A Cruz (qual calvário) das Convertidas
Ideias
2020-09-07 às 06h00
Entre 14 e 17 de setembro, as escolas públicas iniciam um novo ano letivo. Em muitos colégios privados, as aulas arrancaram na primeira semana de setembro. Todos apresentam uma enorme apreensão e uma certa insegurança na preparação desta rentrée escolar. Porque há um vírus ativo que continua entre nós, mas desta vez estaremos todos em locais de risco. A escola, pela quantidade de pessoas que junta durante um número considerável de horas, é um dos lugares que deve suscitar mais atenção. As autoridades de saúde devem acompanhar tudo de forma muito próxima. A este nível, não se desculparão erros.
Se na primeira vaga desta pandemia uma das frases de ordem foi “testar, testar, testar”, agora seria prudente adotar duas frases: “planear, planear, planear”, “comunicar, comunicar, comunicar”. Autoridades sanitárias e políticos, aos níveis central e local, devem ter agora um planeamento apurado daquilo que é possível antecipar e comunicar devidamente isso às populações, nunca esquecendo que comunicar de forma eficaz não implica comunicar sempre, mas na altura certa. Com rigor e concisão.
Este será, decerto, um dos piores períodos das nossas vidas coletivas. Porque estamos agastados por meses de confinamento, porque terminámos umas férias que não gozamos como gostaríamos, porque começamos a perceber sinais de uma crise económica que continua a evoluir em sentido decrescente e porque sabemos que as más noticias relacionadas com o aumento do número de infetados não tardarão a aparecer. Ao mínimo sinal de constipação ou gripe, cada um de nós vai pensar logo em SARS-CoV-2. E vai querer fazer testes. E vai querer ir ao hospital. E vai querer uma resposta rápida. Sabemos que não haverá testes para todas as situações, não haverá capacidade de as urgências hospitalares acomodarem toda a gente, não haverá recursos para consultas imediatas... E isso vai causar muita ansiedade, algum pânico e aqui e ali alguma dor mais pesada...Temos de estar efetivamente preparados para a resiliência.
Aos surtos nos lares, vão certamente juntar-se notícias de surtos em instituições públicas e em organizações privadas. As escolas serão um dos lugares mais visados. Por isso, as autoridades sanitárias devem abrir canais de comunicação permanentes com diretores de agrupamentos e de colégios privados. Essas pessoas precisam de orientações. Permanentes. Porque lhes falta formação na área da saúde pública e porque à gestão escolar juntam agora um sem número de canseiras para as quais não têm tempo, nem recursos disponíveis. Não conseguindo chegar a todos, a Direção Geral da Saúde deve estar presente através dos delegados de saúde locais. A eles, é-lhes agora pedido muito. Todos reconhecemos isso. Mas estamos em tempo de guerra. E aí os comandantes das frentes de batalha não podem desaparecer. São fulcrais na orientação das tropas. A este nível, não se desculpará nenhuma falha.
No entanto, não se pense que outros atores estarão dispensados de canseiras. Se no ano letivo anterior todos os pais foram convocados para ajudarem os seus filhos a prosseguirem em casa os respetivos estudos, desta vez é-lhes pedido que promovam comportamentos preventivos. Todos estamos dependentes de nós próprios e daqueles com quem partilhamos os mesmos espaços. E isso confere a cada um de nós uma colossal responsabilidade em termos de saúde pública. O combate está em curso. Agora fora de casa.
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