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Um mundo mais global, um mundo mais enriquecido

Entre a vergonha e o medo

Um mundo mais global, um mundo mais enriquecido

Escreve quem sabe

2022-10-25 às 06h00

Analisa Candeias Analisa Candeias

A vida no espaço europeu apresenta possibilidades de crescimento pessoal e profissional que todos podem aproveitar. Aliás, a facilidade que existe de entrar num país que não o nosso, de origem, é algo que muitos de nós já tomam como garantido. Trabalha-se aqui e ali, viaja-se para além e mais longe. A estabilidade física é relativa e a estabilidade profissional foi sendo alterada com o tempo e com as diferentes ideias de trabalho, que são imperativas hoje em dia.
É interessante ver como os intercâmbios são fomentados na academia. Além de serem exigidos projetos de investigação com um cunho internacional, que ajudam a entender questões mais globais e a caminhar num sentido mais comum, é dada oportunidade aos que integram a academia de realizarem programas de intercâmbio, por um tempo curto ou um tempo mais alargado, mas sempre com vista à partilha e ao desenvolvimento de uma visão mais ampla.
Os processos de intercâmbio no âmbito daquilo que são os programas ERASMUS constituem-se espelho daquilo que são as boas práticas a esse nível. Os estudantes do ensino superior (e, aqui, foquemo-nos no ensino superior) são convidados a ir descobrir o ensino num outro país que não o seu. Por um semestre ou um ano, os estudantes saem das suas casas, do seu conforto, e vivem numa outra realidade, estudam numa outra língua, alimentam-se de outra maneira. Vivem de forma diferente, são como que «forçados» a aprender a pensar em circunstâncias distintas das habituais, ou seja, são desafiados e impelidos a crescer.
Na verdade, estas experiências permitem que os estudantes sejam colocados à prova nas suas vidas pessoais e no seu desenvolvimento académico. Se, por um lado, é-lhes pedido que assistam às aulas, façam avaliações e desenvolvam as suas competências cognitivas no âmbito de uma outra língua, por outro lado, conhecem pessoas de todo o mundo, não apenas do espaço para onde se desafiam a ir. Sim, porque as experiências ERASMUS vão muito para além daquilo que é a comunidade local que acolhe os estudantes: estas vivências visam uma mistura global e mundial, uma mescla que permite aos estudantes irem mais longe a nível conceptual.
Existe uma abertura ao mundo através da vida que se realiza na esfera destes intercâmbios. Acredito que cada estudante que vá realizar um período ERASMUS não volte o mesmo – aliás, difícil é voltar e regressar às rotinas de sempre. Eu própria tive uma experiência destas, como estudante de licenciatura, da qual trouxe amigos para a vida e a qual se tornou mais rica, e mais aberta a tudo o que era novo e, até, provocador. Compreendo que nem todos queiram ir, ou possam ir; mas todos deviam ser impelidos a ir através da academia onde se encontram a estudar e esta tem a obrigação de promover os intercâmbios internacionais de forma enérgica. Porque todos saem enriquecidos, os estudantes e a academia, e até mesmo os professores, que acolhem os estudantes no seu regresso, contribuindo os mesmos para aumentar o diálogo que se estabelece entre os colegas de turma.
Os professores da academia apresentam igualmente o dever de fomentar estes programas de intercâmbio entre os estudantes que acompanham, pois todos saem beneficiados destas dinâmicas. Os estu- dantes que vão trazem novas maneiras de ver a realidade e novas ideias; os estudantes que ficam recebem novidades e, quiçá, ficam entusiasmados por ir também; e, ainda, os professores podem alimentar o debate acerca do conhecimento científico e da produção de um pensamento diferente, que será uma mais valia na transformação e melhoria das estratégicas pedagógicas.
A aceitação de um mundo mais global ajuda a desenvolver pontes e ligações entre os povos. Esta aceitação pode ser fomentada através destas experiências de intercâmbio ou, quem sabe, pela exposição a novas formas de trabalho, que passam muito pelas questões digitais e pelo online.
Se bem que o mundo encontra mais pontos em comum hoje em dia, também é certo que cada um de nós, aqueles que apresentam a oportunidade para isso, deve ser motor dessas pontes e ligações. Porque todos saem a ganhar – e porque não incentivar mais os jovens nesse sentido?
Assim o futuro será, com quase toda a certeza, melhor e mais completo.

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