Enfermeiros portugueses em convenção internacional
Ensino
2024-11-16 às 06h00
Na semana passada, todos os países do Espaço Atlântico reuniram em Viana do Castelo e Braga, para tecer uma estratégia que, segundo muitos, é a única solução para aqueles territórios que ainda podem receber mais turismo e para os que têm a necessidade urgente de o gerir melhor evitando cair numa turismofobia, que será dificilmente remediada.
POST é o nome deste projeto em que Espanha, França, Irlanda e Portugal trabalham há exatamente um ano e cujo acrónimo se refere ao conceito de turismo policêntrico. Graças ao financiamento do Espaço Atlântico e à tutela do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular (associação transfronteiriça de municípios da Galiza, Espanha e do Norte de Portugal), várias regiões (entre elas, o Norte de Portugal, através da Entidade Regional de Turismo - Turismo Porto e Norte de Portugal -, o Município de Braga e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo), com economias todas elas fortemente baseadas nos serviços, onde o setor turístico tem um forte peso no seu PIB e está baseado no seu património natural e cultural, mas com desequilíbrios litoral-interior e urbano-rural, se uniram para que os riscos dumas áreas se resolvam dando em simultâneo oportunidades a outras. Esta realida- de comum reforça também a necessidade de construir uma oferta turística mais sustentável e que respeite os recursos. Todas as regiões parceiras contam com um grande número de recursos e atrativos, mas dispersos, ao contrário dos grandes centros turísticos internacionais que concentram todo o património de uma cidade (Lisboa, Paris, Berlim).
Por isso, o projeto POST identifica e desenvolve os conceitos de turismo à medida e turismo policêntrico, com o objetivo de gerar produ- tos turísticos de excelência que não só captem a atenção do mercado de qualidade e poder de compra, mas que redistribuam os fluxos e despesas turísticas pelo território, apostando num trabalho em rede real.
Um comité de peritos elaborará a estratégia e as ferramentas que serão primeiro testadas em cada um dos países, para depois serem transferidas para qualquer território atlântico que delas necessite, sempre por baixo do “guarda-chuva” do tu- rismo sustentável, que é já um must do que nem se deveria falar, assim como o planeamento e gestão de destinos... e com o objetivo de aumentar a coesão territorial onde ela for necessária e evitar os efeitos negativos do turismo de massas, onde isto já está a acontecer…
O excesso de turismo é atualmente um dos principais constrangimentos que afetam não só os destinos turísticos (e as suas comunidades), mas também o desenvolvimento sustentável das regiões desses destinos em todo o mundo; bem é verdade que nesta região (assim como nas regi-ões parceiras), visto globalmente, “à vista de pássaro…” este problema parece não existir; mas isto não é absolutamente certo, porque ao “vermos com o zoom” temos pontos com demasiada pressão e medidas isoladas (nalguns casos, bem mal pensadas a nível municipal) a tentar mitiga-la.
No geral, o Espaço Atlântico também não é exceção e Espanha (melhor dito, os residentes espanhóis) “lideram” o movimento de protesto contra o impacto negativo do excesso de turismo nas comunidades locais e na qualidade de vida dos residentes.
Por outro lado, e no lado oposto da balança, mas em territórios bem próximos, a distribuição desequilibrada dos fluxos turísticos no espaço atlântico está a gerar desigualdades de desenvolvimento territorial, deixando as zonas atlânticas “não costeiras” sem ferramentas para lidar com o envelhecimento da sua população, com a escassez de recursos humanos qualificados e com menores capacidades e oportunidades de inovação e empreendedorismo. Mas, felizmente, com grandes “aptidões” para o turismo como consequência dos excelentes recursos, atrativos, e também felizmente, dos produtos bem trabalhados já existentes. Ou seja, tudo pronto e pensado para receber ao turista de braços abertos.
Pode parecer uma utopia, mas desta vez, e com o POST, as soluções dos problemas de uns podem ser oportunidades a aproveitar por outros. Para este cenário ideal acontecer, serão necessários muitos elementos, mas deixo nota nesta primeira crónica do que me parece será, no nosso percurso, mais relevante, difícil e sensível...
Cedências políticas…
18 Julho 2024
06 Junho 2024
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