segundo, é coabitado, entre outros seres, por nós, que enquanto animais socias, não podemos viver alheados das privações que passam os nossos pares.

No nosso finito planeta Terra, somos cerca de 7 mil milhões de habitantes. Destes, 1,2 mil milhões vivem abaixo do limiar da pobreza. Se por si só isto não for suficiente, podemos ainda arguir que se perspetiva que em 2050 sejamos cerca de 9 mil milhões de habitantes, levando a uma necessidade de aumentar o aprovisionamento alimentar em 70% (como?). Segundo Robert van Otterdijk (especialista responsável pelas infraestruturas rurais na Organização para a Agricultura e Alimentação), ao “reduzir para metade este desperdício, bastaria aumentar a produção alimentar mundial em 32% para conseguir dar comida a nove mil milhões de humanos, a população mundial total em 2050”, de acordo com projeções demográficas.

Este não tem sido o caminho percorrido, aliás, em 2007, a quantidade de alimento produzido e não colhido, representou cerca de 28% da superfície agrícola útil do planeta. Na verdade, cerca de um terço dos alimentos produzidos em todo o mundo são atualmente desperdiçado. A desperdiçar a este ritmo o volume global de desperdício alimentar atingirá, em 2020, 126 milhões de toneladas, correspondendo a um aumento de 40%.
Embora sem estatísticas regionais, estima-se que em Portugal mais de 360 mil pessoas passem fome e que 17% da comida produzida no país é desperdiçada antes de chegar à mesa do consumidor.

Na UE somos cerca de 500 milhões de cidadãos (representamos cerca de 7,1% da população mundial), e o desperdício alimentar gerado por estes “tão poucos cidadãos” é “qualquer coisa” como 180 kg por ano, por cidadão. Mais, na UE vivem ainda 79 milhões de pessoas abaixo do limiar de pobreza. Isto significa que mais de 15% dos cidadãos têm um rendimento inferior a 60% do rendimento médio do país de residência. A redução do desperdício alimentar constitui, assim, um passo para combater a fome no mundo!
Sim, todo este desperdício é gerado no mesmo mundo onde 1 em cada 8 pessoas sofre de fome e 1 em cada 4 crianças é afetada no seu crescimento devido à má nutrição.

O desperdício alimentar não tem “apenas” consequências éticas, económicas, sociais e nutricionais, mas também sanitárias e ambientais. Grandes quantidades de alimentos não consumidos contribuem fortemente para o aquecimento global, onde o metano produzido pelo desperdício alimentar gera efeitos de estufa 21 vezes mais potentes do que os do dióxido de carbono.

A produção de um quilograma de alimentos implica a emissão de 4,5 kg de CO₂ para a atmosfera. Na Europa, com as cerca de 89 milhões de toneladas de desperdício alimentar, são produzidas cerca de 170 milhões de toneladas de CO₂ anualmente.
Diminuir o desperdício alimentar implica uma utilização mais eficaz dos solos e uma melhor gestão dos recursos hídricos.

É na coerência de pensamento com este raciocínio que surge o jogo 'Tony Waste'. 'Tony Waste' é um jogo sobre um simpático cozinheiro de uma pizzaria, que ao gerar desperdício alimentar, relativamente ao pedido dos seus clientes, é penalizado por isso! Um jogo simples, onde o que se pretende é alertar para o que identificamos anteriormente. Jogar, quem sabe em família, com os mais pequenos, poderá ser uma boa forma de pedagogicamente mudar hábitos e sermos cada vez mais e melhores cidadãos!

É certo que com este jogo não mudámos o mundo, mas através dele e de muitas outras ações, pretendemos alertar para este drama tão real que é a disparidade entre o que se desperdiça de um lado, e a carência, do que o que é desperdiçado, gera do outro lado.
Mudar hábitos não é fácil, mas a consequência de não o fazer poderá ter efeitos muito mais nefastos.
Saiba mais e descarregue o jogo grátis em: www.ciedbarcelos.ipca.pt

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