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Um ciclo político mais estável

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Um ciclo político mais estável

Ideias

2022-03-28 às 06h00

Felisbela Lopes Felisbela Lopes

Quando tomar posse na próxima quarta-feira, o novo Governo sabe que, desta vez, estará solto de compromissos partidários para fazer valer o seu programa de legislatura. É certo que pode sempre encontrar surpresas em Belém e uma oposição mais ou menos musculada no Parlamento, mas agora os maiores bloqueios estão fora do país. Todavia, isso não tranquiliza ninguém.
É um executivo paritário em termos de género e desequilibrado ao nível da representação geográfica. Parece bem arrumado, embora nem todas as pastas acolham escolhas óbvias.

Numa altura em que Portugal se prepara para operacionalizar o Fundo de Recuperação e Resiliência pode parecer estranho o desaparecimento do Ministério do Planeamento, mas quem observou nestes anos com mais atenção o ministro Nelson de Souza já percebeu há muito que se tratava de um governante sem fôlego numa pasta estratégica.
Costa transformou o ministério em secretaria de Estado e colocou-a sob tutela de Mariana Vieira da Silva, a super-ministra que acumula ainda a Presidência do Conselho de Ministros, a administração pública e a coordenação política do Governo, trabalhos que não são estranhos a uma governante incansável nas tarefas que lhe são entregues.

Marta Temido continua numa pasta, a da Saúde, onde já deu provas de competência num momento particularmente exigente e João Costa sobe a ministro da Educação num ministério onde domina as matérias. Elvira Fortunato é uma boa escolha para a Ciência, tendo agora pela frente o desafio de escolher um secretário de Estado que conheça bem as universidades.
Estranha-se naturalmente algumas opções. Fernando Medina nas Finanças ou João Cravinho nos Negócios Estrangeiros. O primeiro entra demasiado cedo para um lugar político de destaque, depois da derrota nas autárquicas passadas; o segundo muda de pasta, quando se pensava que estaria de saída de funções executivas.

Depois de ter passado por uma secretaria de Estado onde foi bem-sucedido (a das Comunidades) e de ter tido a seu cargo a gestão da direção do partido enquanto secretário geral adjunto do PS, José Luís Carneiro vai chamar a si uma pasta arriscada, a da Administração Interna.
Os seus antecessores, Constança Urbano de Sousa e Eduardo Cabrita tiveram aí uma vida difícil.
No Governo de José Sócrates, António Costa ocupou-se dessa mesma pasta e resistiu. Nesta legislatura, uma outra pasta com forte natureza política, a dos Assuntos Parlamentares, é entregue a Ana Catarina Mendes, uma política com vasta experiência da vida partidária. Há quem arrisque que poderá ser uma sucessora de António Costa no partido, se Pedro Nuno Santos não lhe fizer a vida (muito) difícil.

Quarta-feira teremos o ritual habitual de uma tomada de posse que abre um tempo político novo. A maioria absoluta facilita muito a vida a cada governante, mas a conjuntura internacional tem evidenciado nos últimos anos uma colossal instabilidade. Atravessámos uma pandemia para a qual ninguém estava preparado e vivemos agora uma guerra que está a abrir uma perigosa crise energética.
Em termos internos, Portugal dispõe de todos os meios para acolher uma legislatura que nos recoloque nos carris do crescimento. Espera-se que não haja atropelos significativos pelo caminho.

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