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Uma campanha a aquecer

A Cruz (qual calvário) das Convertidas

Ideias

2015-09-14 às 06h00

Felisbela Lopes Felisbela Lopes

Daqui a uma semana, arranca oficialmente a campanha eleitoral. Para os políticos e para os jornalistas, isso já começou há muito tempo, mas agora é um tempo mais decisivo. Porque as sondagens evidenciam que nenhum partido reúne a maioria das intenções de voto. Porque os argumentos que se esgrimam no espaço púbico e no campo mediático tornam--se progressivamente mais musculados, mais combativos. Até 4 de outubro, será o tudo ou nada numa campanha que repetirá os mesmos rituais de sempre.

Esta semana, um dos pontos altos da vida política-partidária acontecerá certamente na quinta-feira, dia do debate entre Passos Coelho e António Costa que será transmitido em simultâneo na Rádio Renascença, na TSF e na Antena 1 entre as 10h e as 11h30. Espera-se uma audiência de mais de um milhão de ouvintes e milhares de comentários que se multiplicarão pelos media tradicionais e pelo universo “on line”.

Nas redações noticiosas, há já um conjunto de comentadores destacados para, logo que a conversa termine, desenvolver as suas críticas. Eu própria integro um desses grupos, à semelhança do que aconteceu com o debate transmitido pelas televisões. Ora, são essas discussões que se constroem em torno de um frente-a-frente que vão formando uma onda favorável a este ou àquele candidato e isso tem uma indiscutível influência no voto das pessoas, nomeadamente naquelas cuja decisão está ainda periclitante.

Desta vez, o PSD deve jogar para um empate ou para uma vitória. Costa não pode voltar a ganhar. Se isto acontecer, a coligação vai ter um sério problema pela frente. Sentiu-se isso após o embate da passada quarta-feira nas televisões. Desde aí, PSD e CDS uniram-se mais na estrada, porque era preciso cerrar fileiras e trazer para a frente do palco os rostos de primeira linha: Passos e Portas.

Esta semana, Pedro Passos Coelho aparecerá mais bem preparado e menos confiante na facilidade do momento. Mas Costa não irá, decerto, desarmar. O secretário-geral do PS sabe que precisa de ganhar novamente este combate. Para dar ânimo à caravana. Para fazer com que os portugueses acreditem mais no seu projeto. Nada está garantido e o Partido Socialista conhece a dificuldade do momento.

Claro que no pós-debate vamos ter os do costume: os que acham que a vitória está sempre do lado do partido que defendem. Na política não há objetividade. Há emoção e muita tática. São essas as regras do jogo. Antigas e irrevogáveis. Acontece que a avaliação faz-se, sobretudo, no campo mediático ao nível dos comentadores com alguma notoriedade pública. É aí que ainda se definem as linhas interpretativas daquilo que vai acontecendo. No debate da rádio, as televisão estarão particularmente ativas. De manhã à noite, muitos comentadores vão ajudar a ler aquilo que vai ser dito durante os 90 minutos de jogo.

E fecham-se assim os debates que contam com a presença do primeiro-ministro. Restarão as entrevistas. Com muito menos impacto. E resta ainda uma caravana que vai dar a volta ao chamado país real. Deslocar-se-á certamente à nossa região, mas deve passar tão entretida com os microfones dos jornalistas que a acompanham que dificilmente terá tempo para conversar de forma interessada com os cidadãos. Não são eles que importam numa campanha. Nesses dias, procura-se a toda a força criar um certo efeito do real. Ainda ninguém percebeu que os tempos não estão para grandes encenações.

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