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Transição de liderança/poder

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Transição de liderança/poder

Escreve quem sabe

2024-11-26 às 06h00

Vítor Esperança Vítor Esperança

A vida das organizações é normalmente mais longa que o tempo tomado pelo exercício de comando dos seus líderes, ou responsáveis pela orientação dos assuntos que interessam aquelas. Isto aplica-se tanto às empresas, como às associações ou instituições políticas. A mudança de lideranças é pois uma realidade inultrapassável. Na gestão do que é público- a política- prevê o nosso sistema democrático que ela seja uma obrigação dentro de determinados limites de tempo, em nome da sua própria defesa. Essa transição de lideranças visa acautelar eventuais abusos de quem tende a eternizar-se no exercício de funções de comando. Quem tem poder, dificilmente se afasta dele.
A Democracia, e a vida, dizem-nos que não há ninguém insubstituível. Também nos dizem que a mudança é uma constante em tudo. Mas mudar os gestores não significa obrigatoriamente a mudança de direção ou de rumo nas organizações. Abre-se contudo um novo ciclo. No decorrer do processo de mudança é feita a apreciação do passado, o que aconteceu no tempo de comando do líder que se irá substituir, ligando tudo isso ao futuro expetável da organização sob nova liderança, ponderando-se as suas capacidades, qualidades, fraquezas, etc., em conjunto com as suas propostas de objetivos. Não há lideranças iguais. As organizações refletem inquestionavelmente as respetivas lideranças. A mudança de líder proporcionará necessariamente alterações, mais ou menos significativas, mesmo quando se preten- de dar continuidade ao trabalho feito. A consciência que se tem das diferentes formas de ser e de fazer, tornam estas fases de transição de poder, mais delicadas e especiais, sobretudo em política.
Em política, para além da apreciação referida, há também a avaliação da identidade ideológica de quem lidera e de quem se propõe substitui-lo. Apesar do exercício do poder nas autarquias ser mais próximo das pessoas e definirem as suas prioridades em função das especificidades de cada Região, os cidadãos não esquecem os princípios políticos de base dos diferentes Partidos Políticos. A bandeira partidária com que cada candidato se apresenta, conta, e muito.
Ser conhecido é também importantíssimo. Qualquer processo de escolha pública favorece os mais conhecidos. O processo eleitoral dedica tempo para que haja oportunidade para quem possa ser menos conhecido, se dar a conhecer. Será que chega? Um candidato á reeleição beneficia desse grau de conhecimento. Os membros da sua equipa, nomeadamente quem se apresente para sua sucessão, beneficiará também da associação que é feita ao líder em funções, a menos que este não o deseje, e se sobreponha constantemente ao pretendente. Também pode acontecer o contrário, mas não é normal, a menos que queira fugir do passado. Estes pormenores contam. Os eleitores não dormem.
Sabemos que a alternância de poder é uma realidade presente em muitas das escolhas nas eleições democráticas. Sabemos ainda que é nestes momentos especiais de transição de lideranças que as hipóteses de sucesso entre os diferentes candidatos são maiores. É esta fase de transição de lideranças que se viverão em muitos Municípios de Portugal em 2025. Braga será um deles. Por isso, surge a dúvida: Será que as cores da bandeira hasteada se manterá no mesmo local no próximo futuro?
O candidato do PSD em Braga, Dr. João Rodrigues parte à frente, já que foi o primeiro a dar a conhecer essa pretensão. Não se conhece ainda quem se lhe opõe.
É um vereador no exercício pleno dos correspondentes poderes, acompanhando as orientações do seu Presidente, dando juntos sequência ao programa político que mereceu a aprovação da maioria dos eleitores locais desde 2013. Pelo já referido, o Dr. João Rodrigues colherá do sucesso do seu líder e sua equipa, ou padecerá das penas pelo que se fez, faz e ainda se fará até final deste mandato. Ambos fazem parte da mesma equipa. Em posições de trabalho distinto, lutam diariamente pelos mesmos objetivos. Ambos serão avaliados pelo trabalho desenvolvido em nome de uma bandeira política. Ambos são - e serão- portadores da mesma bandeira, pelo menos até às próximas eleições.
O candidato não é, naturalmente tão conhecido como o seu presidente, Dr. Ricardo Rio, mas sendo o Dr. João Rodrigues o escolhido pelo partido politico que ambos representam, caberá ao presidente a responsabilidade de dar oportunidade para reforço do conhecimento público do seu vereador e candidato a suceder-lhe na liderança. Naturalmente há diferenças entre eles; na idade, na sua personalidade, na retórica, no saber e nas formas de fazer. Haverá também objetivos, propostas e prioridades distintas, porque diferentes são os tempos de exercício do respetivo poder político, mas a maioria serão de continuidade. Cada um vale por si, mas as circunstancias de trabalho em conjunto e companhei- rismo politico fazem-nos unir de forma irreversível. Saberão continuar a trabalhar juntos. O presidente dará maior relevo e palco a quem se propõe agora substitui-lo, sob pena maior de ambos perderem.
De outros candidatos só ouço falar nomes possíveis e a nenhum vejo maiores capacidades e vantagens do que as que atribuo ao Dr. João Rodrigues. O PS procura, a figura. Mas a figura que se deseja, não quer aparecer, e quem aparece, não se deseja. Falam-se em eventuais independentes. Aqui as dúvidas são ainda maiores porque ninguém escolhe o que desconhece. Os candidatos independentes nascem maioritariamente de fações internas em negação, que farão maiores danos aos que politicamente se lhes aproximam do que aos opositores mais afastados. A alternância de poderes fortalece a Democracia, sobretudo quando diminui o risco nos abusos de poder. Não é o caso do concelho de Braga. Braga é a terceira maior cidade em Portugal. Uma cidade vigorosa, cosmopolita e em crescimento que oferece qualidade de vida. Está num ciclo de melhoria de qualidade em quase tudo que é preciso dar continuidade. Simultaneamente depara-se com novos desafios, muitos deles resultantes do seu poder de atração e crescimento. Ter conhecimento do passado e lidar com o presente trás vantagens á boa gestão. O Dr. João Rodrigues quer disponibilizar-se para liderar o próximo ciclo político autárquico. Assim também o queiram os bracarenses. Assim o desejo.

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