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Um desembarque inesperado…

Premiando o mérito nas Escolas Carlos Amarante

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Conta o Leitor

2015-08-13 às 06h00

Escritor Escritor

Adriana Ferreira

Em Sintra, na região de Lisboa, vivia um casal na sua maravilhosa casa de campo. Planearam durante meses realizar uma viagem a Paris, a cidade do amor, e escolheram este local devido à bela fase das suas vidas em que se encontravam. Paris, capital da França, é numa encruzilhada entre os itinerários comerciais terrestres e fluviais no coração de uma rica região agrícola a tornou uma das principais cidades da França ao longo do século X, beneficiada com palácios reais, ricas abadias e uma catedral. As margens parisienses do Sena foram inscritas, em 1991, na lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
É uma cidade deslumbrante e uma vez iluminada sobre as luzes da noite cria uma vista sem igual. Há sempre magia no ar. Escolheram a data, compraram as passagens e os guias turísticos com os locais mais importantes a visitar, desde a Torre Eiffel ao Arco de Triunfo. Esta era a viagem das suas vidas. Uma viagem magnífica e espantosa onde queriam usufruir de todo o romantismo num dos locais mais bonitos do mundo. Envolveram-se de tal forma, que gostaram imenso desta maravilhosa fase das suas vidas.
Eis que surge o dia do embarque, Scarlett e Edson estão bastante ansiosos por esta viagem. Porém recebem um telefonema da agência de viagens, a informar que o voo havia sido cancelado devido a uma greve nos aeroportos de todo o país. Com esta notícia, o casal é obrigado a desfazer as malas e também um grande sonho. Scarlett e Edson ficam bastante desiludidos com o sucedido.
A história de amor entre Scarlett e Edson, uma paixão nascida no liceu, surgiu numa das fases mais importantes das suas vidas, a adolescência. Este amor, arrebatador fluiu a vida inteira. Hoje, com 48 anos, ela é uma mulher carinhosa, elegante e discreta com bastantes sonhos para realizar. No liceu queria tornar-se actriz, mas nunca foi para o conservatório de representação. E uma vez mulher, tinha o sonho da maternidade mas este também não foi possível concretizar. Uma provação na vida do casal.
Hoje, Edson tem 57 anos e dono e director de uma agência de modelos. Homem atencioso, compreensivo, romântico, e charmoso. Sabe o que quer, não desiste. Uma das angústias da sua vida foi enfrentar o desaforo de não ter sido pai. Apesar de todo o sofrimento por que passaram, isso, não foi motivo suficiente para a afectar vida do casal e pôr o relacionamento em causa.
No âmbito profissional, Edson é um empresário bem-sucedido. Certo dia, na agência a sua secretária pede demissão. Pois decidiu dar um novo rumo à sua vida. Então, Edson contrata uma nova secretária pessoal, Shirley. Esta não mostra verdadeiramente quem é. Uma mulher ambiciosa, controladora, manipuladora e materialista. Faz de tudo para subir na vida, haja o que houver, pisa tudo e todos.
Com o passar do tempo, Shirley começa a revelar-se. Esta nutre uma profunda inveja, do estatuto social dos seus superiores hieráticos. Queria ter aquilo que era deles, fez tudo para alcançar o seu objectivo. Shirley aproxima-se de Edson com a intenção de o chantagear, para que ele ceda às suas armações e planos. A secretária faz falcatruas para obter parte do seu património. Incluído, as acções na agência. Como se tudo isto não bastasse, ela arma inúmeras, armadilhas e mentiras infundadas, mas credíveis. Armações essas, que levaram Shirley a conseguir separar Scarlett e Edson, fazendo com que os dois se odeiem, mutuamente... depois de anos, de vida em comum.

Scarlett é diplomada em arquitectura. Mas dentro de si, mantinha-se adormecida a sua paixão pelo mundo das artes, do espectáculo e da representação.
Numa manhã, no escritório recebe um e-mail com uma proposta de trabalho no Brasil para elaborar uma estrutura na casa de Christiane Torloni, uma das actrizes mais consagradas do Brasil.
Scarlett tinha agora uma oportunidade de dar um novo rumo à sua vida. Ir viver para São Paulo e fazer inclusive uma das coisas que mais gostava de fazer, viajar. Para além de tudo, ela iria ter a oportunidade de privar de perto, com a actriz que mais admira em todo o Brasil. Por toda a sua força, determinação, coragem e grande profissionalismo, características, nas quais Scarlett se revê. Já a conhece da televisão, uma vez que acompanha todos os projectos que ela encarna. Mas nunca a conheceu pessoalmente.
Quando Scarlett era criança, adorava que a sua mãe, lhe contasse a história do papel branco. Porque, era uma daquelas histórias, que faz qualquer pessoa sonhar e acreditar que é possível ter o mundo que sonhará!
“- Era uma vez... Um sábio que, tendo dedicado toda a sua vida ao estudo e à compreensão do homem, sentiu chegar a velhice sem ter conseguido entender a alma humana - e quanto mais nela pensava, menos a compreendia! Desesperado, o sábio decidiu pedir ajuda divina. E os céus enviaram-lhe uma folha de papel em branco, para que o sábio a mostrasse a diferentes pessoas. E lá partiu ele pelo mundo fora, perguntando, a cada pessoa que encontrava, o que via naquela folha de papel. Umas diziam ver o céu, outras a guerra, outras, ainda afirmavam ver o mar… ou seja: a cada pessoa a folha de papel em branco mostrava imagens diferentes”!
Na juventude Scarlett, dizia inúmeras vezes à sua mãe: mãe eu quero ser a Christiane Torloni. Quero ser igual a ela”. Como é que se pode gostar de uma pessoa que pertence a um mundo (paralelo) ao nosso?
Por todos os motivos apresentados, Scarlett decide aceitar a proposta de trabalho. Comprar as passagens e partir rumo ao Brasil. Deixando Sintra e o seu passado para trás.
Uma semana depois, eis que chega o dia. Na noite que antecedeu a viagem para São Paulo, a ansiedade tomou conta de Scarlett. Desde logo ela percebeu que não iria conseguir dormir. Afinal de contas, era uma mudança de vida muito radical. A noite passou e o dia chegou...
Um dia depois, já em São Paulo, Scarlett e Christiane reuniram-se para que as duas pudessem trocar algumas impressões e planear o projecto arquitectónico.
Os meses foram passando… e elas tornaram-se amigas. Uma grande amizade de cumplicidade e afinidade para o resto das suas vidas.
Quanto à vilã, Shirley estava longe de imaginar onde a vida a levara. A secretária acaba sem a sua tão desejada fortuna e sem ninguém, provando-nos assim que a ambição nunca fez mal a ninguém, mas deve ser usada de forma moderada e equilibrada.
Com todos estes acontecimentos, desta história que me pediram que eu contasse, deixo-vos uma questão em aberto: “o nosso passado está escrito com as nossas histórias. Mas será que podemos mudar o nosso futuro?”.
  Este enredo leva-nos a adquirir uma lição. A vida não é um mar de rosas, nem sempre o arco-íris nos surge nas suas sete cores. Coloridas e brilhantes. A vida é uma peça de teatro, onde todos nós, somos os actores. Mas só se mantém em cena quem tem carisma de sair de trás das cortinas, subir ao palco e receber os aplausos!

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