Iniciou-se, no dia 9 de abril, e teve continuidade, nos dia 7 e 23 de maio, o festival de artes e letras da Escola Secundária de Barcelos (ESB) – Tra Figurado.
Este novo festival pretende articular, sob o formato de entrevista a dois interlocutores, um tradutor (a pretexto de um livro) e um ceramista (figurado de Barcelos), mediada por alunos e professores, no arboreto de Barcelos que envolve a ESB, com acompanhamento por música ao vivo.
Para a preparação deste Festival, cujo mentor é o professor Nuno Paulo Monteiro, foi essencial o estabelecimento de parcerias. Para a escolha dos ceramistas, contámos com a colaboração do Museu de Olaria, e, para a mobilização dos tradutores, com a contribuição da Biblioteca Municipal de Barcelos.

Um dos objetivos do Festival é abrir o Arboreto de Barcelos (Prémio Nacional do Ambiente em 2009), que faz parte integrante do espaço da ESB, à fruição pela comunidade escolar e alargada, ao final da tarde, num ambiente descontraído e informal. Pretende, também, olhar o figurado de Barcelos e o trabalho, a arte pelo ponto de vista dos seus autores que, em Barcelos, têm uma diversidade e expressão ímpares. A abordagem dos livros pela ótica da tradução, é outro dos objetivos deste Festival, dando voz aos tradutores e à sua arte que se vê ameaçada pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial. Finalmente, a música faz a ligação entre as outras artes, pontuando o desenrolar das diversas intervenções. Pretende-se, com este encontro, com este Festival, propiciar a contemplação da descoberta das artes e das letras. As entrevistas aos artesãos e tradutores são preparadas e conduzidas por docentes e alunos.

Nas palavras do seu mentor: “Trata-se, mais uma vez, de uma forma de viver a escola mas num plano diferente do curricular, talvez mais contemplativo, livre, por certo, mas duma liberdade diferente, essa que advém da análise dos livros ou das conversas sobre arte ou ainda da audição de música.”
Para além do tempo de realização do Festival, os alunos e professores do Curso Profissional de Técnico de Audiovisuais realizaram a cobertura fotográfica e as gravações das entrevistas, de modo a que o conteúdo fique disponível, para que se possam coligir as entrevistas em formato livro, preparando uma eventual edição.

O grupo de trabalho que desenvolve este Festival é constituído, além do já mencionado mentor, Nuno Paulo Monteiro, por Ana Cameselle, Ângelo Carvalho, Luís Faria, Ana Martins, Alexandrina Saramago e alunos da ESB.
No passado dia 9 de abril, iniciou-se o Festival com a presença do tradutor Luís Leitão, do ceramista Nélson Oliveira, com a participação, ao piano, de Gonçalo Carvalho. No dia 7 de maio, recebemos a tradutora Sara Veiga, o artesão Domingos Francisco e do pianista Nuno Eira. No dia 23 de maio, foi a vez do tradutor Jacinto Lucas Pires, a pretexto duma tradução sua da obra "Cristo Parou em Eboli", de Carlo Levi, e do ceramista Barcelense Daniel Alonso, com a participação musical do guitarrista Hugo Eira.
Esta primeira edição encerrou com chave de ouro, já com o pensamento no que poderá vir a ser a edição do próximo ano e na publicação das entrevistas realizadas ao longo das três sessões desta primeira edição do Tra Figurado.