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Um olhar diferente do envelhecimento

‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações

Um olhar diferente do envelhecimento

Escreve quem sabe

2020-11-12 às 06h00

Marta Sousa Marta Sousa

A Gerontologia trouxe-me o privilégio de trabalhar com um público específico: os mais velhos! Ou os idosos? Os velhos?? Acabo por nem saber bem que termo utilizar, tendo sempre o cuidado de não transmitir uma conotação negativa. Mas, na verdade, olhando para o problema de origem… não é o termo, é a nossa visão sobre ser velho.
Quando questiono as pessoas com quem trabalho diariamente sobre os sentimentos que lhes surgem sobre a idade, as respostas são interessantes, algumas curiosas. Por um lado, dizem-me que sentem uma desvalorização por parte da sociedade para com as pessoas que chegam à idade da reforma, realçando que até no modo como se vestem se sentem inibidos. Usar cores demasiado coloridas é algo impensável para eles, já que os olhares críticos da sociedade existirão, inevitavelmente. Por outro lado, e penso que seja a necessidade de ver a mudança a acontecer, outros protestam, afirmando que devem usar cores claras, pois dará um ar mais jovem (refere uma senhora de 94 anos).
De facto, a incessante vontade de contornar estes estereótipos (mesmo nos mais velhos, porque os adquiriram, eles também, ao longo do ciclo de vida) é, cada vez mais, relevante.
Alterar as condições com que encaramos, hoje, quem tem mais de 65 anos é não só cuidar do envelhecimento dos “nossos”, mas também cuidarmos do futuro do nosso envelhecimento.
Vale apena referir que o Plano de Desenvolvimento Social 2016-2021 de Braga revela que existem, aproximadamente, 24000 pessoas com mais de 65 anos no concelho, sendo que, são apontadas como áreas sociais prioritárias no envelhecimento, o risco de isolamento social, a vulnerabilidade social, a ausência de retaguarda, a perda de funcionalidade, o declínio cognitivo e, ainda, o mal-estar emocional.
Quando faço uma reflexão global sobre envelhecer em Portugal, ocorrem-me múltiplas mudanças necessárias, desde estereótipos, respostas mais adequadas às suas necessidades e expectativas e, fundamentalmente, a oportunidade de escolha. Ainda temos muito trabalho a fazer, todos nós, enquanto sociedade.
A mudança tem de ocorrer a nível macro, começando desde logo pelas entidades públicas, para que as organizações/serviços existentes consigam, de forma coesa, assegurar as respostas necessárias e adequadas às necessidades atuais.
Vejamos o envelhecimento com um olhar diferente. Afinal, todos nós estamos a envelhecer...

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